Heloísa Moura
Acordo e procuro Vittorio pelo quarto, mas ele não está, ele não veio essa noite, será que foi embora?
Uma tristeza tenta se apossar de mim, mas gritarias no andar de baixo tira meu foco. Coloco um robe por cima de minha camisola e desço para ver do que se trata.
Quando estou no meio da escada consigo ver do que se trata, meu pai avança sobre o Vittorio fazendo acusações de assédio, que ele me usou.
Tento falar mais as palavras não saem é como se algo me impedisse. Foi então que meu pai deu mais um soco no Vittorio e na pressa para ampara-lo, acabo tropeçando e a seguir todo não passa de um borrão.
Vittorio Bianchi
Acordo disposto a ser claro com o Hugo e se ele não aceitar vou perguntar a Heloísa se ela quer voltar comigo para Itália.
Desço para a sala de jantar onde o Hugo e a Ava já se encontram, vou resolver isso de uma vez.
— Bom dia, Hugo meu amigo como acordou? — pergunto tentando manter um tom casual, mas por dentro estou um caos.
— Bom dia? Deixa de ser irônico Vittorio, como pode ser um bom dia se você é um maldito sem vergonha que seduziu minha filha e não satisfeito a engravidou.
— Hugo, podemos conversar civilizadamente?
Ele levanta e me dá um soco.
— Olha aqui minha civilização, satisfeito? Eu tinha você como um irmão, pensava que quando eu morresse você cuidaria da minha filha como sua, assim como cuidei de você quando seus pais se foram. — ele faz uma pausa e me olha— tio Felipe e tia Vanessa devem está se revirando no túmulo agora. O filho é um abusador.
— Porque me apaixonei? Hugo eu me apaixonei pela Heloísa, fugi desse sentimento o máximo que pude, mas ninguém manda no coração.
O Hugo avança em mim como um animal e sei que esse momento é o meu fim. Quando um barulho nos chama atenção é o grito da Ava me faz acordar.
— HELOÍSA…
Me livro do Hugo com uma força que jamais imaginaria ter e corro para ver minha mulher.
— Liguem imediatamente para uma ambulância, minha mulher está sangrando.— Meus olhos estão ardendo de tanto ódio, olho para o Hugo e falo: — se a Heloísa perder nosso filho por esse motivo juro que te culparei para o resto das nossas vidas.
Heloísa Moura
Dor. É tudo que sinto. Meu corpo parece pesar uma tonelada, e meus olhos insistem em permanecer fechados, mas posso ouvir vozes ao meu redor. Algumas suplicam, outras brigam.
Forço-me a abrir os olhos, piscando contra a luz forte que invade minha visão. A primeira coisa que vejo é o teto branco, depois vultos que se movimentam ao meu redor. Quero falar, mas minha garganta está seca.
— Vittorio… — murmuro, tentando me mover, mas algo aperta minha mão com delicadeza.
— Estou aqui, meu amor — a voz dele soa rouca, carregada de emoção. Seu rosto aparece acima do meu, os olhos tomados por um desespero que parte meu coração. Ele beija minha testa com carinho.
Minha mente trabalha para juntar as peças. A briga. Meu pai. A escada. O choque. Instintivamente, minha mão livre toca meu ventre, buscando por aquele pedacinho de vida que eu mal tive tempo de processar.
— Nosso bebê…
Vittorio fecha os olhos por um instante e segura minha mão com mais força. O silêncio que se segue é sufocante.
— O médico ainda não disse nada… Eles estão verificando tudo — sua voz vacila. — Mas você está aqui, meu amor, e isso é o que importa agora.
Uma lágrima escapa dos meus olhos. Não posso perder esse bebê. Não agora.
— Senhor Bianchi? — uma voz feminina interrompe o momento. Uma enfermeira de olhar gentil está parada na porta. — O doutor quer falar com vocês.
Vittorio troca um olhar comigo antes de assentir. Ele beija minha mão e promete:
— Já volto, meu amor. Fique aqui, descanse.
Como se eu tivesse escolha.
— Nosso bebê está bem… por enquanto — ele diz, e sinto meu coração saltar no peito.
— Tem certeza?
Ele se aproxima, sentando-se ao meu lado na cama, e segura meu rosto entre as mãos.
— O médico disse que o coraçãozinho está batendo forte, mas você precisa descansar. Qualquer estresse pode piorar a situação.
Meus olhos se enchem de lágrimas.
— Eu fiquei com tanto medo, Vittorio…
Ele me abraça com força, e eu me permito desmoronar ali, contra seu peito. Seu cheiro, seu calor, tudo nele me acalma.
— Eu nunca deixaria nada acontecer com vocês — sua voz é firme, mas sinto a tensão em seu corpo.
Me afasto para olhar em seus olhos.
— Meu pai?
O semblante de Vittorio endurece.
— Ele está lá fora. Ava também.
Fecho os olhos, lutando contra a onda de emoções. Eu o amo, mas ele me machucou. Machucou Vittorio. E quase tirou nosso bebê de mim.
— Eu não quero vê-lo agora.
— Você não precisa — ele assegura, segurando minha mão. — Você só precisa se preocupar com você e nosso bebê.
Assinto, porque sei que ele está certo. Pela primeira vez, não sou apenas a filha de Hugo Moura. Sou a mulher que carrega um pedaço de Vittorio dentro de mim.

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