Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário romance Capítulo 192

O sol da tarde entrava suavemente pela janela da sala de estar enquanto eu ajeitava as flores que Isabella havia trazido pela manhã - uma tentativa doce de sua parte de tornar a casa ainda mais acolhedora para Matteo. Anne estava esparramada no sofá ao meu lado, folheando distraidamente uma revista de moda europeia que havia comprado para "se inspirar para a nova vida", como ela mesma dizia.

— Ainda não consigo acreditar como a justiça funciona rápido quando se tem dinheiro e influência — comentei, arrumando as últimas pétalas no vaso. — Em questão de semanas, tudo já estava praticamente resolvido.

— Dinheiro move montanhas, irmã — Anne respondeu sem tirar os olhos da revista, mas com aquele tom meio sarcástico que eu conhecia bem. — E quando você tem advogados caros, contatos influentes e provas irrefutáveis, a máquina judicial roda em alta velocidade.

Era verdade. Francesca havia conseguido manter sua prisão domiciliar por "colaborar extensivamente" com as investigações, usando sua tornozeleira eletrônica como um acessório constante. Mas Elise e Lorenzo estavam atrás das grades - ela em uma unidade prisional adaptada devido à sua condição física, ele em uma prisão de segurança máxima. E embora o julgamento oficial ainda fosse demorar alguns meses, todos os advogados garantiam que eles pagariam pelo que fizeram.

— Pelo menos dessa vez a justiça está do nosso lado — acrescentou Anne, finalmente largando a revista e se virando para me olhar. — E olha, depois de tudo que eles fizeram com vocês, é pouco ainda.

— O que eu nunca entendi — disse, sentando no sofá ao lado dela — foi todo esse ódio da Elise por mim. Eu de fato acreditei, em algum momento, que éramos amigas de verdade.

Anne deu de ombros, como se a resposta fosse óbvia.

— Existem pessoas que são suas amigas até te verem melhor do que elas — disse com uma simplicidade brutal. — Aí não são mais. Porque elas sempre precisam estar por cima, sempre precisam ser superiores em alguma coisa. E isso é exatamente o que Elise sempre foi: invejosa pura.

— Mas eu nunca fiz nada para...

— Não precisa fazer nada — Anne me interrompeu gentilmente. — Algumas pessoas simplesmente não conseguem ser felizes com a felicidade alheia. Mesmo depois dela roubar o seu noivo, você encontrou o amor da sua vida, construiu uma família linda, conseguiu se integrar a um mundo que ela sempre quis fazer parte... Para alguém como Elise, sua própria existência era uma afronta.

Suspirei, abraçando uma almofada contra o peito.

— Não importa mais — disse finalmente. — Agora é passado. Tudo o que tenho que me preocupar é com o batizado do Matteo.

— E com sua irmãzinha que vai estar indo embora para Londres logo depois — Anne acrescentou com um sorriso malicioso, embora eu pudesse ver uma pontada de melancolia em seus olhos.

— Não consigo acreditar que você vai me abandonar — resmunguei, fingindo estar mais chateada do que realmente estava. Na verdade, estava imensamente orgulhosa da coragem de Anne, da forma como ela havia decidido seguir seus próprios sonhos.

— É claro que não vou te abandonar — Anne riu, me puxando para mais perto no sofá. — Como você disse uma vez: a Europa é logo ali para um Bellucci. Você pode ir me visitar quando quiser. Na verdade, você vai ter que ir. Alguém precisa verificar se estou me comportando adequadamente em terras estrangeiras.

— Você também vai ter que vir sempre — insisti. — Matteo precisa da tia favorita por perto.

— Ah, então você admite que eu sou a favorita? — Anne sorriu vitoriosamente. — Vou esfregar isso na cara da Bianca.

Ficamos em silêncio confortável por alguns minutos, apenas aproveitando a companhia uma da outra como fazíamos desde crianças. Foi Anne quem quebrou o silêncio, sua voz assumindo um tom mais suave e nostálgico.