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A Babá Virgem e o Viúvo que Não Sabia Amar romance Capítulo 191

O quarto ao lado, ainda estava cheio de vozes baixas e risadas, mas Lorenzo, atento, notou o cansaço refletido no rosto de Isabella. O suor ainda colava aos fios de cabelo, e a exaustão do parto pesava em seus ombros frágeis. Com um gesto suave, ele se inclinou e sussurrou ao ouvido da esposa:

— Vem comigo, meu amor. Agora é a sua vez de ser cuidada.

Sem lhe dar tempo de protestar, ele passou o braço por sua cintura e a conduziu até o banheiro. Isabella deixou-se levar, o corpo mole de cansaço, mas o coração palpitando pela forma como ele a olhava, como se ela fosse a coisa mais preciosa do mundo.

O banheiro estava silencioso, iluminado apenas pela luz do sol que entrava sobre a fresta da janela. Lorenzo a sentou num pequeno banco de madeira, com a delicadeza de quem pousa uma joia sobre um altar. Ele se abaixou à frente dela, beijou-lhe a testa e, em seguida, foi até a banheira de porcelana. Abriu a torneira devagar, testando a temperatura da água com a mão, regulando com cuidado até que estivesse morna, perfeita para relaxar os músculos da esposa. Depois, derramou algumas gotas de óleo de lavanda que havia encontrado, enchendo o ambiente com um aroma suave.

Isabella observava cada gesto em silêncio, com os olhos marejados. Sentia o coração aquecer de uma forma inexplicável. Aquele homem, que tantas vezes foi tempestade, agora era puro abrigo.

— Você não precisa… — ela murmurou, com a voz fraca mas cheia de emoção. — Está cansado também.

Lorenzo voltou-se para ela e sorriu, aquele sorriso meio torto que sempre a desarmava.

— Eu nunca vou me cansar de cuidar de você. — respondeu, ajoelhando-se outra vez diante dela. — Depois do que fez hoje, depois da força que vi em você… Isa, eu só consigo agradecer.

Ela deixou uma lágrima cair, e ele a enxugou com o polegar, devagar, como se o mundo tivesse desacelerado.

— Eu só fiz o que toda mãe faria. — disse, ainda emocionada. — Mas você… Lorenzo, você esteve ao meu lado em cada segundo. Eu senti a sua força em mim.

Ele riu baixo, balançando a cabeça.

— Eu não sei quem sustentou quem, Isabella. Eu só sei que hoje, quando ouvi o choro do nosso filho… — a voz dele falhou, e ele precisou inspirar fundo. — Eu renasci com ele.

Isabella segurou-lhe o rosto com as duas mãos com os olhos fixos nos dele.

— Então renascemos juntos. — sussurrou.

Lorenzo a ajudou a levantar-se com cuidado e conduziu-a até a banheira. Ela entrou devagar, deixando a água morna envolvê-la, soltando um suspiro longo, quase um gemido de alívio. Ele ajeitou os cabelos dela, afastando-os do rosto, e com uma esponja, começou a passar água sobre seus ombros, sobre os braços, com gestos lentos e reverentes.

— Eu não mereço tanto. — ela murmurou, com os olhos fechados, deixando-se embalar pelo toque.

— Não diga isso nunca mais. — Lorenzo respondeu, firme, mas com ternura. — Você é tudo o que eu pedi em silêncio, tudo o que eu pensei que não teria mais. Você me deu um lar, me deu esperança, e agora… me deu um filho.

Os olhos de Isabella se encheram novamente de lágrimas.

— E você me deu coragem. — disse, abrindo os olhos e encarando-o. — Coragem no amor. Ele inclinou-se e beijou-lhe a mão, demoradamente.

— Isa… eu juro diante de Deus e de tudo o que existe que nunca vou soltar a sua mão. — falou, com a voz grave, carregada de verdade. — Vou envelhecer ao seu lado, vou estar em cada sorriso, em cada lágrima. Quando nossas mãos estiverem enrugadas e os cabelos brancos, ainda vou olhar para você como olho agora.

Isabella deixou escapar um soluço emocionado, estendendo a mão molhada para acariciar o rosto dele.

— E eu juro que nunca vou deixar de te amar, Lorenzo. Nem quando a vida nos testar, nem quando o tempo quiser nos cansar. Meu coração é seu, para sempre.

Ele sorriu com os olhos marejados, apoiou a testa na dela e murmurou, em quase um sussurro:

— Então estamos condenados a esse amor eterno… e eu não poderia pedir condenação mais doce.

Ela riu baixinho, emocionada, e o beijo que trocaram em seguida não foi urgente, mas cheio de promessa. Promessa de eternidade, de cumplicidade, de gratidão.

Isabella permaneceu alguns minutos na banheira, de olhos fechados, respirando o perfume da lavanda que Lorenzo havia colocado. Sentia-se envolvida pelo calor da água e pela presença do marido, que permanecia ali ao lado, atento a cada detalhe, como se a vigiasse com o coração. O barulho suave da água escorrendo pelas mãos dele ao molhar-lhe os ombros era quase uma melodia de fundo.

— Está bem? — perguntou Lorenzo com a voz baixa, como se tivesse medo de quebrar a paz daquele instante.

Capítulo 191 - Cuidando de Você 1

Capítulo 191 - Cuidando de Você 2

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