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Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango ) romance Capítulo 339

~ Vitória ~

O restaurante em Covent Garden estava movimentado o suficiente para que minha ligação passasse despercebida pelos outros clientes. Escolhi uma mesa no canto, de costas para a parede, onde poderia falar com privacidade. O som das conversas ao redor criava uma cortina de ruído perfeita para mascarar qualquer palavra que pudesse ser ouvida por ouvidos curiosos.

Meu coração batia rapidamente enquanto discava o número que havia memorizado. Os dedos tremiam ligeiramente enquanto tocava na tela do celular, e precisei respirar fundo algumas vezes antes de apertar o botão de ligar. Havia passado dias pensando se deveria fazer essa ligação, pesando os prós e contras se realmente deveria me envolver, mas a preocupação com Nate finalmente venceu qualquer hesitação.

— Alessandra Bellucci — atendeu a voz familiar do outro lado da linha, soando profissional e ligeiramente impaciente.

— Alessandra, é a Tori Carter — disse, controlando o nervosismo na minha voz. A última vez que havíamos conversado tinha sido durante aquela festa de final de ano desastrosa. — Espero que não se incomode com a ligação.

— Tori — respondeu Alessandra, sua voz mudando completamente, ficando mais interessada e ligeiramente surpresa. — Que surpresa. Faz tempo que não conversamos. O que posso fazer por você?

Podia ouvir o ruído de escritório ao fundo da ligação dela, vozes abafadas e o som de papéis sendo manuseados. Alessandra provavelmente estava na sede da Bellucci, cercada por todo o poder corporativo que ela manejava com tanta habilidade.

— É sobre meu irmão — comecei, sentindo minha garganta ficar ligeiramente seca. — E esse lançamento do novos vinhos orgânicos que vai acontecer no casamento dele com Anne.

Houve uma pausa perceptível do outro lado da linha. Podia quase ouvir Alessandra se endireitando na cadeira, sua atenção completamente focada agora.

— Estou ouvindo — disse, sua voz ficando mais baixa, mais conspiratória.

Olhei ao redor do restaurante, certificando-me de que ninguém nas mesas próximas estava prestando atenção em mim. Um casal de turistas estava consultando um mapa, uma mulher de negócios digitava furiosamente no laptop, e um grupo de amigas ria alto demais de alguma piada interna. Perfeito para o que eu precisava fazer.

— Ouvi algo muito preocupante durante o último fim de semana em Bath — continuei, baixando a voz até quase um sussurro. — Nate estava conversando com Oliver no jardim, achando que ninguém podia ouvir, mas eu estava na sala de música e... as janelas estavam abertas.

Fiz uma pausa, deixando a tensão se construir. Alessandra não disse nada, mas podia ouvir sua respiração do outro lado da linha.

— Os laudos dos vinhos orgânicos apresentaram contaminação grave por pesticidas — disse, deixando cada palavra pesar. — Níveis muito acima do permitido. É justamente o oposto do que a linha orgânica promete.

— Meu Deus — Alessandra murmurou. — Tem absoluta certeza do que ouviu?

— Tenho — disse com toda a convicção que consegui reunir. — Nate estava explicando os resultados técnicos para Oliver, falando sobre como os fornecedores haviam mentido sobre os processos de cultivo. Aparentemente, estavam usando pesticidas proibidos para garantir maior produtividade.

O silêncio do outro lado da linha durou pelo menos dez segundos. Quando Alessandra finalmente falou, sua voz estava carregada de uma seriedade que me fez perceber o quanto essa informação era explosiva.

— Se isso vazar, vai ser um desastre completo para a Bellucci — disse lentamente. — A empresa inteira poderia sofrer consequências devastadoras.

— Exatamente — respondi, sentindo uma mistura de alívio e ansiedade por finalmente estar dividindo esse peso com alguém. — Isso vai derrubar completamente a credibilidade da Bellucci.

— Provavelmente Christian vai descartar a safra e adiar o lançamento, não? Ele é sempre tão certinho!

— Essa é a parte que mais me deixa indignada — disse, permitindo que a raiva verdadeira transparecesse na minha voz. — Anne propôs fazer o lançamento mesmo assim. Disse que já era tarde demais para cancelar, que sua irmã Zoey havia se antecipado com todas as divulgações de marketing, que seria um desastre para a carreira dela se cancelassem agora.

Houve uma pausa calculista antes de Alessandra perguntar:

— E o que exatamente te faz pensar que Marco me ajudaria com isso?

— Porque ele não quer aquele casamento tanto quanto você — respondi, deixando um sorriso se formar no meu rosto mesmo sabendo que ela não podia ver. — Marco ainda tem sentimentos pela Anne. Ele deve estar sofrendo vendo ela se casar com outro homem, especialmente quando esse casamento pode destruir a empresa da família dele.

— Ah, claro — disse Alessandra, e a satisfação em sua voz era inconfundível. — O pobre Marco, ainda apaixonado pela ex. Como deve estar doendo vê-la destruir tudo. Perfeito. Vou conversar com ele imediatamente.

— Obrigada por me ouvir, Alessandra — disse. — Sei que você vai saber exatamente o que fazer com essas informações.

— Oh, querida, pode deixar comigo — respondeu Alessandra, sua voz praticamente ronronando de satisfação. — Vamos resolver essa situação de uma vez por todas.

Depois que desliguei, coloquei o telefone na mesa e deixei meu corpo relaxar na cadeira. O peso que havia estado carregando nos ombros parecia ter diminuído significativamente. Marco estava sentado bem à minha frente, claramente tendo acompanhado toda a conversa com atenção.

— Fiz tudo direitinho? — perguntei, ainda sentindo resquícios da ansiedade que havia me consumido durante a ligação.

Marco sorriu, pegando seu celular e me mostrando a tela. Uma nova mensagem de Alessandra já piscava: "Preciso falar com você urgentemente. Café hoje à tarde?"

— Tudo perfeito — disse Marco, seu sorriso transmitindo uma confiança que me tranquilizou completamente.

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