Vittorio Bianchi
Ligo pela terceira vez, e o telefone vai direto para a caixa postal.
Minha respiração está pesada, meu peito apertado, e um mau pressentimento rasteja pela minha espinha.
Heloísa disse que não demoraria. Saiu para comprar algumas coisas para o bebê, animada, cheia de planos. Mas já se passaram horas, e ela nunca fica tanto tempo fora sem me avisar.
Seguro o telefone com força, tentando controlar a angústia que cresce dentro de mim.
Tento de novo. Caixa postal.
Meu coração acelera. Isso não está certo.
Aperto o volante com força antes de arrancar com o carro. Eu preciso encontrá-la.
Algo está muito errado. E eu sei exatamente quem pode estar por trás disso.
Liliane.
Se ela fez alguma coisa com Heloísa, não há lugar no mundo onde possa se esconder de mim.
Acelero pelas ruas como se cada segundo fosse uma sentença. Meu coração b**e tão forte que posso ouvi-lo nos ouvidos, abafando qualquer outra coisa ao meu redor.
Ligo para todos que podem saber onde Heloísa está—ninguém a viu. O pânico cresce dentro de mim, um monstro me sufocando por dentro.
Paro em frente à loja onde ela disse que iria. Entro apressado, os olhos vasculhando cada canto.
— Com licença — digo à vendedora mais próxima. — Minha esposa esteve aqui hoje?
Ela me encara, confusa.
— Sim, há algumas horas… Mas ela saiu apressada. Parecia nervosa.
Minha respiração falha.
— Ela estava com alguém?
A vendedora franze a testa, como se tentasse se lembrar.
— Sim. Uma mulher. Morena, elegante… Pareciam se conhecer.
Meu sangue gela. Liliane.
Saio da loja às pressas, minha mente já em caos. Pego o telefone e disco um número que nunca pensei que precisaria de novo.
Hugo atende no terceiro toque.
— Vittorio?
— Liliane pegou Heloísa.
Há um silêncio tenso do outro lado da linha.
— Você tem certeza?
— Eu sei que foi ela! — rosno, a raiva tomando conta de mim. — E se ela fizer alguma coisa com Heloísa, Hugo… Eu juro que não me responsabilizo pelos meus atos.
Aperto o volante até meus nós dos dedos ficarem brancos.
— Precisamos encontrá-la — Hugo diz, sua voz carregada de gravidade. — Agora.
Engulo em seco, sentindo o medo e a fúria colidirem dentro de mim.
Heloísa está em perigo.
E eu não vou descansar até trazê-la de volta.
A ligação com Hugo termina abruptamente, e o silêncio que se segue me consome. Eu não tenho mais tempo para duvidar de minhas ações. Liliane é perigosa, imprevisível, e Heloísa está sob sua mira.
Coloco o telefone de volta no bolso e entro no meu carro com uma única certeza: preciso encontrá-la antes que seja tarde demais.
A cidade parece não me ver, as ruas passam em uma velocidade quase impossível. Cada curva, cada sinal vermelho, cada pedestre que atravessa a rua se tornam obstáculos que me afastam ainda mais de Heloísa.
Minhas mãos suam, o coração dispara. Ela tem que estar em algum lugar. Tenho que encontrá-la.
Passo rapidamente por um posto de gasolina e dou uma olhada rápida no espelho retrovisor. O reflexo de meu próprio rosto, suado e desesperado, é como um aviso do que vou fazer.
Eu sei que Liliane não se importaria de prejudicar Heloísa, não importa quem ela seja. Se isso significar vingança, Liliane não hesitaria.
Fico com o pensamento martelando enquanto meu carro voa pelas ruas escuras: O que ela quer de Heloísa?
Meu celular vibra no bolso e, ao ver quem está ligando, minha respiração falha. É Hugo.
— Vittorio! — sua voz está apressada. — Acabei de conseguir uma informação. Liliane foi vista entrando em um hotel na região sul. Um lugar afastado, longe de tudo.
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