~ Marco ~
A mansão Bellucci na Serra Gaúcha estava transformada. Jardins impecavelmente decorados com arranjos florais brancos e dourados, tendas elegantes espalhadas pela propriedade, e uma energia festiva que contagiava até os funcionários mais sérios. O casamento de Anne e Nathaniel havia mobilizado a família inteira, além amigos, sócios e clientes importantes. E o resultado era digno de uma revista de luxo.
Estacionei minha Ducati próxima à entrada principal, tirando o capacete e passando a mão pelos cabelos desalinhados. Recebi alguns olhares de curiosidade - afinal, não era todo dia que alguém chegava a um casamento Bellucci de motocicleta. Mas eu precisava daquela sensação de liberdade na estrada, especialmente hoje.
O envelope branco em minha jaqueta de couro pesava como se fosse feito de chumbo.
— Marco! — Christian apareceu no hall de entrada, impecável em seu terno sob medida, mas a expressão se alterou quando me viu. — Que cara é essa? Hoje é dia de festa.
Forcei um sorriso que não chegou aos meus olhos.
— Preciso falar com você. No escritório.
— Agora? — Christian franziu o cenho, olhando ao redor para os convidados que chegavam. — O casamento começa em duas horas.
— É justamente por isso.
Algo no meu tom o fez parar de questionar. Ele me guiou pelos corredores familiares da mansão até o escritório que conhecia desde criança - o mesmo lugar onde nosso avô costumava nos reunir para falar sobre negócios quando éramos adolescentes.
Christian fechou a porta e se virou para mim, cruzando os braços.
— Fala.
Tirei o envelope da jaqueta e o estendi para ele, sentindo o peso de anos de decisões adiadas.
— Não há conversa — disse simplesmente.
Christian pegou o envelope com relutância, seus olhos azuis - tão parecidos com os meus - me estudando com intensidade crescente. Quando rasgou o lacre e leu as primeiras linhas, sua expressão mudou completamente.
— Carta de afastamento? — Sua voz saiu mais alta que o normal. — Você está renunciando ao cargo de COO?
— Estou.
— Marco, que porra é essa? — Christian jogou o papel sobre a mesa, claramente irritado. — Você me larga uma bomba dessas assim, de surpresa? Eu precisava me planejar! A Bellucci Ásia não funciona sozinha!
— Já está tudo planejado — respondi calmamente, mesmo sentindo a tensão no ar. — Bianca está mais do que preparada para assumir a operação. Ela conhece todos os contratos, tem relacionamento sólido com os clientes principais, e tem mais visão estratégica que eu jamais terei.
— Bianca?
— E Matheus vai ser o braço direito perfeito para ela. Ele entende a cultura local, fala mandarim fluentemente, e tem aquela energia jovem que a empresa precisa para crescer no mercado asiático.
Christian me observou por um longo momento, e pude ver o exato instante em que ele conectou os pontos.
— Isso tem a ver com sua crise dos 30? — perguntou, a irritação dando lugar a uma curiosidade quase clínica. — Ou com aquela moto lá fora? Ou talvez com a sua ex se casando em poucas horas?
Suspirei profundamente, andando até a janela que dava vista para os jardins onde Anne estaria festejando seu casamento em poucas horas.
— Talvez o casamento da Anne tenha acelerado um pouco as coisas — admiti.
— Penso nisso há meses. O casamento da Anne só me deu a coragem final para tomar a decisão.
— E se você se arrepender?
— Então eu lido com as consequências — respondi. — Mas prefiro me arrepender de ter tentado do que de nunca ter tentado.
Christian dobrou a carta cuidadosamente e a guardou na gaveta da mesa.
— Está bem — disse, embora sua expressão ainda demonstrasse contrariedade. — Aceito seu afastamento. Mas você não está fora do conselho, entendeu? Se eu precisar, vou contar com você.
— Sempre — prometi, sentindo um peso sendo retirado dos meus ombros.
Christian se aproximou e me deu um abraço típico de família italiana - forte, caloroso e cheio de emoção contida.
— Você é um idiota — murmurou. — Mas entendo.
— Obrigado por entender.
— Agora vamos — disse, se afastando e ajeitando o terno. — Minha cunhada e meu melhor amigo estão prestes a se casar, e eu preciso do meu primo ao meu lado para celebrar.
Saímos do escritório juntos, e pela primeira vez em meses, senti que estava caminhando na direção certa. O casamento de Anne seria o fim de um capítulo da minha vida e o início de outro - um capítulo que eu escreveria nos meus próprios termos.
A vida estava apenas começando.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango )
Bom dia. Poderiam liberar 10 capítulos diários. É complicado ler assim, tipo conta gotas. Por isso muitos desistem dos livros e partem pra outros. Pensa nisso com carinho autora....
Poxa q triste, ficou chata demais a história, nas partes da Maitê eu nem gasto mais moedas, reviro os olhos sem perceber…. Li os dois primeiros livros duas vezes, mas essa Maitê dá ânsia...
Que descaso! Comprei as moedas está dizendo que o capítulo 508 está disponível, da erro qdo eu tento liberar e ainda computa as moedas....
Maitê foi um erro na vida de Marco...
Não faz sentido o que aconteceu com o Marco! Essa é a história dele, como assim?...
Cansativo demais. Só 2 capítulos por dia. Revoltante. Coloca logo um valor e entrega o livro completo. Só vou ler até minhas moedas acabarem. Qdo terminar não vou mais comprar. Desanimadora essa situação....
Está ficando cansativo demais, só está sendo liberado 1 ou 2 capítulos por dia (hoje só o capítulo 483)...afff... Ninguém merece.......
2 capítulos por dia, as vezes 1, é ridículo!!! Isso é claramente uma forma de arrecadar as moedas!! Quem sabe, calculem um valor para a história, e seus capítulos … cobrem e liberem!!! Quem quer ler vai pagar, essa forma de liberação só desestimula quem está lendo!!! Está pessimo, além , de opiniões pessoais sobre a obra!...
Estou gostando muito das estórias ….a única coisa é que cobra as moedas e não libera o capítulo …. Já perdi umas 30 moedas com essa situação !...
Que história mais vida louca... AMEI!!!...