O vapor ainda se espalhava pelo quarto, escapando pela fresta da porta do banheiro e se misturando ao aroma suave do sabonete que ainda pairava no ar. A luz do fim da manhã entrava pelas cortinas semi abertas, tingindo o ambiente com um brilho dourado que parecia abraçar tudo o que tocava.
Lorenzo surgiu primeiro, com os pés firmes no carpete, usando um roupão cinza amarrado com precisão na cintura. O tecido marcava a largura dos ombros e o peito definido, e alguns fios de cabelo úmidos caíam displicentes sobre a testa. Havia algo de perigoso e ao mesmo tempo terno no jeito como ele a olhava, como se cada segundo ao lado dela fosse uma lembrança que ele não queria perder.
Isabella apareceu logo depois, num roupão branco macio que acariciava sua pele ainda quente do banho. As gotículas de água se acumulavam nos fios loiros e úmidos, deslizando até a curva do pescoço. Ela sentia o coração acelerar sutilmente, um efeito inevitável do olhar dele, que ainda carregava a mesma intensidade de quando estavam juntos no box, como se nada pudesse atenuar aquele desejo misturado ao afeto.
Sentando-se na beira da cama, Isabella pegou a toalha e começou a secar o cabelo, com movimentos lentos e quase distraídos. Mas Lorenzo, com passos silenciosos, aproximou-se por trás. Suas mãos afastaram com delicadeza as mechas que escondiam o pescoço dela, e os lábios tocaram aquele ponto sensível que ele conhecia tão bem, arrancando dela um suspiro involuntário.
— Ainda não superei a sua cara quando te puxei para o box… — murmurou ele, a voz grave roçando contra a pele dela.
Isabella sorriu, inclinando levemente a cabeça para o lado, cedendo ao toque.
— E eu ainda não superei o que você fez lá dentro… — respondeu, num tom carregado de significado.
Ele soltou um riso baixo, quase satisfeito, e inclinou-se para capturar os lábios dela num beijo lento, preguiçoso, mas que carregava uma promessa silenciosa. As mãos dele seguravam seu rosto como se ela fosse algo frágil e precioso. Quando se afastou, permaneceu ali, fitando-a como se tentasse gravar cada detalhe: a pele ainda levemente corada, o brilho nos olhos, o roupão que se abria o suficiente para revelar mais do que deveria.
— Acho que vou trancar essa porta… — disse, em tom meio brincalhão, meio sério, e deu um passo à frente.
Mas a ideia se perdeu no instante seguinte, quando a maçaneta girou e a porta se abriu.
Aurora entrou no quarto como um raio de luz, cheia de energia, trazendo com ela o cheiro de pão fresco e chocolate quente que vinha da cozinha.
— Papai! Mamãe! — exclamou, correndo até eles. — Vocês estão demorando pra descer!
Isabella ajeitou o cinto do roupão com um gesto instintivo, enquanto Lorenzo mantinha a postura, embora um canto da boca revelasse o quanto se divertia com a situação.
— Bom dia, meu girassól. — disse ele, agachando-se para receber o abraço da filha. — Aconteceu alguma coisa?
— Não… mas eu sonhei de novo com a mamãe e queria contar! — disse Aurora, com os olhos brilhando.
— E o que foi dessa vez? — perguntou Isabella, suavizando a voz, sentando-se na beira da cama para ficar na altura da menina.
Aurora sorriu com inocência.
— Ela disse pra gente se divertir mais… e acho que vocês já estão fazendo isso, né?

Verifique o captcha para ler o conteúdo
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: A Babá Virgem e o Viúvo que Não Sabia Amar