Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango ) romance Capítulo 347

Não sei quanto tempo fiquei ali, deitada na cama do hotel, olhando para o teto e tentando processar todas as possibilidades que pairavam na minha cabeça. Podia ser gravidez. Podia ser ansiedade. Podia ser os hormônios do tratamento fazendo uma bagunça no meu sistema. Podia ser tudo ou nada.

O som do cartão de acesso do hotel me tirou dos devaneios. Zoey entrou como um furacão, carregando uma sacola de farmácia e com aquele sorriso conspiratório que eu conhecia muito bem.

— Missão cumprida! — anunciou ela.

— Você saiu assim? De pijama?

— Ah... — ela olhou para si mesma, como se dando conta disso pela primeira vez. — Por isso me olharam estranho — disse, despejando o conteúdo da sacola na cama.

Três caixas de testes de gravidez diferentes pousaram sobre o edredom. Olhei para elas e depois para Zoey, que estava com uma expressão entre divertida e nostálgica.

— Três testes, Zoey? Sério?

— É claro — ela respondeu, organizando as caixas em uma fileira perfeita. — Não podia fazer diferente, não é?

E foi aí que caiu a ficha. O sorriso dela, os três testes, a forma como os alinhou... Ela estava deliberadamente recriando aquele momento em que eu estava ao seu lado quando ela descobriu que estava grávida de Matteo.

Comecei a rir.

— Você está fazendo isso de propósito.

— Fazendo o quê? — perguntou com uma inocência falsa que não enganava ninguém.

— Recriando a cena. Os três testes, a apresentação teatral... Você se lembra perfeitamente de como eu fiz da outra vez.

Zoey não conseguiu manter a pose séria e riu também.

— Posso não lembrar das palavras exatas, mas lembro da sensação. De como você transformou um momento aterrorizante em algo... gerenciável.

Ela pegou o primeiro teste, examinando a embalagem.

— Este é o básico. Funciona, sem mistério, sem enrolação.

Pegou o segundo.

— Este é o digital. Porque às vezes a gente precisa que alguém literalmente escreva as palavras para acreditar.

E finalmente ergueu o terceiro com um floreio que me fez gargalhar.

— E este aqui é o... como foi mesmo que você disse? O Rolls-Royce dos testes de gravidez?

— Você se lembra! — exclamei, rindo tanto que quase chorei. — Você realmente se lembra dessa expressão ridícula.

— Como eu ia esquecer? Você ficou tão orgulhosa dessa analogia — disse Zoey, também rindo. — E funcionou, não funcionou? Me acalmou na hora.

— E está funcionando de novo — admiti, sentindo minha ansiedade diminuir com a familiaridade da situação. — É estranho como você conseguiu capturar exatamente o tom certo.

— Aprendi com a melhor — disse ela, me olhando com carinho. — Você sempre soube como me tranquilizar quando eu estava perdendo a cabeça.

Houve um momento de silêncio carregado de emoção. Nós duas pensando naquela ocasião, dois anos atrás, quando eu havia corrido para comprar testes para ela, tentando ser a irmã mais nova responsável e madura.

— É bizarro — murmurei —, como a vida deu essa volta completa.

— É bonito — corrigiu Zoey. — Significa que a gente sempre esteve aqui uma para a outra. E sempre vai estar.

Olhei para os três testes, sentindo uma mistura de gratidão e nervosismo.

— Vamos esperar até amanhã de manhã — disse Zoey, guardando os testes na mesa de cabeceira. — Primeiro xixi do dia é sempre mais concentrado, mais confiável.

— Boa ideia — concordei, mesmo sabendo que não conseguiria dormir direito.

Deitamos nas camas, mas como previsto, nenhuma das duas conseguiu pegar no sono imediatamente. O quarto estava escuro, mas podia sentir que Zoey também estava acordada, olhando para o teto.

— Zoey? — sussurrei depois de alguns minutos.

— Sim?

— E se não der certo dessa vez?

Houve uma pausa. Podia sentir minha irmã pensando na resposta certa, na forma de me tranquilizar sem minimizar meus medos.

— Vai dar — ela respondeu finalmente, com uma convicção que me surpreendeu.

— Mas e se não der? — insisti. — A médica disse que são só 40 a 50% de chance. E se eu for uma das que não consegue de primeira?

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