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A Babá Virgem e o Viúvo que Não Sabia Amar romance Capítulo 132

A noite na fazenda tinha um perfume doce e úmido, carregado pelo vento leve que passava por entre as árvores, espalhando o aroma fresco da terra recém-respirada pela brisa, das folhas ainda úmidas e de algo que só podia ser chamado de promessa. Acima deles, o céu se abria como um oceano de estrelas, imenso, profundo, protegido pela lua cheia que brilhava como se tivesse decidido iluminar apenas aquele instante, apenas aquele amor.

— Talvez… — disse ela, com um brilho nos olhos — você não precise dormir tão cedo.

Ele arqueou uma sobrancelha, surpreso e encantado.

— O que você está sugerindo, senhorita Isabella?

Ela riu e se afastou só o suficiente para deslizar os dedos pela mão dele e puxá-lo em direção à porta.

— Que tal um banho de riacho antes de dormir?

Lorenzo ficou imóvel por um segundo, depois sorriu largo, como um menino.

— Eu adoraria.

Lorenzo ainda segurava a mão de Isabella, e o calor do toque entrelaçado parecia ser o elo que mantinha os dois no mesmo compasso. Ela tinha os lábios entreabertos, o peito subia e descia rápido, não só pela expectativa, mas pela emoção que a envolvia.

Lorenzo a puxou pela mão, como um menino que convida a menina mais bonita da cidade para fugir de casa no meio da madrugada. Os dois atravessaram os corredores da fazenda em silêncio, com passos leves, para não acordar Aurora. A respiração contida, os olhares cúmplices. Mas, assim que cruzaram a porta dos fundos, a contenção se quebrou. Primeiro, vieram os sorrisos. Depois, as risadas. Por fim, uma corrida.

Descalços, eles atravessaram o gramado salpicado de orvalho. A grama fria roçava seus pés, e a cada passo levantava um cheiro fresco, misturado ao aroma das lavandas que cresciam perto do estábulo e ao toque adocicado do feno guardado. O som dos cascos dos cavalos ao longe, o canto distante de um grilo, tudo parecia compor uma sinfonia para acompanhá-los.

Isabella corria à frente, seus cabelos soltos dançando ao vento, e Lorenzo atrás, tentando alcançá-la. Ele gargalhava, mas não pela corrida, e sim pelo coração que parecia bater com a força de um homem vivo depois de muito tempo.

— Isso não é justo! — gritou ele entre risos. — Você corre leve como uma pluma!

— E você carrega esses músculos todos pra quê, então? — ela provocou, olhando por cima do ombro com um sorriso maroto.

Quando o clímax chegou, foi como uma explosão silenciosa. Isabella deixou escapar um gemido abafado contra o pescoço dele, enquanto Lorenzo a segurava com força, com o rosto enterrado em seu ombro. Ficaram imóveis por alguns instantes, respirando forte, sentindo os corações baterem no mesmo compasso.

Abraçados, ainda na água, ele colou a testa na dela. Os olhos fechados, as respirações misturadas. Isabella envolveu sua cintura com as pernas, apoiando o rosto no ombro dele. O som do riacho e da noite ao redor era o único testemunho do que haviam vivido.

— Eu podia ficar aqui pra sempre. — ela murmurou.

— Eu também. Mas… tem uma cama quentinha e uma princesinha esperando por nós dois. — ele respondeu, acariciando-lhe o rosto com um sorriso de canto. — Ou a rede da varanda… ou o celeiro… qualquer lugar, desde que seja com você.

Ela riu, com aquela felicidade que parece nascer do fundo da alma, e se aninhou ainda mais nele.

O que Lorenzo ainda não sabia … é que aquele amor que transbordava agora corria também nas veias de Isabella de um jeito novo e silencioso. Uma nova vida crescia dentro dela, tão frágil quanto uma semente que dorme na terra até o momento certo de florescer.

E a noite, cúmplice, guardava o segredo.

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