Londres havia nos recebido de volta com seu clima típico - céu cinzento, garoa fina e uma temperatura que me fez questionar por que alguém voluntariamente deixaria o calor brasileiro para voltar ao inverno inglês. Já fazia duas semanas desde nosso retorno, e a rotina havia se estabelecido novamente: trabalho na Bellucci durante o dia, noites tranquilas em casa com Ginger, e fins de semana organizando os primeiros detalhes do casamento.
O anel de noivado no meu dedo ainda parecia surreal às vezes. Eu me pegava olhando para ele durante reuniões, admirando como a luz se refletia no diamante, lembrando do momento perfeito na vinícola quando Nate havia se ajoelhado ao meu lado.
Ginger havia se adaptado perfeitamente de volta à vida londrina, embora eu suspeitasse que ela sentia falta dos vinhedos extensos e do clima mais quente do Brasil.
Naquela noite específica, estávamos deitados na cama após fazermos amor com a intensidade lenta e satisfatória que o frio inglês parecia inspirar. Meu corpo estava relaxado e aquecido contra o de Nate, nossa respiração começando a se normalizar enquanto eu aproveitava a sensação de completude que sempre sentia nesses momentos íntimos.
Sem perceber, minha mão havia encontrado seu lugar familiar sobre meu ventre, os dedos repousando suavemente sobre a pele ainda aquecida. Era um gesto tão automático, tão inconsciente, que eu nem me dava conta de fazê-lo até sentir Nate se mexer ligeiramente ao meu lado.
— Tenho uma surpresa para você — disse Nate baixinho, sua voz ainda carregada com o tom sonolento pós-sexo que eu adorava.
— Sei que dizem que mulheres são praticamente instantâneas — brinquei, virando ligeiramente a cabeça para olhá-lo com um sorriso travesso —, mas depois de toda essa agitação eu preciso de pelo menos cinco minutos.
Nate riu, aquela risada baixa e rouca que sempre me fazia derreter, mas balançou a cabeça.
— Não é esse tipo de surpresa — disse, se apoiando no cotovelo para me olhar melhor. — Quando viajamos, eu conversei com Christian sobre... sobre minha condição.
Senti meu coração dar um pequeno salto, uma mistura de curiosidade e apreensão. Raramente falávamos sobre a infertilidade dele de forma tão direta, apesar de ser um assunto que, de alguma forma, sempre pairava entre nós.
— Christian mencionou que a medicina evoluiu muito desde o começo dos anos 2000 — continuou Nate, sua voz ficando mais séria. — E que eu deveria visitar um médico. Um especialista em fertilidade.
— Nate, você não precisa fazer isso se for te frustrar — disse rapidamente, tocando seu rosto com ternura. A última coisa que eu queria era vê-lo passar por esperanças desnecessárias ou decepções médicas.
— Já fiz — disse ele simplesmente.
Aquelas duas palavras me fizeram sentar abruptamente na cama, completamente alerta. Puxei o lençol para cobrir o peito, meus olhos fixos nele enquanto processava o que havia dito.
— Como assim, já fez? — perguntei, minha voz saindo mais alta do que pretendia.
Nate se sentou também, passando a mão pelos cabelos num gesto que reconheci como nervosismo.
— Christian estava certo — disse cuidadosamente. — O diagnóstico que recebi quando criança foi um pouco fruto da medicina da época. Os métodos de avaliação eram mais limitados, menos precisos.
Mas mesmo em meio à minha empolgação, uma certeza permaneceu firme no meu coração.
— Ainda assim, quero continuar na fila da adoção — disse, virando a cabeça para olhar Nate. — Independentemente de dar certo ou não. Sei que você sempre quis isso, e agora eu quero também.
Nate me olhou com uma expressão de surpresa genuína.
— Sério? Dois filhos? Estamos prontos para isso?
Ri, sentindo uma leveza no peito que não experimentava há meses. A vida estava cheia de possibilidades novamente, e eu queria abraçar todas elas.
— Eu, você, dois filhos e um cachorro — recitei em português, meio cantando. — Um edredom, um filme bom no frio de agosto. Diz aí, cê topa?
Nate franziu ligeiramente a testa, claramente não entendendo a referência a música brasileira, mas mesmo assim riu junto comigo e respondeu, ainda em português:
— Eu topo.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango )
Bom dia. Poderiam liberar 10 capítulos diários. É complicado ler assim, tipo conta gotas. Por isso muitos desistem dos livros e partem pra outros. Pensa nisso com carinho autora....
Poxa q triste, ficou chata demais a história, nas partes da Maitê eu nem gasto mais moedas, reviro os olhos sem perceber…. Li os dois primeiros livros duas vezes, mas essa Maitê dá ânsia...
Que descaso! Comprei as moedas está dizendo que o capítulo 508 está disponível, da erro qdo eu tento liberar e ainda computa as moedas....
Maitê foi um erro na vida de Marco...
Não faz sentido o que aconteceu com o Marco! Essa é a história dele, como assim?...
Cansativo demais. Só 2 capítulos por dia. Revoltante. Coloca logo um valor e entrega o livro completo. Só vou ler até minhas moedas acabarem. Qdo terminar não vou mais comprar. Desanimadora essa situação....
Está ficando cansativo demais, só está sendo liberado 1 ou 2 capítulos por dia (hoje só o capítulo 483)...afff... Ninguém merece.......
2 capítulos por dia, as vezes 1, é ridículo!!! Isso é claramente uma forma de arrecadar as moedas!! Quem sabe, calculem um valor para a história, e seus capítulos … cobrem e liberem!!! Quem quer ler vai pagar, essa forma de liberação só desestimula quem está lendo!!! Está pessimo, além , de opiniões pessoais sobre a obra!...
Estou gostando muito das estórias ….a única coisa é que cobra as moedas e não libera o capítulo …. Já perdi umas 30 moedas com essa situação !...
Que história mais vida louca... AMEI!!!...