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A Babá Virgem e o Viúvo que Não Sabia Amar romance Capítulo 134

Foi então que ouviu o som familiar de passos no corredor. Um ranger leve no assoalho antigo, seguido pela abertura delicada da porta.

— Amor…?

A voz de Lorenzo era baixa, carregada de preocupação e ainda rouca de sono. Ele surgiu no batente da porta com os cabelos desgrenhados, a calça de moletom escura pendendo nos quadris, a camisa branca de malha sobre o corpo forte. Os olhos azuis estavam semicerrados, mas atentos. Ele parecia buscar nela alguma resposta que não sabia qual era.

— Você ainda tá na cama… — ele comentou, caminhando até ela com passos lentos. — Achei que já tivesse descido com a Aurora.

Isabella ergueu os olhos, forçando um sorriso pequeno, o tipo de sorriso que esconde mais do que revela.

— Acordei um pouco enjoada — disse, com a voz suave, quase leve demais. — Resolvi ficar mais quietinha hoje.

Lorenzo imediatamente se aproximou, ajoelhando-se em sua frente. As mãos quentes pousaram com firmeza sobre seus joelhos, e ele a fitou com uma expressão preocupada.

— Tá passando mal? O que foi? Comeu alguma coisa estranha?

Ela negou com a cabeça, com os dedos brincando com a barra do lençol.

— Acho que foi o cansaço. Ou o frio de ontem à noite. Não é nada sério, amor.

Ele a observou por mais um instante, como se tentasse decifrar o que não estava sendo dito. Depois passou os dedos pelos cabelos dela, afastando uma mecha rebelde que caía sobre seu rosto.

— Você devia ter me acordado. — murmurou, com um carinho que esquentava o coração. — Eu teria cuidado de você.

— Você estava dormindo tão bem… e eu não queria te preocupar à toa.

Ele sorriu de canto, beijando os lábios dela com delicadeza.

— A gente não vai mais cedo, tá? Liguei para Marco pedindo para remarcar a reunião para amanhã. Dá tempo de descansar, tomar um banho e almoçar tranquilamente.

Isabella assentiu, apertando levemente o joelho dele com a mão. A ideia de voltar para a casa de Lorenzo, agora não como babá, mas como namorada, era como se ela estivesse flutuando em outra realidade, uma onde as decisões precisassem ser tomadas com mais calma.

— Obrigada. — respondeu baixinho. — Acho que isso vai me ajudar mesmo.

Lorenzo se levantou e sentou ao lado dela na cama, puxando-a para o seu peito como se ela fosse parte dele. Isabella se deixou envolver, encostando a cabeça em seu ombro, com os olhos perdidos no vão da janela, onde a luz da manhã começava a se intensificar.

— Aurora desceu faz pouco tempo. — comentou ele, fazendo um carinho distraído nos braços dela. — Disse que ia preparar um chá pra você, com bolacha de água e sal. E que a dona Flora ia ajudar. — Ele deu uma risada abafada.

Isabella sorriu de verdade dessa vez. Era impossível não sorrir diante do amor simples de Aurora.

— Ela quer cuidar de mim… — murmurou, com a voz embargada.

— Ela tá curtindo isso. — Lorenzo respondeu, beijando seu ombro.

Ela fechou os olhos por um instante, respirando fundo. Parte dela queria contar, queria dividir aquele pressentimento, aquele susto doce, aquele segredo que talvez mudasse tudo. Mas outra parte, mais forte naquele momento, dizia que ainda não era hora. Que antes de falar em voz alta, precisava confirmar.Precisava sentir que aquele pequeno universo que talvez crescia dentro dela estava realmente ali.

— Ah, Isa… — disse ele, sentando-se ao lado dela novamente — esqueci de te contar. Falei com o doutor Stefano hoje cedo. Ele vai passar aqui daqui a pouco pra dar uma olhada na vovó.

Capítulo 134 - A Família é aquela que cuida 1

Capítulo 134 - A Família é aquela que cuida 2

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