Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango ) romance Capítulo 147

~CHRISTIAN~

Estava debruçado sobre minha mesa no escritório da casa quando Marco apareceu na porta, carregando uma pasta volumosa e uma expressão que misturava alívio com urgência. Haviam se passado apenas dois dias desde que chegáramos à Serra Gaúcha, mas eu já sentia a necessidade de retomar o controle dos negócios da família. A situação com Elise e as sabotagens havia me forçado a negligenciar aspectos importantes da empresa, e agora era hora de colocar tudo em ordem.

— Como estão as coisas por aqui? — perguntei, gesticulando para que ele se sentasse na poltrona em frente à minha mesa.

Marco se instalou confortavelmente, abrindo a pasta e espalhando alguns relatórios na mesa.

— Boas notícias, na maior parte — começou, sua voz carregando um otimismo que eu não ouvia há semanas. — Conseguimos conter completamente as sabotagens. A equipe de segurança que você contratou fez um trabalho excepcional. Identificaram e eliminaram todos os pontos de vulnerabilidade no processo de produção. Também demitimos toda a equipe de RP, é claro, mas vamos precisar pensar nisso logo. Não podemos ficar muito tempo sem departamento de comunicação.

Senti um peso se levantar dos meus ombros. As sabotagens aos vinhedos orgânicos haviam sido uma das minhas grandes preocupações, especialmente sabendo que estavam conectadas às ameaças contra Zoey.

— E as uvas? — perguntei, pegando um dos relatórios para examinar.

— Estão se desenvolvendo melhor do que esperávamos — Marco sorriu, claramente satisfeito. — O projeto orgânico não só sobreviveu às sabotagens como está superando todas as projeções iniciais. Os enólogos estão otimistas de que teremos uma safra excepcional.

— Excelente — murmurei, folheando os números impressionantes. — E o contrato com a Ásia?

— Vai muito bem — Marco respondeu entusiasticamente. — Os japoneses estão mais que satisfeitos com as primeiras remessas. Tanto que já estão falando em expandir o acordo para incluir outros países asiáticos. Coreia do Sul, Singapura, até mesmo algumas discussões preliminares sobre a China.

Isso era melhor do que eu havia esperado. O mercado asiático representava uma oportunidade de crescimento exponencial para a Bellucci.

— Mas — Marco continuou, e eu pude detectar uma mudança em seu tom — preciso voltar para a Europa o quanto antes. Bianca está praticamente surtando lá sozinha, tentando lidar com todas as consequências da saída do Antônio.

Franzi o cenho. A situação na Europa era delicada, especialmente depois de demitir Antônio do conselho. Bianca era competente, mas nunca havia lidado com a pressão de gerenciar operações internacionais sozinha.

— Vamos precisar rever isso completamente — disse, recostando-me na cadeira enquanto processava as informações. — Agora que Antônio está fora da Bellucci definitivamente, preciso de um novo COO na Europa. Alguém em quem possa confiar totalmente.

Marco se inclinou para frente, claramente interessado.

— Esse alguém seria eu? — perguntou diretamente.

Considerei a proposta por alguns segundos. Marco era da família, competente, e tinha minha confiança absoluta. Mas havia outras considerações a fazer.

— Não — respondi finalmente. — Com todos esses avanços na Ásia, você seria mais útil lá.

Marco riu, balançando a cabeça com diversão.

— Você vai me mandar para o outro lado do mundo?

— É o mais sensato — respondi pragmaticamente. — Alguém da família precisa estar à frente do novo projeto. A expansão asiática é muito importante nesse momento.

— E a Europa? — Marco perguntou. — Quem você tem em mente?

— Nathaniel Carter — respondi sem hesitação. — Para COO da Europa.

Marco considerou isso por um momento, claramente avaliando a escolha.

Marco pareceu considerar isso mais seriamente.

— Fico com Matheus na Ásia — Marco disse rapidamente. — Ele se adaptaria bem à cultura de trabalho asiática. E Anne... acho que se adaptaria melhor na Europa mesmo.

A rapidez com que Marco escolheu Matheus não passou despercebida.

— Vocês não estão bem? Você e Annelise? — perguntei diretamente.

Marco suspirou, correndo uma mão pelos cabelos.

— Nós simplesmente... não estamos — admitiu. — Nunca tivemos nada realmente sério, e... não vamos ter.

— Essa é uma decisão de ambos? — pressionei, reconhecendo os sinais de um relacionamento complicado.

— Ultimamente, não — Marco respondeu honestamente. — Anne sempre soube que esse era o meu jeito. Que eu não sou o tipo de cara que se estabelece ou assume compromissos sérios. Mas agora ela quer algo mais... sério. E eu não posso dar isso a ela.

Observei meu primo por um momento, vendo a forma casual como ele falava sobre algo que claramente estava machucando a irmã da minha esposa.

— Marco — disse suavemente —, um dia você vai ter que acabar dando um rumo para sua vida. Decidir o que realmente quer.

Ele me olhou com uma expressão entre divertida e resignada.

— Você parece o nonno falando — disse com um meio sorriso. — De qualquer forma, prefiro focar no trabalho agora.