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Proibida para Mim: Apaixonado pela filha do meu amigo romance Capítulo 80

Hugo Moura

Respiro fundo, tentando controlar o orgulho, mas não posso deixar o Vittorio no escuro, essa mulher é perigosa. Ligo para ele que me atende no segundo toque.

“ Vittorio, preciso te contar algo. Recebi uma ligação da Liliane hoje. Ela não está nada feliz com o que está acontecendo entre você e Heloísa.”

Vittorio: “O que ela disse?”

“ Ela está com ódio, falando que você a descartou. Disse que estava sozinha, que você a ignorou desde que se afastou dela... e, claro, ela não deixou de mencionar que espera que eu faça alguma coisa a respeito.”

“ Isso é ridículo... Ela não tem vergonha? Está tentando manipular você também, Hugo.”

“Eu sei, eu sei, mas ela fez questão de ressaltar que agora está grávida de você... E que, por mais que você tenha fugido, ela não vai deixar isso barato."

“Ela está jogando sujo, não vai passar. Eu não vou mais cair nessa. O que ela quer, eu sei muito bem. Mas você, Hugo... tem que entender que o que estou fazendo com Heloísa não é só sobre mim, é sobre todos nós. Não estou só lutando por ela, estou lutando por algo que sempre quis, por algo real.”

“ Eu sei, mas Liliane está tentando minar isso. Ela está disposta a destruir tudo, e a última coisa que eu quero é ver minha filha sofrer por causa disso.”

“ Eu entendo. E vou resolver isso. Mas você precisa parar de ouvir ela. Eu vou lidar com essa situação, Hugo. Heloísa e eu não vamos permitir que ela nos destrua.”

“Eu espero que você esteja certo, porque, se isso explodir, vai ser um inferno para todos nós.”

“ Eu sei, mas com Heloísa ao meu lado, não vou deixar ninguém nos separar.”

“Fique esperto, Vittorio. Não subestime o que ela é capaz de fazer. Se ela fizer mais alguma coisa, me avise, e eu estarei aqui para te ajudar.”

“Obrigado, Hugo. Eu vou cuidar disso.”

Eu nunca fui um homem de voltar atrás nas minhas decisões, muito menos de admitir que estava errado. Mas, enquanto segurava o telefone após desligar a ligação com Vittorio, não pude negar que algo dentro de mim estava mudando.

Talvez tenha sido o tom desesperado de Liliane, que soou mais forçado do que sincero. Talvez tenha sido a forma como ela tentou me usar, me manipulando para entrar em uma guerra que eu não queria mais lutar.

Ou talvez… tenha sido o medo de perder de vez minha filha.

Respiro fundo, passando a mão pelo rosto. Ainda é difícil aceitar que Heloísa escolheu Vittorio. Que meu melhor amigo e minha garotinha – a quem jurei proteger de todo mal – agora formam uma família.

Mas pior do que aceitar isso é a possibilidade de que Liliane realmente esteja tramando algo.

A porta do escritório se abre, e Ava entra devagar, me observando com aquela expressão que sempre me fez sentir como um livro aberto.

— Você ligou para ele, não foi? — ela pergunta, cruzando os braços.

Não adianta mentir.

— Liguei.

Ela assente, como se já esperasse essa resposta, mas não comemora.

— E o que Vittorio disse?

Solto um suspiro pesado antes de responder:

— Que vai ficar de olho em Liliane. Mas, para falar a verdade, não sei se isso será suficiente. Conheço muito bem gente como ela. Se quer algo, não vai desistir tão fácil.

Ava se aproxima, pousando a mão no meu ombro.

— Então talvez seja hora de você parar de lutar contra sua própria filha e começar a protegê-la do verdadeiro problema.

Minha mandíbula trava.

— Você quer que eu aceite esse relacionamento como se nada tivesse acontecido?

Ela se levanta, caminhando até mim. Seu olhar é firme, mas há um toque de compaixão ali.

— Comece aceitando que a sua filha fez uma escolha. E que, gostando ou não, você precisa respeitar isso.

Solto um riso sem humor, passando a mão pelos cabelos.

— Respeitar? Como eu faço isso quando tudo em mim grita para protegê-la? Para impedi-la de cometer um erro?

— Quem disse que é um erro, Hugo? Você? Seu orgulho? — Ava arqueia uma sobrancelha. — Porque, até onde eu sei, o maior problema aqui não é Vittorio. É Liliane. O Vittorio sempre foi seu amigo, você o conhece desde sempre.

Sinto meus músculos tensionarem ao ouvir esse nome novamente. Liliane. A mulher que eu deveria ter enxergado como uma ameaça muito antes de tudo isso explodir.

— Ela está mentindo — digo, mais para mim mesmo do que para Ava. — Essa história de gravidez… tem algo errado nisso. Algo me diz que essa criança não é dele.

— Então descubra. Mas não use isso como desculpa para afastar ainda mais sua filha. — Ava toca meu braço de leve. — Se você quer a proteger, faça isso do jeito certo.

O jeito certo.

Eu nunca fui um homem que se importou muito com isso. Sempre fiz o que era necessário, sem olhar para trás. Mas, pela primeira vez, me vejo diante de um dilema que não posso simplesmente resolver com um telefonema ou um acordo bem-feito.

Olho para Ava, para a sinceridade no olhar dela, e percebo que não tenho mais escolha.

Se Liliane quer guerra, então eu preciso estar pronto para lutar.

Mas, dessa vez, a luta não será contra Vittorio.

Será contra a verdadeira ameaça.

E, acima de tudo, será pela minha filha.

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