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A Babá Virgem e o Viúvo que Não Sabia Amar romance Capítulo 178

O fim de tarde vestia o céu com pinceladas douradas e avermelhadas, como se o sol demorasse a se despedir, pintando cada nuvem de fogo e ternura. A brisa leve trazia consigo o perfume doce das flores do jardim, rosas abertas, jasmim espalhando sua delicadeza no ar e o som distante das gargalhadas de Aurora, que corria pelo quintal com Antonella de perto, num jogo alegre de pega-pega.

O carro preto de Lorenzo estacionou na entrada com suavidade, mas seu coração batia com força. Ele carregava nos braços duas sacolas de compras e, equilibrada contra o quadril, uma caixa menor, misteriosa, que parecia conter não apenas algo material, mas um gesto de amor cuidadosamente planejado.

Na varanda, Isabella o esperava. Usava um vestido simples de algodão azul-claro, mas que parecia ter sido feito para ela, realçando a suavidade de sua pele e o brilho sereno de seus olhos. Ao vê-lo aproximar-se, o sorriso lhe escapou espontâneo, iluminando o rosto com um calor que Lorenzo sempre julgava ser a razão de seguir respirando. Ele subiu os degraus e, antes mesmo de qualquer palavra, inclinou-se e encostou um beijo suave nos lábios dela. Foi um beijo breve, mas cheio de intenções não ditas, a promessa de que cada gesto dele seria sempre por ela, por eles.

— Trouxe umas coisinhas para vocês… — murmurou, estendendo uma das sacolas.

Isabella arqueou uma sobrancelha, divertida e desconfiada.

— Para mim? — perguntou, com a voz brincalhona, mas já carregada de expectativa.

Ele sorriu de canto, aquele sorriso grave e cativante que parecia carregar o peso de todos os segredos do mundo.

— Para você, para o Benjamim… e para a nossa princesinha. — respondeu, olhando-a com ternura, e havia algo no tom que fazia a curiosidade dela arder ainda mais. — mas o seu eu entrego mais tarde. Isabella corou e sorriu sem jeito.

Aurora, que corria pelo gramado, ouviu o “princesinha” e interrompeu a brincadeira com a avó. O vestido florido rodopiou junto com ela enquanto corria em disparada, os cachinhos saltavam como pequenos sinos de ouro à luz do entardecer.

— Papai! Papai! O que é? — gritou, com os olhos já brilhando de expectativa.

Lorenzo se agachou, abrindo os braços para acolhê-la no abraço que sempre lhe aquecia o peito. Com uma das mãos, afagou os cachinhos dela.

— O seu presente… está no carro.

Os olhos de Aurora se arregalaram como duas pedras preciosas iluminadas. Ela prendeu a respiração por um instante e, como se tivesse recebido a missão mais importante do mundo, saiu correndo em direção à entrada, ansiosa.

Isabella riu baixinho, encantada com a cena, e caminhou ao lado de Lorenzo, enlaçando discretamente os dedos entre os dele. O gesto simples fazia o coração dele vibrar, como se ainda fosse adolescente descobrindo o primeiro amor.

— Você está aprontando alguma, Lorenzo Velardi… — provocou, balançando a cabeça.

Ele apenas sorriu, misterioso, mantendo o silêncio proposital.

Quando chegaram perto do carro, Aurora já estava parada diante de uma caixa média, com pequenas aberturas nas laterais, de onde vinha um som abafado, quase imperceptível, e um movimento inquieto. A menina a observava como quem tenta decifrar o maior enigma da vida.

— O que é isso? — perguntou em um sussurro, com a respiração presa.

Lorenzo se aproximou, com um sorriso nos lábios e falou:

— Abre, meu amor.

Aurora lançou-lhe um olhar desconfiado, depois buscou o da mãe, que apenas assentiu com um sorriso encorajador. Então, com as mãos pequenas, levantou devagar a tampa da caixa.

Foi quando o inesperado aconteceu.

Capítulo 178 - O Presente do Entardecer 1

Capítulo 178 - O Presente do Entardecer 2

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