Vittorio Bianchi
Vê Heloísa saindo pela porta da minha casa levou com ela o meu coração mas sem pensar muito subi para o meu quarto agora repleto das coisas da Liliane arrumo algumas peças de roupas em uma pequena mala e saio de lá sem olhar para trás, debaixo do mesmo teto que ela não fico.
Fui para um hotel e lá fiquei até o lançamento do Passione. Isso mesmo coloquei o nome do nosso espumante de Passione, ele traduz tudo que passei com a Heloísa.
Seis meses se passaram e estou morando no quarto de um hotel, a Heloísa não me atende mas se como o destino quisesse me levar para os braços dela mais uma vez recebi uma proposta irrecusável apresentar o Passione em uma feira de vinhos artesanais.
Nova Iorque.
O simples nome já fazia meu peito se apertar. Não sabia se era sorte ou ironia do destino, mas essa oportunidade era tudo que eu precisava para estar perto de Heloísa novamente.
No avião, com uma taça do próprio Passione em mãos, encarei a cidade através da pequena janela. Seis meses haviam se passado desde que ela foi embora. Seis meses sem vê-la, sem sentir seu toque, sem ouvir sua risada suave.
Eu tentei, juro que tentei, seguir em frente, focar no trabalho, ignorar a dor. Mas nenhuma conquista, nenhum sucesso no mundo dos vinhos, poderia preencher o vazio que ela deixou.
Assim que o avião pousou, segui direto para o hotel onde ficaria hospedado durante a feira. Mas minha mente estava em um único lugar: onde Heloísa estaria agora? Como estaria? E, principalmente, como estaria nosso filho?
A ideia de que ela estava enfrentando tudo sozinha me corroía por dentro.
Peguei o celular e, sem pensar muito, disquei o número que eu ainda sabia de cor. O telefone chamou três vezes antes de a ligação cair na caixa postal.
Soltei um longo suspiro.
Ela ainda não estava pronta para me ouvir.
Mas eu não desistiria.
Nos próximos dias, minha agenda estaria lotada de reuniões, eventos e apresentações. Mas, acima de tudo, eu tinha um objetivo claro: encontrar Heloísa.
E provar a ela que nunca deixei de amá-la.
Nova Iorque pulsava com sua energia intensa, mas naquele momento, tudo ao meu redor pareceu se dissolver. O nome dela ecoava na minha mente, cada sílaba carregada de um peso que só eu parecia sentir.
Heloísa.
Seis meses.
Meu filho.
Respirei fundo, tentando processar as palavras de Hugo. Meus dedos se fecharam involuntariamente, a tensão percorrendo cada músculo do meu corpo.
— Ela não te disse quem é o pai? — Minha voz saiu mais áspera do que eu pretendia.
Hugo balançou a cabeça, passando as mãos pelo rosto, exausto. As olheiras fundas denunciavam que ele não dormia bem há tempos.
— Não. Ela se fecha sempre que toco no assunto. Diz que não precisa de ninguém para ajudá-la a criar essa criança.
Fechei os olhos por um breve momento, tentando conter a fúria e a frustração. Como ela podia ser tão teimosa?
Heloísa sempre teve essa mania de carregar o mundo sozinha, mas isso… isso era demais. Ela estava grávida do meu filho e sequer mencionava minha existência?
— E esse Augustus? — Cuspi o nome com um veneno que nem tentei disfarçar.
Hugo ergueu uma sobrancelha, surpreso com minha reação.
— Ele tem ajudado bastante. Está sempre por perto, levando-a ao médico, garantindo que ela não passe estresse…
Cada palavra era como um golpe no meu orgulho. Meu maxilar se contraiu, e meus punhos cerraram.
Ela deveria ter me procurado. Eu deveria estar ao lado dela, e não esse cara.
— Onde ela está agora? — perguntei, minha voz baixa, controlada, mas cheia de determinação.
Hugo me encarou por um momento antes de responder.
— No hospital. Ela teve um pequeno mal-estar hoje cedo, mas nada grave, pelo que me disseram.
Foi o suficiente para me fazer levantar da cadeira com urgência.
— Vittorio… — Hugo começou, mas eu já estava decidido.
— Obrigado, Hugo. Agora eu preciso ir. Só me diz em qual hospital ela está?
Hugo me diz é da as coordenadas de como chegar lá.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Proibida para Mim: Apaixonado pela filha do meu amigo