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Proibida para Mim: Apaixonado pela filha do meu amigo romance Capítulo 64

Hugo Moura

Desde que o Vittorio chegou sinto algo estranho, primeiro a Heloísa estava arredia, acho que até magoada com ele e de repente os dois não se desgrudaram fico observando os dois até que Ava me chama.

— Querida, você não acha estranho que o Vittorio e a Helô estão grudados demais não acha?

Ava está ao meu lado, segurando uma taça de espumante, e sua expressão diz exatamente o que estou pensando. Meus olhos voltam para Heloísa e Vittorio, que parecem viver em um mundo próprio. Ela sorri para ele de um jeito que não vi antes, e ele a toca com tanta familiaridade que faz algo dentro de mim despertar.

Cruzo os braços, franzindo a testa.

— Também percebi — murmuro sem tirar os olhos dos dois.

Ava arqueia a sobrancelha e inclina a cabeça levemente, analisando minha expressão.

— E o que acha disso?

Solto um suspiro e dou de ombros.

— Acho… estranho.

— Estranho como?

Tomo um gole do meu próprio drink, tentando organizar meus pensamentos. Desde que Vittorio chegou, algo mudou. Antes, Helô parecia irritada, até ressentida com ele. Agora, estão praticamente colados. Não é só proximidade. É intimidade.

— Como se houvesse algo entre eles que ninguém mais sabe.

Ava solta uma risada baixa e mexe no cabelo.

— Ah, Hugo… Você já considerou que talvez realmente haja algo entre eles? Que talvez o Vittorio seja o pai dessa criança que ela carrega no ventre?

Viro o rosto para ela, e minha expressão deve denunciar meu incômodo, porque Ava solta um suspiro exagerado.

— Você é esperto, Hugo. E conhece a Helô. Ela não fica grudada em alguém assim à toa. Ela sempre foi grudada no Vittorio.

Aperto a mandíbula, me obrigando a desviar o olhar dos dois. Não quero admitir, mas Ava pode estar certa.

— Isso não faz sentido — murmuro.

— Talvez faça. Você só não quer ver. Eles dois podem ser um casal? Que estão enfrentando um problema atrás do outro.

Fico em silêncio, mas minhas mãos se fecham em punhos ao lado do corpo. Se Ava estiver certa, então tem algo muito maior acontecendo. E eu preciso descobrir o que é.

— O Vittorio não pode fazer uma coisa dessa comigo, Ava ele tem idade o suficiente para ser pai da nossa menina.

— Mas ele não é…

— Ava isso é insano, o Vittorio pegou a Heloísa no colo no dia em que ela nasceu, o Vittorio se relacionou com mais mulheres do que podemos imaginar e a Liliane está grávida dele.

— Eu sei, Hugo. Mas as coisas nem sempre são tão simples. — Ava balança a cabeça, tomando mais um gole de sua bebida. — E se eles sempre tiveram algo? Algo que ninguém viu porque simplesmente parecia impossível?

— Isso não faz sentido. — Minha voz sai mais dura do que eu pretendia. — O Vittorio é praticamente família. Ele viu a Helô crescer. Eu vi a Helô crescer. Ele… — Passo uma mão pelo rosto, sentindo uma inquietação estranha. — Ele não pode ter cruzado essa linha.

Ava dá de ombros, como se minha indignação fosse desnecessária.

— E se ele cruzou? O que você faria?

Cruzo os braços, sentindo uma irritação crescendo dentro de mim. Meus olhos voltam para Helô e Vittorio. Ela ri de algo que ele diz, jogando a cabeça para trás, e ele toca seu braço de um jeito quase automático, como se fosse algo natural para eles.

Porque, no fundo, eu sei que essa possibilidade me incomoda mais do que deveria.

Sigo observando Helô e Vittorio, tentando captar algo, qualquer coisa que explique essa proximidade. Mas quanto mais eu olho, mais percebo que não há apenas uma amizade ali. É algo mais íntimo. Mais profundo. Como se compartilhassem um segredo que ninguém mais sabe.

E isso me irrita.

Solto um suspiro pesado e passo a mão pelo rosto.

— Eu preciso falar com a Helô.

Ava ergue a sobrancelha, cruzando os braços.

— E o que vai dizer? Vai perguntar na cara dura se ela e o Vittorio têm um caso?

Meu maxilar se contrai.

— Eu vou perguntar o que está acontecendo.

— Boa sorte com isso. Você sabe como ela é quando decide esconder algo.

Sim, eu sei. E esse é o problema.

Respiro fundo e caminho na direção deles, ignorando o olhar atento de Ava às minhas costas. Mas antes que eu possa me aproximar, Helô vira o rosto em minha direção. Por um instante, nossos olhares se encontram, e vejo algo ali. Uma hesitação. Um medo.

Ela sabe que eu percebi.

E isso só me faz ter ainda mais certeza de que há algo errado.

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