Entrar Via

A Babá Virgem e o Viúvo que Não Sabia Amar romance Capítulo 195

Mansão Vellardi, fim de tarde

O sol da tarde atravessava as largas janelas da mansão Vellardi, espalhando um brilho dourado que dançava sobre as paredes brancas de molduras clássicas. O piso de madeira refletia os raios quentes, e o ar parecia impregnado de uma serenidade que só aquele lar poderia carregar. O silêncio era entrecortado por sons suaves, o eco distante de risadas no jardim, o cantar dos pássaros na copa das árvores, o leve farfalhar da brisa entrando pelas cortinas de linho.

Do banheiro principal vinha um perfume delicado de sabonete infantil, doce e acolhedor, que parecia se misturar ao cheiro fresco da primavera. Foi por ali que Lorenzo surgiu, saindo devagar, segurando Benjamin contra o peito. A toalha felpuda, branca e grande, envolvia o corpinho pequeno, ainda quente do banho, enquanto o bebê resmungava baixinho, com o rostinho rosado e sonolento colado ao pai.

Benjamin, era uma miniatura perfeita do amor que unia aquela família. Os fios loirinhos úmidos grudavam na testa, formando pequenas ondas desalinhadas, e os olhinhos verdes, os mesmos de Isabella, piscavam lentamente, pesados de sono, mas atentos a cada estímulo ao redor. O rostinho redondo e macio tinha um rubor saudável, e os dedinhos minúsculos se agarravam instintivamente à pele do peito de Lorenzo.

Lorenzo, por sua vez, estava descalço, com os cabelos molhados caindo sobre a testa, o tronco nu ainda úmido, os músculos definidos destacando-se sob a luz dourada. O contraste entre a imponência física e a delicadeza com que segurava o filho era quase poético.

Ele olhou para Benjamin com uma expressão de orgulho que parecia maior do que ele mesmo, e, num tom baixo, murmurou:

— Olha só, piccolo leone… — sorriu de canto, ajeitando a toalha ao redor do bebê. — Já está pronto para conquistar corações, hm?

Benjamin soltou um som abafado, algo entre um resmungo e um suspiro, e Lorenzo riu baixinho. Aquele som, tão simples, era suficiente para atravessar todas as camadas de dureza que ele carregava. Aproximou os lábios da cabecinha úmida do filho e depositou um beijo demorado, sentindo o cheirinho inconfundível de pele de bebê.

— Ti amo tanto… — sussurrou, deixando escapar as palavras como uma confissão íntima, quase reverente.

Enquanto Lorenzo se perdia naquele universo pequeno e perfeito, Isabella, Aurora e Antonella entravam pela porta lateral que dava acesso ao jardim. Vinham carregando no rosto o brilho de quem passou a tarde sob o sol, plantando flores novas.

As mãos de Aurora estavam cobertas de terra, os dedinhos sujos contrastando com o vestido branco salpicado de manchas de barro. O coque bagunçado deixava escapar mechas loiras que caíam sobre o rosto corado, e seus olhos azuis brilhavam como duas pedras preciosas sob o sol. Isabella vinha logo atrás, com o vestido florido marcado pelo pó da terra, os cabelos soltos caindo em ondas naturais e um sorriso leve que denunciava um cansaço gostoso. Antonella, com um chapéu de palha e as mãos sujas, carregava uma pequena caixa de ferramentas, mas trazia no olhar a mesma serenidade orgulhosa.

Maria acabava de sair da cozinha e quando viu as três falou:

— Então muitas mudas novas foram plantadas?

Aurora sorriu para a mais velha e se antecipou:

— Sim Maria, eu e a mamãe plantamos uma rosa linda. Eu também plantei uma florzinha para o Ben, quando ele ficar maior a mamãe me falou que ele vai poder ajudar.

— Que maravilha minha princesa.

— Agora vá tomar um banho com a mamãe que vou ajudar a Maria no jantar.

— Tá certo vovó Antonella.

Assim que começaram a subir a escada em direção ao quarto, o som suave de um risinho abafado fez Aurora parar no meio do degrau.

— Papai! — gritou, com a voz doce que ecoou pelo corredor. — O Ben já tá cheiroso?

O grito fez Lorenzo levantar os olhos, e um sorriso largo se abriu em seu rosto. Aurora largou a mãe e disparou na frente, correndo pelos corredores com os passos leves de quem sabe exatamente onde encontrar o pai.

Quando chegou até ele, Lorenzo se agachou, trazendo Benjamin ligeiramente para frente, permitindo que a irmã pudesse vê-lo de perto.

— Vem ver, principessa — disse, com a voz baixa e carregada de carinho. — O Ben tomou banho com o papai.

Aurora se aproximou devagar, com os olhinhos brilhando de curiosidade, e estendeu um dedinho hesitante até tocar o pezinho ainda úmido do irmão. O toque delicado fez Benjamin abrir os olhos e soltar um som baixinho, quase um “ahhh”, que arrancou um sorriso deslumbrado da menina.

— Ele tá tão fofinho, papai… — sussurrou, com um carinho que fez o peito de Lorenzo apertar. Depois encostou os lábios na bochechinha rosada do bebê e murmurou baixinho: — Oi, meu pequeno príncipe…

Benjamin mexeu as mãozinhas, como se reconhecesse a voz dela, e Aurora soltou uma gargalhada alta.

— Ele respondeu, mamãe! — exclamou, girando o corpo para chamar Isabella, que se aproximava com passos lentos. — Olha, ele me respondeu!

Isabella caminhou até eles, com os olhos marejados com a cena. Passou os dedos suavemente pelo ombro nu e ainda úmido de Lorenzo, sentindo o calor do corpo dele, e murmurou com a voz embargada:

— Vocês dois são um espetáculo… — disse Isabella, com os lábios curvando num sorriso que misturava amor e admiração. Ela olhava Lorenzo com Benjamin aninhado no peito, como se gravasse cada detalhe na memória. — Olha o jeito que ele se aconchega no seu peito, meu amor.

Lorenzo ergueu os olhos e a encarou por um instante. Não havia pressa, não havia palavras desnecessárias. Apenas um sorriso lento, carregado de tudo o que ele sentia por ela, por aquele bebê, por aquela vida.

— É o único lugar do mundo onde ele parece completamente em paz… — respondeu, com a voz baixa, quase um sussurro que Isabella sentiu mais do que ouviu.

Aurora, que estava de pé ao lado da mãe, observava o irmão com um brilho curioso nos olhos azuis. Ela esticou a mãozinha para tocar o pezinho pequeno, mas Isabella segurou delicadamente seus dedinhos, sorrindo:

— Vamos tomar banho, minha principessa. Assim ficamos bem cheirosas para o papai e para o Ben.

Aurora abriu um sorriso largo, os olhinhos brilhando, e assentiu com entusiasmo:

— Quero ficar mais cheirosa que o Ben!

Lorenzo riu baixo, inclinando o rosto para beijar a testa da filha:

— O papai vai amar ficar com os dois cheirosinhos.

Capítulo 195 - Meu Universo em Seus Braços 1

Capítulo 195 - Meu Universo em Seus Braços 2

Capítulo 195 - Meu Universo em Seus Braços 3

Verify captcha to read the content.VERIFYCAPTCHA_LABEL

Histórico de leitura

No history.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: A Babá Virgem e o Viúvo que Não Sabia Amar