A Babá Virgem e o Viúvo que Não Sabia Amar romance Capítulo 58

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Lorenzo demorou a adormecer naquela noite.

Depois que Isabella correu escada acima, os olhos cheios de mágoa e o corpo tremendo, ele permaneceu na sala por longos minutos, imóvel, com as mãos nos bolsos do sobretudo ainda úmido. A respiração era pesada, e o coração, mesmo contra sua vontade, batia como se tivesse atravessado uma guerra.

Antonella não disse nada. Apenas o olhou. Com os olhos de mãe. Com a sabedoria de quem vê além do que é dito. E ele, como sempre, subiu sem falar. Trancou a porta do quarto. Retirou a roupa com pressa, como se o tecido colado ao corpo carregasse o peso do erro. Jogou a camisa molhada no chão, passou as mãos no rosto e tentou... esquecer.

Mas como esquecer o que queimava por dentro?

Como apagar da pele os segundos em que ela esteve tão perto?

Ela. Isabella.

Ela que tremia nos braços dele. Que olhava para ele como se visse algo além. Que não recuava, mesmo ferida. Que o tocava sem tocar. Que dizia sem dizer.

Ele deitou-se na cama com o corpo tenso. Puxou o lençol até a cintura. Tentou pensar no trabalho, em Aurora, em tudo que pudesse manter a sanidade. Mas bastou fechar os olhos... e ela voltou.

No sonho, Isabella estava em seu quarto.

A luz era suave, dourada, como o fim de uma tarde que nunca termina. Ela usava um vestido branco, leve, preso apenas por finas alças nos ombros. O tecido moldava-se ao corpo com a naturalidade de quem não precisa de adornos. Os pés descalços deslizavam pelo piso de madeira, e os cabelos soltos caíam em ondas suaves pelas costas.

Ela não dizia nada.

Apenas se aproximava, com passos lentos, quase silenciosos. E ele... ele não conseguia se mover. Como se estivesse preso entre a lucidez e a vertigem. Como se o corpo soubesse que estava sonhando, mas o coração... o coração não se importava.

Isabella parou diante dele. Os olhos verdes brilhavam, escuros, fixos nos dele. E quando ela estendeu a mão e tocou seu peito nu, Lorenzo prendeu a respiração.

O toque era quente. Mais do que quente. Era como fogo deslizando por gelo antigo. Como calor entrando onde só havia sombra.

Ela passou os dedos devagar pela pele dele, do ombro até o abdômen, desenhando linhas invisíveis. E então, sem dizer uma palavra, subiu no colo dele, com a leveza de quem pertencia àquele lugar.

Lorenzo afundou as mãos nas coxas dela, sentindo a maciez da pele dela. A respiração ficou curta. O coração batia rápido, desesperado. E ela… ela se aproximou mais, colando os corpos, até que seus rostos estivessem a milímetros.

— Por que você foge de mim? — ela sussurrou, com os lábios quase tocando os dele.

Ele tentou responder, mas não conseguiu.

Tudo que pôde fazer foi gemer baixo, quando Isabella inclinou-se e roçou os lábios pela curva do seu pescoço, descendo até o ombro. Seus beijos eram leves, como brisa... mas deixavam um rastro em chamas.

Ela passou os lábios, lentos, sensuais, pelos ombros dele. Depois pelo peito. E subiu de novo, encostando o rosto no dele. O perfume dela era doce, quente e familiar. Inconfundível.

Ele fechou os olhos, e sua boca buscou a dela num impulso. O beijo aconteceu como uma explosão contida. Primeiro suave, hesitante. Depois urgente, profundo, quente. As línguas se encontraram, os corpos se moveram em sintonia instintiva, e Lorenzo a apertou com força contra si. Queria ela mais perto. Queria tudo. Queria se perder ali.

As mãos de Isabella subiram pelas costas dele, arranhando de leve, deixando marcas. O vestido escorregou por um dos ombros, revelando a pele nua. Ele inclinou-se, colando os lábios ali, aspirando o perfume. Passou a boca devagar pelo ombro exposto, sentindo o sabor da pele quente, macia. E ela mordeu os lábios, de olhos fechados, deixando escapar um suspiro que o fez gemer junto.