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Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango ) romance Capítulo 337

A clínica de fertilidade parecia mais um spa luxuoso do que um consultório médico. Paredes em tons neutros, móveis modernos e uma recepção que exalava profissionalismo discreto - exatamente o tipo de lugar que inspirava confiança, mas que também deixava meus nervos à flor da pele. Segurei a mão de Nate com mais força do que o necessário enquanto esperávamos ser chamados, minha perna balançando incessantemente numa demonstração óbvia de ansiedade.

— Vai ficar tudo bem — Nate sussurrou no meu ouvido, apertando minha mão de volta. — É só uma consulta inicial.

— Eu sei — respondi, mas minha voz saiu mais aguda do que o normal. — É que... e se não der certo? E se for muito complicado? E se meu corpo não responder bem aos hormônios?

Antes que Nate pudesse responder às minhas preocupações em cascata, uma enfermeira apareceu na recepção chamando nossos nomes. Seguimos por um corredor silencioso até uma sala ampla onde uma mulher de meia-idade, cabelos grisalhos presos num coque elegante e um sorriso caloroso nos esperava.

— Sou Dra. Patricia Whitmore — disse, nos cumprimentando com apertos de mão firmes. — Por favor, sentem-se e me contem como posso ajudá-los.

Nate começou explicando sua história médica - a caxumba na infância, o diagnóstico de infertilidade, os exames recentes que haviam revelado possibilidades que tinham sido descartadas décadas atrás. Eu o escutava repetir informações que já conhecia, mas ainda assim sentia meu coração acelerar com cada palavra.

— Os resultados dos seus exames são encorajadores — disse Dra. Whitmore, folheando os documentos que Nate havia trazido. — A contagem de espermatozoides está baixa, mas não inexistente. Com ICSI - injeção intracitoplasmática de espermatozoides - precisamos apenas de um espermatozoide viável por óvulo.

— E as chances? — perguntei imediatamente, incapaz de conter minha ansiedade. — Qual a probabilidade de dar certo?

— Muitas variáveis influenciam as taxas de sucesso — explicou a médica pacientemente. — Idade da mulher, qualidade dos óvulos, resposta aos medicamentos, qualidade do esperma. No caso de vocês, são jovens, aparentemente saudáveis, e têm recursos para múltiplas tentativas se necessário. Isso coloca vocês numa posição favorável.

— Mas um número — insisti. — Tipo, cinquenta por cento? Setenta?

Dra. Whitmore sorriu com compreensão.

— Para casais na situação de vocês, geralmente vemos taxas de sucesso entre sessenta e setenta por cento ao longo de três ciclos. Mas cada tentativa individual tem cerca de quarenta a cinquenta por cento de chance.

Senti um alívio enorme com esses números. Não eram garantias, mas eram esperanças reais.

— E como funciona exatamente? — perguntei. — Quero dizer, o processo todo.

A médica pegou alguns panfletos e começou a explicar metodicamente. Primeiro, eu tomaria medicamentos para suprimir meu ciclo natural. Depois, hormônios para estimular a produção de múltiplos óvulos. Monitoramento constante através de ultrassons e exames de sangue. Quando os óvulos estivessem maduros, um procedimento para coletá-los. Fertilização em laboratório. Transferência dos embriões resultantes.

— O cronograma total é de aproximadamente seis a oito semanas para um ciclo completo — continuou Dra. Whitmore, apontando para um gráfico colorido que mostrava as diferentes fases. — As duas primeiras semanas são preparação com medicamentos orais. Depois começam as injeções diárias para estimular os ovários, que duram cerca de dez a doze dias. Durante esse período, vocês virão aqui a cada dois ou três dias para monitoramento.

Senti minha cabeça girando ligeiramente com tantas informações técnicas. Nate estava tomando notas num pequeno caderno que havia trazido, sua expressão concentrada enquanto tentava absorver cada detalhe.

— E os efeitos colaterais? — perguntei, uma preocupação que havia estado me incomodando desde que começamos a considerar o tratamento. — Vou me sentir muito mal?

— Cada mulher reage de forma diferente — explicou a médica com paciência. — Algumas experimentam sintomas similares à TPM - mudanças de humor, inchaço, sensibilidade mamária. Outras têm reações mínimas. O importante é que temos protocolos para minimizar desconfortos e nossa equipe de enfermagem está sempre disponível para esclarecer dúvidas ou preocupações que surgirem.

— Parece... intenso — murmurei, processando todas as informações.

— É um tratamento que requer dedicação — concordou Dra. Whitmore. — Mas temos uma equipe excelente para apoiá-los em cada etapa.

Uma dúvida que havia estado me incomodando finalmente encontrou coragem para ser verbalizada.

— É possível planejar ao redor do tratamento, mas requer flexibilidade — explicou. — Idealmente, evitaríamos viagens durante a fase de estimulação ovariana, quando você precisa estar aqui para monitoramento a cada dois dias. Mas podemos ajustar o cronograma. Se vocês têm datas específicas para o casamento, podemos começar um ciclo após a lua de mel, ou pausar o tratamento se necessário.

— Isso não prejudica as chances? — perguntei, preocupada com qualquer coisa que pudesse afetar nosso sucesso.

— Um ou dois meses de pausa não fazem diferença estatística significativa nas taxas de sucesso — assegurou ela. — O mais importante é que vocês estejam relaxados e preparados emocionalmente para cada tentativa.

Passamos mais alguns minutos discutindo detalhes práticos - cronogramas aproximados, custos, o que esperar em termos de efeitos colaterais dos medicamentos. Cada informação me fazia sentir mais confiante e menos ansiosa sobre o processo.

— Uma última pergunta — disse a médica, olhando para nós dois com seriedade. — Este é um compromisso significativo - emocional, físico e financeiro. Vocês têm certeza absoluta de que querem começar este processo?

Olhei para Nate, vendo meu próprio desejo e determinação refletidos em seus olhos verdes. Não havia dúvida alguma.

— Absoluta — respondemos quase em uníssono.

— Temos certeza — repeti, pegando a mão de Nate. — Queremos nossa família.

Dra. Whitmore sorriu, anotando algo em nosso prontuário.

— Então vamos marcar os primeiros exames.

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