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Proibida para Mim: Apaixonado pela filha do meu amigo romance Capítulo 82

Heloisa Moura

Eu estava perdida entre as prateleiras de roupas infantis, sem saber exatamente o que comprar. Cada peça parecia tão pequena e delicada, e, ao mesmo tempo, tão cheia de significado. A ansiedade começava a tomar conta de mim — cada item parecia um passo mais fundo nesse caminho que, de alguma forma, eu ainda não sentia que estava pronta para trilhar. Não era sobre o bebê, claro. Eu estava empolgada para ser mãe, mas havia tantas outras coisas na minha mente, tantas questões não resolvidas, principalmente sobre o que estava por vir com Vittorio, minha vida e tudo o que ainda precisávamos enfrentar.

Foi então que ouvi passos atrás de mim. Uma presença que me fez imediatamente tensionar os ombros. Quando me virei, vi quem estava ali.

Liliane.

Ela estava impecável, como sempre, com um sorriso no rosto que eu já sabia o que significava. O olhar dela? Calculista. Fui tomada por uma sensação desconfortável, algo que tentava evitar, mas sabia que não teria como ignorar. A última coisa que eu queria naquele momento era um confronto.

— Heloísa, que surpresa! — ela disse com aquele tom de quem está mais interessada no meu desconforto do que em qualquer outra coisa. — Eu também estou aqui para fazer compras. Está tudo bem com o bebê?

Tentando manter a calma, forcei um sorriso e tentei ser educada, mas a irritação começou a crescer dentro de mim.

— Sim, está tudo bem. Só comprando o enxoval.

Ela me olhou com um interesse que, a essa altura, eu sabia ser falso. Ela estava tentando medir cada palavra, cada gesto meu.

— Eu sei que você está muito animada, mas... — Liliane fez uma pausa, como se estivesse escolhendo bem suas palavras antes de soltar o golpe. — Tem certeza de que está pronta para isso? Digo para ser mãe?

As palavras dela caíram pesadas, um golpe inesperado e direto ao meu coração. O peso da pergunta, a maneira como ela colocava tudo aquilo… Eu tentei não deixar que ela me afetasse, mas, na verdade, estava me consumindo por dentro.

— Eu vou ser a melhor mãe que posso ser, Liliane. — Minha voz saiu mais firme do que eu esperava, e, por um momento, senti um alívio por conseguir manter a compostura.

Liliane sorriu, mas era um sorriso irônico, como se soubesse que suas palavras tinham me atingido de algum jeito.

— Claro. Afinal, você já teve que coragem de roubar o pai do filho de outra pessoa não é?

Eu podia sentir a pressão dela, como se estivesse me forçando a duvidar de algo que já estava certo na minha mente. Ela queria que eu me sentisse inferior, talvez até envergonhada de estar tentando formar uma família com Vittorio, mas não era tão simples assim.

— Eu não sou você. E meu foco agora é o meu bebê e o meu relacionamento com Vittorio.

Ela levantou uma sobrancelha, divertida com a minha resposta, como se achasse graça da minha tentativa de ser firme.

— Sabe, não tenho dúvida de que Vittorio se importa muito com você. — Ela disse, com uma suavidade que me soou completamente falsa. — Mas ele tem uma família inteira esperando que ele siga o caminho certo. E, por mais que você tente, não vai conseguir mudar tudo isso.

Eu engoli em seco, sentindo um frio na espinha. Eu sabia que não seria fácil, que as coisas com a família dele nunca seriam simples, mas Liliane estava tentando fazer isso parecer mais difícil do que já era. Eu sentia uma pressão enorme para que Vittorio fizesse o que "a família esperava", mas eu também sabia que ele nunca me deixaria de lado, nem que o mundo desabasse.

— Eu não preciso mudar nada. Eu apenas vou continuar fazendo o meu melhor. E, se você continuar mexendo onde não deve, talvez seja melhor você se afastar. — Eu a encarei, tentando manter a calma, mas minha voz estava mais dura do que eu queria.

Liliane parecia surpresa com a minha resposta, mas, ao mesmo tempo, divertida. O sorriso dela estava cheio de segundas intenções, e, antes que ela pudesse dizer mais algo, ela deu um passo atrás.

— Eu quero o que é meu, Heloísa. E você vai aprender que, quando as coisas não saem como eu planejo, as pessoas têm que pagar o preço. Não vou deixar você destruir tudo o que eu construí.

Ela me puxou para fora da loja, e, com o movimento rápido, percebi que estávamos em uma rua tranquila, longe de qualquer movimentação. Não consegui evitar um grito abafado de pânico, mas Liliane estava completamente no controle da situação.

A cada passo que dava, o desespero aumentava. Sabia que, se conseguisse sair daquele pesadelo, minha vida nunca mais seria a mesma. O que Liliane faria comigo? E o que Vittorio pensaria ao saber que eu tinha sumido?

Fui jogada dentro de um carro preto, e logo a porta foi fechada com força. Ela entrou rapidamente ao meu lado, a arma ainda em mãos, mas agora voltada para baixo, como se estivesse apenas esperando o momento certo de agir.

A adrenalina estava em meu corpo como uma onda de frio, cada músculo tentando-se. Liliane se inclinou para frente, suas palavras saindo entre dentes cerrados.

— Agora, vamos jogar o jogo que você começou, Heloísa. Vamos ver o quanto você vai ser boa jogadora.

Eu engoli em seco, sentindo que algo muito mais sinistro estava prestes a acontecer. Não sabia até onde ela estava disposta a ir, mas uma coisa era certa: eu não poderia deixar que ela me controlasse. Não agora, não nunca.

Enquanto o carro se afastava da cidade, uma sensação de impotência tomou conta de mim. Eu estava sozinha, sem ninguém para me proteger. E sabia, no fundo, que esse sequestro era só o começo de algo muito maior. Algo que poderia mudar tudo o que eu conhecia.

Eu olhei para Liliane, que sorria de forma quase satisfeita, como se soubesse que eu já estava derrotada. Mas, por dentro, algo queimava. Eu não iria me render, não sem lutar.

E a luta estava apenas começando.

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