A Babá Virgem e o Viúvo que Não Sabia Amar romance Capítulo 142

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Isabella parou, surpresa, como se o mundo ao redor tivesse diminuído o ritmo apenas para que aquelas palavras pudessem penetrar fundo em sua alma. O tom suave, mas firme, de Antonella carregava algo raro, um reconhecimento que não era apenas cortesia ou educação, mas um gesto genuíno, vindo de um lugar íntimo e silencioso. Era o tipo de coisa que não se pedia, que não se comprava, que não se forçava.

O olhar de Antonella tinha peso e tinha luz. Nele, Isabella viu gratidão, aceitação… e talvez até algo mais: a esperança de uma mãe que, por muito tempo, temeu nunca mais ver o filho tão vivo.

Lorenzo, percebendo o significado daquele instante, ajustou a mão na cintura dela, apertando-a com força o suficiente para que ela entendesse, sem precisar de palavras, que ele estava ali, ao lado dela, diante de todos, sem espaço para recuos ou dúvidas.

Aurora, completamente alheia à densidade do momento, ainda gargalhava nos braços da avó, espalhando uma alegria infantil que preenchia cada canto do pátio. Mas, entre os adultos, havia uma vibração diferente no ar. Um fio invisível, feito de promessas silenciosas, que parecia anunciar que aquele reencontro não era apenas um retorno… mas o início de algo muito maior.

Maria, que até então observava a cena a poucos passos de distância, aproximou-se com um sorriso que iluminava o rosto inteiro. Seus olhos, úmidos, passavam de Lorenzo para Isabella como quem contemplava duas peças de um quebra-cabeça finalmente encaixadas depois de anos de tentativas frustradas.

— Eu nunca vi Lorenzo assim… — confessou, com a voz carregada de emoção. — Esse brilho nos olhos… ah, isso é coisa rara.

Lorenzo soltou um riso discreto pelo nariz, mas não deu um passo atrás. Pelo contrário, aproximou Isabella ainda mais de si, quase como se quisesse protegê-la do mundo, como se cada comentário positivo fosse combustível para reafirmar a decisão que já estava tomada.

— Talvez eu tenha demorado demais para perceber o que estava na minha frente… Talvez por medo, por achar que eu não merecesse ser feliz novamente. — disse, olhando diretamente para a mãe. — Mas agora que percebi… não vou soltar nunca mais.

A declaração, dita com aquela voz grave e firme, fez um arrepio percorrer a espinha de Isabella. Não era uma frase jogada ao vento. Soava como um juramento.

Antonella, visivelmente tocada, ergueu uma mão e pousou-a no ombro do filho, enquanto a outra se estendia para segurar a mão de Isabella.

— O que importa… — ela respirou fundo, tentando conter a emoção que ameaçava transbordar — é que vocês se encontraram. E eu… estou feliz. Muito feliz. Tenho certeza que serão muito felizes juntos.

Maria assentiu com ternura, enxugando discretamente uma lágrima.

— Essa casa estava precisando desse tipo de alegria… — murmurou, mais para si mesma do que para os outros. — E Isa, trouxe para cá tudo o que estava faltando.

Isabella encarou Maria com os olhos marejados. Seu coração transbordava de alegria. Sabia que a partir de agora, tudo seria diferente. Ela, Lorenzo, Aurora… no fundo, tinha medo de que tudo não passasse de um sonho bom e que ela acabasse acordando.