Hugo Moura
Respiro fundo, tentando controlar o orgulho, mas não posso deixar o Vittorio no escuro, essa mulher é perigosa. Ligo para ele que me atende no segundo toque.
“ Vittorio, preciso te contar algo. Recebi uma ligação da Liliane hoje. Ela não está nada feliz com o que está acontecendo entre você e Heloísa.”
Vittorio: “O que ela disse?”
“ Ela está com ódio, falando que você a descartou. Disse que estava sozinha, que você a ignorou desde que se afastou dela... e, claro, ela não deixou de mencionar que espera que eu faça alguma coisa a respeito.”
“ Isso é ridículo... Ela não tem vergonha? Está tentando manipular você também, Hugo.”
“Eu sei, eu sei, mas ela fez questão de ressaltar que agora está grávida de você... E que, por mais que você tenha fugido, ela não vai deixar isso barato."
“Ela está jogando sujo, não vai passar. Eu não vou mais cair nessa. O que ela quer, eu sei muito bem. Mas você, Hugo... tem que entender que o que estou fazendo com Heloísa não é só sobre mim, é sobre todos nós. Não estou só lutando por ela, estou lutando por algo que sempre quis, por algo real.”
“ Eu sei, mas Liliane está tentando minar isso. Ela está disposta a destruir tudo, e a última coisa que eu quero é ver minha filha sofrer por causa disso.”
“ Eu entendo. E vou resolver isso. Mas você precisa parar de ouvir ela. Eu vou lidar com essa situação, Hugo. Heloísa e eu não vamos permitir que ela nos destrua.”
“Eu espero que você esteja certo, porque, se isso explodir, vai ser um inferno para todos nós.”
“ Eu sei, mas com Heloísa ao meu lado, não vou deixar ninguém nos separar.”
“Fique esperto, Vittorio. Não subestime o que ela é capaz de fazer. Se ela fizer mais alguma coisa, me avise, e eu estarei aqui para te ajudar.”
“Obrigado, Hugo. Eu vou cuidar disso.”
Eu nunca fui um homem de voltar atrás nas minhas decisões, muito menos de admitir que estava errado. Mas, enquanto segurava o telefone após desligar a ligação com Vittorio, não pude negar que algo dentro de mim estava mudando.
Talvez tenha sido o tom desesperado de Liliane, que soou mais forçado do que sincero. Talvez tenha sido a forma como ela tentou me usar, me manipulando para entrar em uma guerra que eu não queria mais lutar.
Ou talvez… tenha sido o medo de perder de vez minha filha.
Respiro fundo, passando a mão pelo rosto. Ainda é difícil aceitar que Heloísa escolheu Vittorio. Que meu melhor amigo e minha garotinha – a quem jurei proteger de todo mal – agora formam uma família.
Mas pior do que aceitar isso é a possibilidade de que Liliane realmente esteja tramando algo.
A porta do escritório se abre, e Ava entra devagar, me observando com aquela expressão que sempre me fez sentir como um livro aberto.
— Você ligou para ele, não foi? — ela pergunta, cruzando os braços.
Não adianta mentir.
— Liguei.
Ela assente, como se já esperasse essa resposta, mas não comemora.
— E o que Vittorio disse?
Solto um suspiro pesado antes de responder:
— Que vai ficar de olho em Liliane. Mas, para falar a verdade, não sei se isso será suficiente. Conheço muito bem gente como ela. Se quer algo, não vai desistir tão fácil.
Ava se aproxima, pousando a mão no meu ombro.
— Então talvez seja hora de você parar de lutar contra sua própria filha e começar a protegê-la do verdadeiro problema.
Minha mandíbula trava.
— Você quer que eu aceite esse relacionamento como se nada tivesse acontecido?
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Proibida para Mim: Apaixonado pela filha do meu amigo