Seguindo Beatriz, Stefano entrou na sala principal, onde Isabella estava sentada com as mãos pousadas sobre o ventre já arredondado. Os cabelos soltos caíam pelos ombros, e o rosto iluminado denunciava a felicidade daquela fase da vida. Ao vê-lo, Isabella sorriu com ternura.
— Como anda o Benjamin, doutor? — perguntou, acariciando a barriga.
Stefano respondeu com leveza:
— Cada dia mais forte, Isabella. E logo vai estar correndo por essa casa. — disse, com aquele olhar clínico, mas afetuoso.
— Ah, se Deus quiser! — Isabella suspirou, emocionada. — Venha, sente-se conosco.
Na cozinha, Maria estava no comando, como sempre. Seu avental florido tinha respingos de molho, e o rosto, ainda mais vermelho que o habitual, denunciava o calor dos fogões acesos. Ao lado dela, Dona Flora mexia uma panela enorme, enquanto Antonella cortava legumes com a precisão de quem sabia que a estética do prato era quase tão importante quanto o sabor.
— Doutor Stefano, venha aqui! — Maria chamou, gesticulando com uma colher de pau. — Se quer fazer parte da família, vai ter que ajudar também!
Beatriz gargalhou, puxando Stefano pela mão até a cozinha. Ele ergueu as mãos, simulando rendição.
— Estou à disposição. O que preciso fazer?
Dona Flora o olhou de soslaio, avaliando-o com aquele olhar afiado de matriarca.
— Mexa o creme, mas sem afobar. — ordenou.
Stefano pegou a colher de pau como quem segura um bisturi, e começou a mexer com concentração. Isso arrancou um riso coletivo da cozinha.
— Médico que mexe panela me agrada. — Dona Flora declarou, finalmente deixando escapar um sorriso. — Quem cuida de gente, normalmente, sabe tratar fogo.
Stefano ergueu os olhos, divertido.
— Às vezes a panela obedece mais do que o paciente. — disse, arrancando gargalhadas gerais.
Até Antonella, que raramente ria alto, cobriu a boca para disfarçar o sorriso.
— Gostei dele. — Dona Flora murmurou para Maria, mas em um tom de voz alto o suficiente para Stefano ouvir. — Esse aí tem jeito.
Beatriz, ao lado dele, apenas sorriu, os olhos brilhando de orgulho.
Quando todos se reuniram à mesa, o clima era de pura descontração. As louças brancas refletiam a luz natural que entrava pelas janelas, e o vinho já circulava entre os adultos. Aurora, curiosa, estava sentada entre Isabella e Antonella, mexendo com ansiedade na caixa de uma torta que Stefano tinha trazido.
— E a torta? — perguntou, com os olhinhos brilhando.
Isabella sorriu e acariciou os cabelos da filha:
— Só depois do brinde, mocinha. Temos dois motivos para comemorar hoje.
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