O motorista aguardava no carro preto à lateral da mansão. Lorenzo atravessou o pátio com passos firmes, mas no fundo ainda sentia no peito o calor do beijo que deu em Isabella momentos antes. Era como se cada vez que se afastasse dela, o mundo perdesse um pouco da cor… mas o simples pensamento de voltar a vê-la o impulsionava.
A viagem até a sede da empresa foi rápida. O sol já começava a descer, lançando tons alaranjados sobre os prédios. Quando o veículo estacionou diante da fachada espelhada da sede, Lorenzo desceu ajustando o terno.
Assim que entrou no lobby, funcionários e recepcionistas o cumprimentaram com o habitual respeito. Mas havia algo diferente naquela tarde: Lorenzo não trazia o ar sisudo e distante que o tornou conhecido. Em vez disso, havia um sorriso largo em seu rosto, daqueles que não se colocam apenas para ser educado, era um sorriso genuíno, natural, que acendia algo em quem o via.
No fim do corredor, Marco o esperava. O amigo e braço direito da empresa o observou se aproximando e não conteve o próprio sorriso.
— Bom dia, chefe… ou devo dizer “homem mais feliz do mundo”? — provocou, estreitando a mão de Lorenzo num aperto firme.
— Pode ser os dois. — respondeu Lorenzo, com um brilho nos olhos que não passou despercebido.
Marco riu, balançando a cabeça.
— Já vi que a reunião de hoje vai ser leve.
A sala de reuniões estava pronta. A mesa de madeira escura polida, pastas organizadas, projeção ligada, equipe já à espera. Lorenzo assumiu a cabeceira, transmitindo a segurança de sempre, mas até ali, havia algo diferente, um tom mais calmo, uma atenção mais paciente, como se nada pudesse tirá-lo do eixo.
A pauta percorreu balanços financeiros, novos contratos e um projeto de expansão internacional. Lorenzo falava com clareza, mas vez ou outra deixava escapar aquele leve sorriso, o que gerava olhares curiosos entre os presentes. Para muitos, ele era um homem admirável, mas também distante e agora parecia mais… humano.
A reunião durou pouco mais de duas horas. Encerrada, a equipe saiu, deixando apenas Lorenzo e Marco na sala ampla, iluminada pelo pôr do sol que entrava pelas cortinas de vidro.
Marco se recostou na cadeira e cruzou os braços, encarando o amigo com um ar de quem guardava aquela pergunta desde que o viu entrar.
— Então… pelo visto, você e a Isabella se resolveram, não é?
O canto da boca de Lorenzo se ergueu num sorriso lento, como se ele estivesse saboreando a lembrança. Passou a mão pelo rosto e soltou um suspiro fundo, apoiando-se de volta na cadeira.
— Sim, cara… — disse num tom quase baixo, mas carregado de emoção. — Eu estou… nas nuvens.
— Nas nuvens? — Marco arqueou a sobrancelha, divertido. — Isso é forte vindo de você.
Lorenzo soltou uma risada breve. Forte, mas insuficiente.
— Não sei se consigo explicar, Marco… é como se ela tivesse virado uma chave dentro de mim. Antes… — fez uma pausa, olhando para o horizonte além da janela — antes eu vivia como se estivesse sempre atravessando uma tempestade. E ela… ela é o sol depois dela.
Marco o observava com atenção, sem interromper.
— Quando Isabella está perto, eu esqueço de respirar por um segundo. Não é só sobre atração, não é só sobre desejo, embora isso também exista, e muito, mas é… paz. É como se o mundo inteiro finalmente fizesse sentido.
— Uau… — Marco riu, coçando o queixo. — Então é sério mesmo.

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