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Proibida para Mim: Apaixonado pela filha do meu amigo romance Capítulo 71

Vittorio Bianchi

O silêncio é quebrado apenas pelo som da sua respiração tranquila. Ela dorme de lado, os cabelos espalhados pelo travesseiro, a mão repousando sobre o ventre.

Meu filho está ali. Minha família está ali. E hoje eu vou levá-los para casa.

Aproximo-me devagar, sentando ao seu lado na cama. Com um carinho que eu nunca imaginei ser capaz de ter, deslizo os dedos por seu rosto, afastando uma mecha de cabelo.

— Amore mio… — murmuro, minha voz baixa.

Seus olhos se abrem devagar, piscando algumas vezes antes de focar em mim. Um sorriso pequeno se forma em seus lábios.

— oi….

Meu peito se aquece. Deus, como eu amo essa mulher.

— Oi, meu amor. Como está se sentindo?

Ela se espreguiça levemente, suspirando.

— Melhor. Mas cansada.

Apoio minha mão sobre a dela, sentindo o calor da sua pele.

— Isso é normal. Você passou por muito. Mas a partir de agora, você vai descansar de verdade.

Ela arqueia uma sobrancelha, desconfiada.

— Vittorio… o que você está aprontando?

Solto um sorriso de lado.

— Nada. Só quero garantir que você seja tratada como uma rainha.

Ela solta um riso fraco e fecha os olhos por um instante.

— Então acho que posso me acostumar com isso.

Acaricio sua mão por mais alguns segundos antes de dizer:

— O médico disse que você pode ir para casa em algumas horas. Já pedi para trazerem suas coisas.

Seus olhos encontram os meus, e vejo a hesitação ali.

— Você está mesmo decidido, não é?

— Heloísa, eu já perdi tempo demais. Agora é você e eu.

Ela não responde de imediato. Apenas aperta minha mão. Isso é suficiente.

Agora, só estamos nós dois.

Olho para Heloísa, que parece tão frágil, mas tão decidida ao mesmo tempo.

— Está pronta? — pergunto.

Ela sorri, seus olhos ainda carregados de uma emoção que eu mal posso compreender.

— Sempre estive.

E essa é a resposta que eu precisava ouvir.

Amanhã, tudo vai mudar. Não há mais volta. Heloísa e eu, juntos, com nosso filho. Isso é o que importa agora.

O tempo parece desacelerar enquanto olho para Heloísa. Seus olhos, profundos e ainda carregados de incertezas, encontram os meus. Por um segundo, sinto a pressão da responsabilidade pesar sobre mim, mas logo me forço a afastar esses pensamentos. Eu escolhi este caminho. Eu a escolhi. E nada mais importa além de nós.

Levanto-me da cama, estendendo a mão para ela.

— Vamos. Sua recuperação começa agora. E eu vou estar ao seu lado o tempo todo.

Heloísa hesita, mas me observa com um olhar que mistura gratidão e, talvez, um pouco de medo. Sei que a decisão de ir para casa comigo não é fácil. Hugo, Ava… todos estão contra isso. Mas ela precisa de mim. Ela precisa do nosso filho. E eu não vou permitir que nada ou ninguém a impeça de estar comigo.

Ela pega minha mão com um suspiro cansado, mas aceitando o apoio que lhe ofereço.

— Eu não sei o que esperar, Vittorio. Não sei se estou pronta para tudo isso. Mas... eu quero tentar.

Sorrio suavemente, sentindo um alívio profundo por ela estar disposta a seguir em frente, a começar uma nova fase, apesar de todo o medo e incertezas.

— Estamos juntos nisso, Heloísa. Só depende de nós agora.

Começo a guiá-la até o banheiro, onde a enfermeira já deixou tudo pronto para que ela tome um banho rápido antes de sair. Enquanto ela se prepara, fico ali, ao lado dela, observando-a se mover com cuidado. Sei que cada passo é um esforço. Cada movimento é uma lembrança do que passou, do que ainda estamos tentando superar.

O som suave dos passos de Heloísa ecoa pela casa enquanto ela caminha pelo apartamento. Eu a observo, cada movimento dela é cuidadoso, hesitante, mas há algo em sua postura que me faz sentir que, aos poucos, ela está começando a se entregar à ideia de estarmos juntos. Eu não posso esperar mais. Eu quero que ela se sinta em casa, que esse lugar se torne um abrigo seguro para nós, para o nosso filho.

Ela se aproxima da janela, e o silêncio entre nós é pesado, mas confortável. O sol da tarde entra pela fresta da cortina, iluminando seu rosto. Ela está mais tranquila, mas o medo ainda está ali, em seus olhos, como uma sombra difícil de dissipar.

— O que você está pensando? — pergunto, me aproximando devagar, sentindo a tensão no ar.

Ela vira o rosto para mim, uma expressão que mistura vulnerabilidade e força. É difícil, mas é real. Heloísa, com todos os seus medos, ainda é a mulher que escolhi, a mulher pela qual lutarei até o fim.

— Eu estou tentando... processar tudo isso — ela começa, a voz baixa. — Não é fácil, Vittorio. Eu sei que prometi dar uma chance para nós dois, mas ainda estou confusa, ainda tenho medo de cometer os mesmos erros de antes. E se tudo der errado de novo? E se eu me machucar de novo?

Me aproximo e coloco as mãos sobre os seus ombros, encarando-a com seriedade.

— Eu sei que não posso apagar o que aconteceu, Heloísa. Sei que você tem medo de se entregar completamente, e eu entendo isso. Mas o que aconteceu no passado... não é o que vai definir o nosso futuro. Eu não vou deixar você se machucar. Não mais.

Ela abaixa o olhar por um instante, as palavras de conforto parecem não ser suficientes para dissipar a tormenta que ainda está em sua mente. Vejo seus olhos marejados, e a dor por trás deles me parte o coração. Eu sei que o caminho vai ser árduo, que o perdão é uma jornada longa e difícil. Mas estou disposto a percorrê-la, ao lado dela.

— Eu preciso de tempo, Vittorio. Não é porque você está aqui agora que tudo vai desaparecer. Eu preciso de tempo para confiar em você novamente. Para confiar em mim mesma.

Eu respiro fundo, procurando as palavras certas. Não há promessas fáceis, mas há a verdade, e é isso que vou oferecer a ela.

— Você vai ter todo o tempo que precisar. Não importa quanto tempo leve. Eu estarei aqui, a cada passo, para que você se sinta segura. Não quero apressar nada, Heloísa. O que mais quero é que você se sinta bem, que se sinta amada e protegida.

Ela finalmente levanta os olhos para mim, e há algo mais suave em seu olhar. Algo que me dá esperança, algo que me diz que, embora seja difícil, ela está disposta a tentar.

— Eu te amo, Vittorio — ela sussurra, a voz trêmula, mas sincera.

Eu toco seu rosto, sentindo as lágrimas quentes que se formam nos seus olhos, e a beijo com uma suavidade que é ao mesmo tempo uma promessa e um pedido. Uma promessa de que a respeitarei, e um pedido para que ela me deixe fazer parte da sua vida novamente.

Nos afastamos um pouco, e ela respira profundamente, como se estivesse tentando reunir forças para enfrentar o que está por vir.

— Eu sei que as coisas não serão fáceis — ela diz, ainda com um fio de insegurança. — Mas talvez… talvez eu esteja pronta para tentar. Para acreditar novamente.

Sorrio, aliviado, e a abraço com força.

— Eu te amo, Heloísa. E vou fazer tudo o que estiver ao meu alcance para fazer você se sentir segura, amada e respeitada. Estamos juntos nisso.

Ela aperta os olhos, como se estivesse tentando segurar as emoções que estão prestes a transbordar. Mas não importa. O que importa é que ela está aqui, ao meu lado. E, juntos, vamos reconstruir tudo.

E, apesar dos medos que ainda podem surgir, sei que, ao lado dela, tudo é possível. Porque agora, finalmente, é só o começo.

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