~ MAITÊ ~
Um riso escapou dos meus lábios. Não um riso de humor, mas algo histérico, nervoso, fruto do choque completo de tudo que havia acontecido nos últimos minutos. O som ecoou pelo quarto de uma forma quase assustadora, e quando finalmente consegui parar, as palavras saíram sem filtro.
— Você é louco — disse, balançando a cabeça vigorosamente. — Essa é a ideia mais absurda que já ouvi na minha vida.
Apolo continuava me olhando com aquela seriedade que não combinava com a situação completamente insana que estava propondo. Como se casar com uma desconhecida fosse a coisa mais natural do mundo.
— Como você pode pedir em casamento alguém cujo nome você nem sabe? — continuei, sentindo uma mistura de incredulidade e algo perigosamente próximo da histeria. — Isso é... isso é loucura completa!
— E isso é necessário? Saber seu nome? — ele perguntou, mantendo a voz calma como se estivéssemos discutindo o cardápio do jantar. — Eu não sei seu nome, mas sei quem você é.
— Não, você não sabe — rebati imediatamente. — Você não faz a menor ideia de quem eu sou.
Mas ele continuou como se não tivesse me ouvido:
— Sei que você ri mesmo quando está sofrendo, porque prefere usar a ironia como escudo do que deixar as pessoas verem sua vulnerabilidade. Sei que você tem medo de água profunda, mas mesmo assim aceita mergulhar porque não quer perder a experiência. Sei que você sempre busca leveza nos momentos mais pesados, como se fosse uma responsabilidade sua fazer os outros se sentirem melhor.
Cada palavra me atingia como um soco no estômago, porque era verdade. Tudo verdade.
— Sei que você se culpa por coisas que não são sua culpa, e que prefere carregar o peso sozinha a pedir ajuda — ele continuou. — Sei que quando você sorri de verdade, não apenas por educação, você fica com duas covinhas lindas. Sei que seus olhos ficam dourados no sol. E sei que você é corajosa o suficiente para fugir de um casamento no altar, mas se sente covarde por ter deixado pessoas para trás.
— Para — sussurrei, porque suas palavras estavam desarrumando todas as defesas que tentei construir.
— Sei que você quer ser vista pelo que é, não pelo que sua família espera que seja — ele prosseguiu implacavelmente. — E sei que nesses seis dias, você me mostrou mais de quem realmente é do que muitas pessoas mostram em anos.
— Você só conheceu a versão que eu escolhi te mostrar nesses seis dias — consegui dizer, tentando recuperar alguma racionalidade. — Você não sabe nada sobre minha vida real, meus problemas reais, as complicações que vêm comigo.
— E isso importa?
— Claro que importa! — explodi. — Casamento não é solução para ameaças. Isso é loucura. É...
Quando finalmente fomos para a cama, nos deitamos lado a lado sem nos tocar, cada um na sua metade do colchão como se houvesse uma linha invisível nos separando. A cama que nos últimos dias havia sido nosso refúgio, nosso playground, nosso mundo particular, agora parecia grande demais, fria demais.
Fiquei olhando para o teto, ouvindo a respiração dele ao meu lado, sabendo que ele também não estava dormindo. O som das ondas que sempre me acalmara agora parecia melancólico, como uma trilha sonora para o fim de algo belo.
Na minha mente, ecoava a certeza amarga de que havíamos destruído o que construímos nesses dias de paraíso. Talvez fosse melhor assim, tentei me convencer. Talvez fosse a forma do universo de nos mostrar que isso nunca poderia ter funcionado no mundo real de qualquer jeito.
Porque como eu poderia trazer Apolo para dentro da teia de corrupção, mentiras e perigo que me esperava de volta ao Brasil? Como poderia expor alguém tão... puro... íntegro... às pessoas que estavam dispostas a apontar armas para conseguir o que queriam?
Não podia permitir que alguém tão bom como Apolo tivesse uma arma apontada para a cabeça por minha causa. Não podia ser responsável por arrastar mais uma pessoa para dentro do buraco em que minha vida se transformara.
Então, por mais que doesse, por mais que parte de mim quisesse desesperadamente aceitar sua oferta maluca e fugir para sempre com ele, sabia que a resposta certa - a única resposta possível - era não.
Amanhã voltaríamos para o Brasil. Amanhã isso acabaria. E talvez, se eu tivesse sorte, conseguiria guardar esses dias como uma lembrança bonita antes que tudo desabasse.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango )
Bom dia. Poderiam liberar 10 capítulos diários. É complicado ler assim, tipo conta gotas. Por isso muitos desistem dos livros e partem pra outros. Pensa nisso com carinho autora....
Poxa q triste, ficou chata demais a história, nas partes da Maitê eu nem gasto mais moedas, reviro os olhos sem perceber…. Li os dois primeiros livros duas vezes, mas essa Maitê dá ânsia...
Que descaso! Comprei as moedas está dizendo que o capítulo 508 está disponível, da erro qdo eu tento liberar e ainda computa as moedas....
Maitê foi um erro na vida de Marco...
Não faz sentido o que aconteceu com o Marco! Essa é a história dele, como assim?...
Cansativo demais. Só 2 capítulos por dia. Revoltante. Coloca logo um valor e entrega o livro completo. Só vou ler até minhas moedas acabarem. Qdo terminar não vou mais comprar. Desanimadora essa situação....
Está ficando cansativo demais, só está sendo liberado 1 ou 2 capítulos por dia (hoje só o capítulo 483)...afff... Ninguém merece.......
2 capítulos por dia, as vezes 1, é ridículo!!! Isso é claramente uma forma de arrecadar as moedas!! Quem sabe, calculem um valor para a história, e seus capítulos … cobrem e liberem!!! Quem quer ler vai pagar, essa forma de liberação só desestimula quem está lendo!!! Está pessimo, além , de opiniões pessoais sobre a obra!...
Estou gostando muito das estórias ….a única coisa é que cobra as moedas e não libera o capítulo …. Já perdi umas 30 moedas com essa situação !...
Que história mais vida louca... AMEI!!!...