Proibida para Mim: Apaixonado pela filha do meu amigo romance Capítulo 53

Heloísa Moura

Estou ansiosa, hoje minha vida mudará para sempre, escutar o Vittorio falando que ama nosso filho sem mesmo saber se realmente ele está aqui em meu ventre me da força para falar tudo de uma vez para o papai.

Involuntariamente passo minhas mãos pela barriga, meu Deus como pode ser? Também já o amo mesmo sem ter certeza, é a realização de um sonho.

Minha vida ao lado do Vittorio não será fácil, meu pai não vai aceitar de primeira, mas como a mamãe falou vamos dar tempo ao tempo.

Término de me arrumar e desço as escadas, o Vittorio está lindo, minha mãe e meu pai estão juntos todos me esperando quando escuto a voz daquela mulher e o que ela fala me faz segurar firme no corrimão da escada, caso contrário eu cairia.

— Estou grávida.

Essas foram as únicas palavras que consegui escutar as demais não passaram de um borrão, chamou o Vittorio e vejo os olhos de encontro aos meus e a única palavra que sai da minha boca depois disso é:

— Vamos mãe.

Saio daquela casa de coração partido, minha mãe tenta falar comigo mas é inútil.

O silêncio dentro do carro era quase ensurdecedor. Minha mãe dirigia com a expressão tranquila, mas conhecia aquele olhar — ela estava preocupada comigo. E com razão. Meu coração estava despedaçado, e o nó na garganta parecia impossível de desfazer.

O caminho até o laboratório foi um borrão. Meus pensamentos estavam presos naquelas duas palavras: Estou grávida.

Será que Vittorio já sabia? Ou foi pego de surpresa assim como eu?

Respirei fundo ao entrar no laboratório, sentindo as mãos frias e trêmulas. A recepcionista nos atendeu com um sorriso ensaiado e voz profissional.

— O exame ficará pronto em uma hora.

Uma hora. Sessenta minutos que poderiam mudar tudo.

— Mãe, podemos sair um pouco? Não quero voltar para a mansão agora — pedi, minha voz saindo baixa, quase um sussurro.

Minha mãe assentiu sem questionar.

Caminhamos até um pequeno café na esquina, um lugar aconchegante, com cheiro de pão recém-assado e café fresco. Escolhemos uma mesa no canto, perto da janela.

— Filha, não se deixa abalar. O Vittorio te ama, dá para ver isso no olhar dele — minha mãe começou, segurando minha mão sobre a mesa.

Abaixei os olhos, sentindo um aperto no peito.

— Mãe, não vou ficar aqui para ter aquela mulher no meio do meu relacionamento. Se eu tiver mesmo grávida do Vittorio, vou mostrar que posso muito bem cuidar do meu filho sem um homem do meu lado.

Minha mãe suspirou, passando a mão pelos cabelos, um gesto que sempre fazia quando tentava organizar os próprios pensamentos.

— Heloísa, você precisa conversar com o Vittorio antes.

Eu sabia que ela estava certa, mas a dor e a raiva falavam mais alto.

Não falei mais nada. Apenas confirmei com um aceno de cabeça.

O café à minha frente esfriava enquanto eu mexia a colher no líquido escuro sem realmente prestar atenção. Minha mãe me observava com paciência, esperando que eu desabafasse, mas eu não conseguia dizer nada. O que havia para ser dito? Que meu coração estava em pedaços? Que meu mundo desmoronou no instante em que aquela mulher pronunciou aquelas palavras?

Respirei fundo, tentando segurar as lágrimas que ameaçavam cair. Eu não ia chorar. Não mais.

— Heloísa… — minha mãe começou, mas eu a interrompi.

— Não quero falar sobre isso agora, mãe.

Ela assentiu, respeitando meu silêncio. Ficamos ali por alguns minutos, apenas aproveitando a calma do ambiente. O cheiro de café e pão fresco preenchia o ar, mas nada conseguia aliviar o nó na minha garganta.

Olhei para a rua, observando as pessoas passarem, e me perguntei como seria minha vida dali em diante. Se o exame desse positivo, minha vida mudaria completamente. Mas e se desse negativo? Meu coração afundou ao perceber que, no fundo, eu queria que fosse verdade. Eu queria que aquele bebê estivesse dentro de mim.

Peguei o celular e olhei as horas. Ainda faltavam trinta minutos para o resultado sair.

— Podemos andar um pouco? — perguntei.