Proibida para Mim: Apaixonado pela filha do meu amigo romance Capítulo 92

Arthur Bernard

Nunca pensei que um dia minha vida daria uma guinada tão abrupta. Estava sentado na sala, sozinho, com a cabeça a mil, quando o interfone tocou. Atendi sem muito interesse, mas as palavras do porteiro me fizeram gelar.

— Senhor Arthur… há uma mulher aqui da assistência social. Ela está com um bebê. Disse que é importante.

Senti o corpo gelar. Algo dentro de mim dizia que aquilo não era apenas uma coincidência. Desci apressado, coração acelerado e mãos trêmulas.

Assim que vi a assistente social, já soube.

— O senhor é Arthur Bernard? — ela perguntou, segurando uma criança enrolada num cobertor azul.

— Sou eu… o que está acontecendo?

— A mãe da criança… Liliane. Ela deixou uma carta no hospital e nomeou o senhor como responsável legal. Depois… desapareceu.

O mundo pareceu parar. Meus pés fincaram no chão como se eu estivesse preso ali. Um bebê. Um bebê que eu sabia… era meu. Não precisava de exame nenhum. Liliane havia dito uma vez, entre lágrimas e promessas quebradas. E agora ela se foi.

— Ela foi embora? — perguntei, com a voz falha.

A assistente social apenas assentiu e estendeu um envelope.

Peguei o bebê nos braços. O silêncio tomou conta de mim. O tempo parou.

Eu não conseguia sentir raiva. Nem revolta. Só tristeza.

Ela havia ido embora… me deixando com a única parte dela que restava.

Nosso filho.

Voltei para casa como um robô. Cada passo era um peso. Sentei no sofá com ele no colo e fiquei ali por horas, sem saber o que fazer, o que dizer, como agir.

Chorei.

Não chorei por mim, mas por ele. Pela dor que um dia talvez ele carregue ao descobrir que foi deixado pela mãe. Por crescer sem respostas. Por ter sido jogado no mundo antes mesmo de entender o que é viver.

— Você não merecia isso — sussurrei, passando os dedos pelo rostinho dele. — Mas eu tô aqui, tá? Eu não vou te deixar.

Nos dias seguintes, aprendi a trocar fraldas, preparar mamadeiras e identificar o tipo de choro. E a cada olhar dele, algo dentro de mim se reconstruía. Mesmo no caos, no cansaço, no medo… eu sabia que não estava mais sozinho. E ele também não.

Dei o nome de Lucas. Foi o nome que Liliane havia dito que queria. Poderia ter mudado, mas… era a única parte dela que ainda parecia sincera.

Mas, por mais forte que eu tentasse ser, eu precisava de ajuda. E só havia uma pessoa que eu podia pensar: Augustus.

Meu filho mais velho. O único que poderia entender, me estender a mão… me lembrar de que, no fim das contas, ainda havia um pedaço de mim no mundo disposto a caminhar comigo.

Peguei o celular. Minhas mãos tremiam enquanto digitava o número. Não fazia ideia de como ele reagiria, mas precisava tentar.

— Alô? — ele atendeu após dois toques.

— Augustus… sou eu. — Respirei fundo. — Filho, eu preciso de você.

Silêncio do outro lado. Um silêncio carregado de passado, mágoas e distância. Mas também de algo que nunca deixou de existir entre nós: laço.

— O que aconteceu, pai?

Fechei os olhos e deixei a voz sair, sem barreiras.

— A Liliane… ela foi embora. Me deixou com um bebê. O nosso filho.

Outra pausa. Longa. Pesada.

— E agora?

— Agora… eu quero criá-lo. Mas eu não consigo fazer isso sozinho. Não dessa vez.

E então, ouvi a resposta que aqueceu o peito:

— Eu tô indo, pai. A gente vai dar um jeito. Juntos.

E foi aí que eu soube: por mais que tudo estivesse desmoronando, ainda havia algo firme. Um elo. Um começo.

No dia seguinte, preparei tudo como se ele fosse um convidado importante — e era. Lucas estava calmo, embalado em um dos paninhos que comprei na correria. A campainha tocou, e quando abri a porta, lá estava ele. Augustus. O mesmo olhar firme da mãe, o mesmo jeito observador.

— Pai… — ele disse, confuso, olhando em volta até seus olhos pararem no bebê. — O que…?

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