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Proibida para Mim: Apaixonado pela filha do meu amigo romance Capítulo 73

Vittorio Bianchi

Sei que a Heloísa está sofrendo, quero que ela seja feliz, e por ela tomei uma decisão, talvez seja a última coisa que tente fazer, mas por ela vale a pena.

Vou para a cozinha e encontro a Marta, ela foi minha governanta enquanto morei aqui e quando fui para Itália, a deixei responsável pelo apartamento.

— Olá menino, quando vou poder ver sua esposa?— sorrio, ao escutar a Marta falar assim “sua esposa” — Logo, Martinha, só que você já a conhece muito bem. Ela precisa de repouso, pois nossa prioridade é nosso filho, vou resolver um problema e logo estarei em casa, mas caso a Heloísa acorde, prepare algo para ela.

— Meu Deus menino, a menina Helô não dá descanso né? Mal soube que o senhor voltou já está fugindo para cá. — fala em tom de brincadeira.

— Martinha, a Helô, não vai mais embora. Dessa vez ela veio para ficar, pois é ela a minha mulher, a mãe do meu filho.

— Menino, seu Hugo deve ter infartado com essa situação.

— Marta, ele não enfartou, mas está sem falar comigo e com a filha.

Saio do apartamento com a cabeça a mil, descendo pelo elevador enquanto digito uma mensagem rápida para um dos meus funcionários na Itália. Preciso resolver pendências antes que tudo saia ainda mais do meu controle. Mas, antes de qualquer coisa, tenho um assunto bem mais complicado para resolver: Hugo.

Dirijo pelas ruas já bem conhecidas, a lembrança de tantos momentos vividos aqui voltando com força. Não é a primeira vez que venho até a casa dele com uma intenção difícil, mas essa, com certeza, é a mais importante.

Ao chegar, estaciono na frente e desço do carro, ajeitando o casaco antes de tocar a campainha. Sei que Hugo não vai gostar de me ver, mas não posso simplesmente deixar isso de lado.

A porta se abre, e Ava está ali, surpresa ao me encontrar. Ela está segurando uma caneca de café e lança um olhar hesitante antes de abrir espaço para que eu entre.

— Vittorio… não sabia que viria.

— Preciso falar com o Hugo.

Ela suspira, como se já soubesse que aquilo não terminaria bem, e me dá passagem. Entro e vejo Hugo sentado à mesa, segurando o jornal em uma mão e o café na outra. Quando ele levanta o olhar e me vê ali, seu semblante se fecha na hora.

— O que você quer?

— Precisamos conversar.

— Não temos nada para conversar. Já deixou bem claro suas intenções quando levou minha filha com você.

Cruzo os braços, tentando manter a paciência.

— Não estou aqui para brigar, Hugo. Só quero resolver as coisas de forma civilizada.

Ele ri, um riso curto e sem humor, colocando a caneca sobre a mesa com um pouco mais de força do que o necessário.

— Civilizada? Você acha mesmo que dá para resolver isso civilizadamente depois do que fez?

— Não fiz nada além de lutar pelo que é meu.

— Seu? — Ele se levanta, a fúria estampada nos olhos. — Heloísa não é propriedade sua, muito menos meu neto!

— Eu nunca disse que ela era minha propriedade, Hugo. Mas ela é minha mulher, e esse bebê você queira ou não é meu filho. Você querendo ou não, somos uma família agora.

— Família? — Ele solta uma risada irônica. — Você acha mesmo que tem direito de falar sobre família depois de tudo? Eu te considerava Família.

Ava se levanta devagar, colocando uma mão no braço dele em um gesto silencioso para que se acalme, mas ele se afasta.

— Eu tentei, Hugo. Tentei conversar com você de todas as formas possíveis. Mas se você não quer ouvir, então eu não posso fazer nada.

— Pode sim. Pode ir embora e me deixar em paz.

Solto um suspiro pesado e balanço a cabeça.

Franzo a testa e caminho rapidamente até o quarto. Assim que abro a porta, encontro Heloísa sentada na cama, abraçando os joelhos. Seus olhos estão vermelhos, como se tivesse chorado.

— Helô…

Ela levanta o olhar para mim, e meu peito aperta ao ver a tristeza estampada em seu rosto.

— Você falou com meu pai? — Sua voz sai baixa, quase um sussurro.

— Falei. — Fecho a porta atrás de mim e me aproximo. — Mas ele não quis me ouvir.

Ela respira fundo e passa as mãos pelo rosto.

— Eu sabia que ele reagiria assim… Mas dói, Vittorio. Dói saber que ele me virou as costas.

Sento-me ao seu lado na cama, segurando sua mão.

— Ele precisa de tempo, Helô. Mas não podemos deixar isso nos separar.

Ela me encara por um momento antes de desviar o olhar.

— E se ele nunca aceitar? E se meu filho crescer sem o avô?

Seguro seu rosto entre minhas mãos, forçando-a a olhar para mim.

— Ele tem a mim. E tem você. Nós somos a família dele. E, com ou sem a aceitação do seu pai, eu não vou a lugar nenhum.

Heloísa fecha os olhos por um instante, deixando escapar um suspiro trêmulo. Então, sem dizer nada, se inclina para mim, apoiando a testa contra meu peito.

A envolvo em meus braços, sentindo seu corpo se encaixar ao meu. E ali, no silêncio do quarto, prometo a mim mesmo que, não importa quantas barreiras precisemos enfrentar, eu não vou desistir dela. Nunca.

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