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A Babá Virgem e o Viúvo que Não Sabia Amar romance Capítulo 117

O sol nascia preguiçoso sobre os campos da fazenda, tingindo tudo com tons dourados. A brisa fresca carregava o perfume da grama molhada pelo orvalho e o canto das galinhas ao longe anunciava que o dia começava. Aurora, encantada, observava tudo pela janela do quarto em que estava hospedada, seus olhos azuis brilhavam como se cada detalhe daquele lugar fosse um presente novo.

— Tia Isa, olha! Tem uma vaquinha ali! — gritou empolgada, apontando para um ponto distante no pasto.

Isabella sorriu, ainda ajustando os cabelos da menina, que estavam cuidadosamente trançados em duas longas tranças. Para completar o visual, Aurora usava um vestidinho florido em tons de amarelo e verde, com uma saia rodada que balançava conforme ela se mexia. As botas marrons de borracha, aquelas que Antonela insistiu em colocar na mala, agora pareciam o calçado mais perfeito do mundo para aquele dia. Na cabeça, um chapéu de palha com fita rosa completava o charme.

— Você está simplesmente linda, sabia? — Isabella disse, dando um beijo na bochecha rosada da menina. — Parece uma princesinha do campo.

— Princesas do campo usam chapéu? — Aurora perguntou curiosa.

— Usam. E também botas, porque precisam cuidar dos porquinhos, colher ovos e ajudar a tia Isa a trabalhar na fazenda.

Aurora abriu a boca num "O" de surpresa e correu até a porta.

— Vamos agora? Vamos?

— Calma, mocinha — Isabella riu, pegando o avental florido. — Primeiro, café da manhã.

O café da manhã na fazenda era uma festa de sabores. Na mesa, a avó de Isabella havia colocado pão fresco, queijo branco, manteiga, compotas caseiras e um jarro de leite recém-tirado. Aurora estava fascinada.

— Tia Isa, esse queijo é diferente do da cidade. É fofinho!

— Porque é fresquinho — respondeu a avó, sorrindo. — A vaca quase nem piscou e ele já virou queijo.

Aurora gargalhou, achando graça. Depois do café, começou a grande aventura da manhã. Isabella amarrou o avental na cintura da menina e a levou até o galinheiro.

— Vamos devagar, meu amor. As galinhas podem se assustar — disse Isabella, enquanto Aurora caminhava com passos cuidadosos.

— Elas botam os ovos de manhã, né? — perguntou a menina.

— Exatamente. E agora vamos pegá-los para o café da vovó.

Aurora colocou as mãos delicadamente na cesta de vime e pegou os ovos com uma concentração tão grande que Isabella precisou conter uma risada.

— Pareço uma galinha? — Aurora perguntou, séria.

— Parecida não, mas mais cuidadosa que muitas galinhas por aí — Isabella respondeu com carinho.

Quando terminaram no galinheiro, seguiram para o pomar. O ar estava impregnado com o doce perfume das maçãs maduras. Aurora ajudava como podia, levantando os bracinhos para pegar as frutas mais baixas enquanto Isabella esticava-se para alcançar os galhos altos.

— Tia Isa, essas maçãs são as mais bonitas que eu já vi! — disse Aurora, abraçando uma como se fosse um tesouro.

Logo, foram até a área dos porcos. Aurora, com o nariz franzido, olhou para os animais gorduchos.

— Eles fedem um pouquinho, né?

— Um pouquinho — Isabella riu. — Mas são muito bonzinhos. Quer dar comida a eles?

Aurora hesitou, mas quando viu Isabella jogar milho no cocho, imitou a babá e ficou radiante ao ver os porquinhos correndo para comer.

— Eu sou fazendeira agora! — anunciou, com orgulho.

Quando o sol começou a baixar, Isabella e Aurora voltaram para casa, onde a avó estava preparando um bolo de maçã. Aurora ajudou a mexer a massa com uma colher de pau, e Isabella não se conteve ao vê-la toda lambuzada de farinha.

— Olha como você ficou! — Isabella riu, limpando o nariz da menina com um pano.

— Eu sou a ajudante da vovó! — Aurora disse orgulhosa.

— Sim é a melhor. — disse Flora sorrindo para a menina com ternura.

Depois do jantar, Isabella deu banho em Aurora e colocou nela um pijaminha de algodão azul, estampado com pequenos desenhos de estrelas. A menina parecia exausta, mas ainda queria ouvir histórias antes de dormir.

Deitada na cama ao lado de Isabella, Aurora segurou a mão dela e perguntou com a voz mais doce do mundo:

— Tia Isa… você pode me amar como uma mamãe?

Isabella sentiu o coração apertar, e os olhos marejarem. Apertou de leve os dedinhos da menina e respondeu com a voz embargada:

— Eu já te amo, meu amor. Te amo tanto que nem sei explicar.

Aurora sorriu, fechando os olhos devagar.

— Então vou sonhar que a gente mora aqui pra sempre…

Isabella acariciou os cabelos da menina, sentindo o peso daquelas palavras como uma promessa silenciosa.

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