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Proibida para Mim: Apaixonado pela filha do meu amigo romance Capítulo 66

Vittorio Bianchi

Caminho com a Heloísa pelas ruas de Nova Iorque e quando passamos pelo antigo prédio onde morei ela para bruscamente.

— O que foi pequena?? — pergunto preocupado, imaginando que ela esteja sentindo alguma coisa. — O bebê está bem?

Lembro que o Augustus me falou que ela não pode ter emoções fortes.

— Sim, meu amor, é só que… Lembra quando você me balançava naquele balanço?

Só então me dou conta que estamos em frente ao prédio onde por muitos anos foi meu lar. O lugar onde a Helô fugia, todas às vezes que seus pais a proibiam de algo.

E essas lembranças me doem, pois lembro que sempre a vi como a filha do Hugo e agora ela é minha mulher.

Por um instante, fico apenas observando Heloísa, perdida nas lembranças da infância. O brilho nostálgico em seus olhos faz meu peito apertar. Aquele balanço, aquele prédio, aquele passado... tudo era diferente agora. Ela não era mais a garota que fugia para minha casa em busca de refúgio. Ela era minha mulher. Minha.

Seguro sua mão com firmeza e dou um passo para frente, inclinando a cabeça em direção à entrada do prédio.

— Vem comigo. Quero te mostrar algo.

Ela pisca, confusa, mas permite que eu a conduza para dentro do edifício. O porteiro sequer me reconhece, ou talvez não se importe. O elevador range da mesma forma de anos atrás, o cheiro de madeira encerada ainda presente. Aperto o botão do andar que um dia chamei de lar e sinto Heloísa se aproximar, deslizando os dedos pela minha cintura.

— O que estamos fazendo aqui? — ela pergunta em um sussurro.

A porta do elevador se abre e avançamos pelo corredor. Paro diante da porta 503 e, com um sorriso misterioso, tiro a chave do bolso do casaco. Heloísa me olha surpresa.

— Você ainda tem a chave?

— Sempre tive. Nunca consegui me desfazer dela. Pois temos muitas recordações aqui.

Destranco a porta e a empurro suavemente. O apartamento está vazio, mas o cheiro da madeira e do passado ainda permanece. Dou um passo para dentro e puxo Heloísa comigo. Ela gira ao redor, absorvendo tudo, e sua respiração fica mais pesada.

— Quantas vezes eu estive aqui… — ela murmura.

Fecho a porta atrás de mim e a puxo para perto, colando meu corpo ao dela. Meu olhar desliza por seu rosto delicado, encontrando os olhos castanhos que um dia foram apenas inocentes. Agora, estão carregados de desejo.

— Quantas vezes você fugiu para mim... e eu nunca soube o que sentia por você de verdade — sussurro, meus lábios roçando sua pele. — Mas agora eu sei.

Heloísa suspira quando minhas mãos deslizam por sua cintura, puxando-a contra mim. O calor do seu corpo aquece o ambiente frio do apartamento vazio. Seu ventre levemente arredondado toca minha barriga, e me lembro do presente que ela carrega dentro de si. Meu filho. Nosso filho.

Ela suspira contra meu peito, os dedos desenhando círculos preguiçosos na minha pele. Sei que está relutante, que o medo do julgamento a impede de dar esse passo, mas não podemos viver fugindo para sempre. Não quando já somos tudo um para o outro.

— Vittorio… — ela sussurra, sua voz carregada de incerteza. — Eu sei que precisamos contar, mas... meu pai nunca vai aceitar isso. Ele sempre me viu como a menininha dele. Como ele pode entender que agora sou sua mulher?

Passo a mão por seu cabelo macio, deixando um beijo em sua testa. Sei que Hugo sempre a protegeu com unhas e dentes, e que nossa relação será um choque para ele. Mas também sei que ele a ama mais do que tudo e, no fim das contas, só quer vê-la feliz.

— Ele pode não aceitar de primeira, mas vai entender — digo, minha voz firme, carregada de certeza. — Porque eu vou fazê-lo entender. Porque o que sinto por você não é algo que possa ser ignorado ou esquecido.

Heloísa levanta a cabeça, seus olhos castanhos buscando os meus, avaliando minha determinação. Então, lentamente, ela assente.

— Tudo bem… — Ela respira fundo, como se estivesse reunindo coragem. — Vamos contar. Mas eu preciso estar com você quando isso acontecer.

Um sorriso surge nos meus lábios. Meu coração acelera com essa pequena vitória, porque sei o quanto esse passo significa para ela.

— Sempre estarei com você, pequena. Sempre. — Aperto-a mais contra mim, prometendo com meu toque que nada nem ninguém vai nos separar.

Ficamos ali por mais alguns instantes, aproveitando a tranquilidade que esse apartamento nos oferece antes que a realidade nos alcance. Mas sei que não posso adiar mais. Preciso enfrentar Hugo, preciso dizer a ele que amo sua filha e que ela não é mais a garotinha que corria para cá em busca de refúgio. Ela é minha mulher, minha família.

E eu jamais a deixarei partir.

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