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Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango ) romance Capítulo 380

~ MAITÊ ~

Não era uma pergunta. Era uma constatação simples, direta, impossível de negar após o que ele acabara de presenciar.

— Não é seu — respondi imediatamente, ainda de joelhos no chão frio do banheiro, tentando recuperar algum controle sobre a situação que estava rapidamente escapando das minhas mãos.

As palavras saíram automáticas, quase como um reflexo de proteção. Era mais fácil negar, mais seguro manter essa barreira entre nós, mesmo que ambos soubéssemos que havia uma possibilidade real de que não fosse verdade.

— Quantos meses? — ele perguntou, se aproximando lentamente, seu tom cuidadoso mas insistente.

Tentei me levantar, apoiando-me na pia fria, mas minhas pernas estavam tremendo tanto pela náusea quanto pela tensão emocional do momento. Não queria ter essa conversa, não ali, não assim.

— Ainda não fiz nenhum exame oficial... — tentei desconversar, evitando olhar diretamente para ele, mas percebi que Marco não tinha intenção de deixar o assunto de lado.

— Quantos meses, Maitê? — repetiu, desta vez com mais firmeza, como se soubesse que eu estava tentando fugir da questão principal.

Baixei os olhos, incapaz de encará-lo diretamente. A verdade pesava na minha língua como chumbo derretido.

— Talvez umas nove ou dez semanas agora — sussurrei, minha voz quase inaudível.

Vi o momento exato em que ele fez os cálculos na cabeça. Nove ou dez semanas atrás nos levavam diretamente às Maldivas, diretamente àquela semana intensa que havíamos passado juntos, longe do mundo real e de todas as suas complicações.

— Então pode ser meu — disse, sua voz ficando mais tensa, carregada de uma emoção que não consegui identificar completamente. Surpresa? Medo? Determinação?

— Impossível — rebati rapidamente, desesperada para manter a negação que havia construído na minha mente. — Nós nos cuidamos todas as vezes e...

— Não todas as vezes — Marco me interrompeu, seus olhos azuis me encarando com uma intensidade que fez meu estômago se revirar novamente. — E você sabe disso.

Meu coração disparou porque ele estava certo. Ambos sabíamos que havia acontecido. Tínhamos sido cuidadosos, conscientes, responsáveis na maior parte do tempo. Mas houve aquela noite específica, quando a intensidade do momento havia sido mais forte que a racionalidade, quando o desejo urgente havia tornado a proteção uma preocupação secundária, esquecida em meio à necessidade de estarmos completamente conectados.

— Foi só uma vez — murmurei, mais para mim mesma do que para ele, como se repetir isso pudesse diminuir a probabilidade matemática do que estava implicando.

— É o suficiente — Marco respondeu simplesmente.

Ele não estava especulando ou jogando com possibilidades. Estava afirmando um fato biológico básico que eu conhecia mas havia escolhido ignorar durante as últimas semanas. Tinha sido só uma vez com Marco. Enquanto com Dominic, pelo menos antes de toda a confusão, estávamos supostamente prontos para formar uma família, então proteção não era algo necessário depois de todos os exames médicos feitos. Pelo menos eu acreditava nisso na época.

— Não é seu — insisti novamente, tentando recuperar algum controle sobre uma situação que parecia estar se desmanchando a cada segundo. — Vou me casar e seguir minha vida, e você deveria fazer o mesmo. Deveria esquecer que nos conhecemos, esquecer tudo que aconteceu entre nós.

As palavras soavam vazias mesmo saindo da minha própria boca.

— Não pode ou não quer?

A pergunta ficou suspensa no ar entre nós. Marco me observava com aqueles olhos azuis que pareciam enxergar diretamente na minha alma, e eu me senti completamente exposta, como se ele pudesse ler todos os meus medos e inseguranças.

— É complicado — disse finalmente.

— A vida é complicada, Maitê. Mas algumas coisas são simples. Como o fato de que você não deveria estar se casando com um homem que você não ama. Como o fato de que uma criança merece crescer em um ambiente onde os pais se escolheram por amor, não por obrigação ou chantagem.

— E se não for seu filho? — perguntei, tentando encontrar uma saída naquela lógica implacável.

— Quando tivermos certeza, você vai poder tomar sua decisão — ele respondeu pragmaticamente. — Mas até lá, não vou arriscar deixar meu possível filho crescer nessa situação.

— Você mal me conhece — disse, tentando um último argumento racional. — Passou uma semana comigo. Isso não significa que você me ama ou que quer uma família comigo.

— Você tem razão — ele concordou, me surpreendendo. — Uma semana não é tempo suficiente para conhecer alguém completamente. Mas foi tempo suficiente para saber que você merece muito melhor do que a vida que estão te forçando a viver.

— Marco... — comecei, mas ele me interrompeu.

— Não tente me convencer do contrário — disse firmemente. — Minha decisão está tomada. Se há qualquer chance de que essa criança seja minha, você não vai se casar com Dominic Sforza.

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