Heloísa Moura
Vittorio não espera mais palavras. Ele me conhece o suficiente para saber que, apesar da minha hesitação, meu corpo já fez sua escolha. E quando seus lábios voltam a encontrar os meus, não há mais espaço para dúvidas.
O beijo é diferente agora. Não há mais a pressa do momento anterior, mas sim a intensidade da saudade. Uma saudade que nos devora, que nos consome de dentro para fora. Meus dedos percorrem suas costas, sentindo a rigidez de seus músculos enquanto ele se inclina sobre mim, cobrindo meu corpo com o dele.
— Deus, Heloísa… — ele murmura contra minha pele, sua boca deslizando pelo meu pescoço.
Fecho os olhos, sentindo o calor que se espalha por mim, o arrepio que acompanha cada toque. Vittorio conhece cada centímetro do meu corpo, cada ponto sensível, cada suspiro que escapa antes mesmo que eu perceba. E ele usa isso contra mim, suas mãos explorando lentamente, como se quisesse reacender cada memória que tentei apagar.
Meus quadris se movem em busca dele, um instinto que fala mais alto do que qualquer pensamento. Ele solta um gemido baixo ao perceber minha entrega, deslizando os lábios pela curva do meu ombro enquanto suas mãos descem pela lateral do meu corpo, marcando-me com sua posse silenciosa.
— Eu sonhei com isso — ele confessa, sua voz rouca e carregada de emoção. — Sonhei em ter você assim de novo.
As palavras me atingem tão profundamente quanto seu toque. Porque eu também sonhei. E agora que estou aqui, debaixo dele, sentindo o calor do seu corpo, me pergunto como sobrevivi tanto tempo longe desse momento.
Minha respiração se acelera quando ele desliza as mãos sob minha blusa, erguendo-a devagar, como se quisesse saborear cada segundo. Meus dedos se enterram em seus cabelos quando sua boca percorre minha pele, deixando um rastro de fogo por onde passa.
— Vittorio… — Seu nome escapa dos meus lábios em um suspiro carregado de desejo e saudade.
Ele me olha, os olhos escuros brilhando na penumbra. Há algo neles que me desmonta, que me faz querer esquecer de tudo que nos separou. Porque agora só existe o agora. Só existe essa entrega.
E quando ele finalmente nos une, eu sei. Sei que não importa quanto tempo tenha passado. Não importa quantas barreiras eu tenha tentado erguer. Vittorio sempre será meu lar.
O mundo ao nosso redor desaparece. Tudo o que existe agora é o calor da pele de Vittorio contra a minha, seus lábios desenhando caminhos de fogo por onde passam, suas mãos segurando-me como se temesse que eu desaparecesse. Mas eu não vou a lugar algum. Não agora.
Nossos corpos se encaixam em um ritmo que me faz perder a noção do tempo, um ritmo guiado pela saudade, pelo desejo acumulado, pela necessidade desesperada de sentir. De ter. De ser.
Meus dedos deslizam por suas costas, cravando-se em sua pele quando ele se movimenta, arrancando de mim suspiros que ecoam no quarto silencioso. Meu bebê se move de leve dentro de mim, como se soubesse que seu pai está aqui, tão perto, tão presente. E por um momento, uma emoção avassaladora me atinge.
Os olhos de Vittorio encontram os meus, e há algo neles que me desmonta. Algo que vai além do desejo.
— Você é minha, Heloísa — ele murmura contra meus lábios, a voz rouca, carregada de uma promessa que vai muito além dessa noite.
Fecho os olhos, sentindo a forma como meu corpo responde ao dele, como se sempre tivesse pertencido a esse momento. Porque, no fundo, sempre pertenceu.
Fecho os olhos por um momento, sentindo a onda de prazer que nos envolve, sentindo a maneira como ele me preenche não apenas fisicamente, mas emocionalmente. Como se, de alguma forma, estivéssemos consertando tudo o que foi quebrado entre nós.
A saudade transborda em cada toque, em cada beijo, em cada suspiro entrecortado. Não é apenas desejo. Nunca foi. É algo mais. Algo que sempre esteve ali, mesmo quando tentei negar.
Meu corpo se arqueia contra o dele quando atingimos juntos o ápice do momento, e por um segundo, tudo para. Tudo se dissolve em pura intensidade.
Ficamos ali, ofegantes, nossos corpos ainda entrelaçados, nossos corações batendo no mesmo ritmo. Vittorio mantém o rosto próximo ao meu, sua respiração quente acariciando minha pele.
— Eu nunca deveria ter deixado você ir embora — ele confessa, a voz rouca e carregada de emoção.
Engulo em seco, ainda sentindo os resquícios do nosso momento correndo por minha pele. Meus dedos traçam um caminho suave pelo seu rosto, absorvendo cada detalhe.
— Mas agora você está aqui — respondo, sem saber ao certo se estou dando uma chance ou apenas constatando um fato.
Vittorio me observa, seu olhar intenso e indecifrável. Então, ele me puxa para mais perto, selando nossos lábios em um beijo lento, como se quisesse prolongar aquele instante para sempre.
E talvez, no fundo, eu também queira. Sinto meus olhos pesados e me entrego ao sono nos braços do homem que sempre amei.

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