~ MAITÊ ~
O carro preto nos seguia há pelo menos três quarteirões, tentando manter distância mas falhando miseravelmente em ser discreto. Suas manobras bruscas para acompanhar nosso ritmo eram tão óbvias que até uma criança perceberia.
— Eles nem se esforçam mais para disfarçar — comentei, olhando pelo retrovisor lateral enquanto Lívia dirigia em direção ao estúdio de yoga. — É como se quisessem que eu soubesse que estou sendo vigiada.
— Talvez seja exatamente isso — Lívia respondeu, verificando o espelho retrovisor com uma expressão tensa. — Intimidação psicológica. Te manter sempre lembrada de que não tem liberdade.
Suspirei profundamente, me recostando no banco do passageiro. A sensação de estar constantemente sob vigilância havia se tornado parte da minha rotina diária, como escovar os dentes ou tomar café da manhã. Mas isso não tornava a situação menos sufocante.
— Me sinto como uma prisioneira — murmurei, observando as ruas movimentadas de São Paulo passando pela janela. — Talvez essas aulas de yoga sejam realmente boas para relaxar a mente. Eu ando precisando de verdade de alguma coisa que me faça sentir... normal.
Lívia me olhou pelo canto do olho, e havia algo estranho em sua expressão que não consegui decifrar completamente.
— Vai fazer bem sim — disse, mas sua voz soava ligeiramente tensa. — Confie em mim.
O estúdio ficava em uma rua tranquila, cercado por pequenos cafés e lojas de decoração. Era um desses lugares charmosos que respiravam paz e espiritualidade, com plantas na entrada e uma fachada de vidro que permitia ver parte do interior da recepção iluminado por luz natural.
Quando estacionamos, o carro preto parou discretamente algumas vagas adiante. Fingi não notar, mas podia sentir os olhos vigilantes dos ocupantes observando cada movimento nosso.
Entramos juntas no estúdio. O ambiente era exatamente como eu me lembrava - paredes em tons neutros, cheiro suave de incenso, música relaxante tocando baixinho, e aquela atmosfera de tranquilidade que lugares assim cultivam cuidadosamente.
— Vai indo para a sala de aula — Lívia disse, apontando para o final do corredor. — Preciso passar rapidinho no escritório para resolver umas questões de mensalidade e essas burocracias chatas.
— Tem certeza? — perguntei, hesitante em ficar sozinha mesmo que por alguns minutos.
— Absoluta. A sala fica bem ali no final do corredor, é fácil de encontrar. Te encontro lá em cinco minutos.
Seguí pela direção que ela havia indicado. Encontrei a sala no final do corredor, uma ampla área com piso de madeira clara, janelas grandes que davam para um pequeno jardim interno, e espelhos que refletiam a luz natural de forma suave. Empurrei a porta e entrei, esperando encontrar o espaço vazio ou talvez outros alunos se preparando para a aula.
Mas quando olhei para dentro da sala, meu coração parou.
Marco estava lá, em pé próximo à janela fechada, olhando diretamente para mim como se tivesse estado esperando por esse momento há semanas.
Congelei no lugar, minha mão ainda na maçaneta da porta, sem saber o que fazer, como reagir, como respirar. Era ele, realmente ele, não uma alucinação ou produto do meu desejo desesperado. O mesmo homem que havia me feito sentir viva nas Maldivas, que havia me oferecido uma vida diferente, que eu havia deixado para trás no aeroporto.
— Ouvi falar do casamento — disse, sua voz calma mas carregada de uma emoção que não consegui identificar completamente.
— Você não deveria estar aqui — consegui sussurrar, meus olhos automaticamente se movendo em direção à porta atrás de mim, calculando rotas de fuga. — Como você...? Por que você...?
Comecei a olhar nervosamente ao redor, como se esperasse que Viviane ou um dos vigilantes de Dominic aparecessem a qualquer momento.
— Tudo bem — Marco disse, dando um passo na minha direção. — Lívia me ajudou a organizar isso. Ninguém consegue nos ver aqui dentro. As janelas têm película.
— Lívia? — repeti, ainda processando a informação. — Ela... vocês se conhecem?
Tentei recuperar o controle, a racionalidade, todas as razões pelas quais aquilo era impossível.
— É para o seu bem — sussurrei. — Você não entende o tipo de pessoas com quem está lidando. Se eles descobrirem sobre você...
— Não vou ficar bem sabendo que você se casou com ele — Marco me interrompeu, suas mãos ainda segurando meu rosto. — Se você me disser que quer ajuda, que quer fugir disso tudo, eu dou um jeito. Eu posso dar um jeito de te tirar dessa situação.
Meu coração disparou com suas palavras. A possibilidade de fuga, de liberdade, de uma vida real ao lado dele brilhou na minha mente como uma luz no fim de um túnel muito escuro.
— Eu não posso falar isso — respondi, embora cada fibra do meu ser quisesse gritar que sim, que queria fugir, que queria sua ajuda.
— Por quê? — ele insistiu. — Por que você não pode aceitar ajuda? Por que você escolhe ficar presa quando pode ser livre?
Abri a boca para responder, para tentar explicar sobre as ameaças, sobre meu pai, sobre a complexidade impossível da situação. Mas antes que qualquer palavra saísse, senti aquela sensação familiar e terrível subindo pela minha garganta.
O enjoo matinal voltou com força total.
Corri desesperadamente para o pequeno banheiro anexo à sala, caindo de joelhos diante do vaso sanitário e vomitando violentamente. Minhas mãos tremiam enquanto me apoiava na porcelana fria, tentando controlar as ondas de náusea que pareciam não ter fim.
Quando finalmente consegui levantar a cabeça, limpando a boca com papel higiênico, Marco estava parado na porta do banheiro, me observando com uma expressão que misturava preocupação e algo que parecia muito com uma terrível compreensão.
— Maitê — disse, sua voz baixa mas clara. — Você está grávida.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango )
Bom dia. Poderiam liberar 10 capítulos diários. É complicado ler assim, tipo conta gotas. Por isso muitos desistem dos livros e partem pra outros. Pensa nisso com carinho autora....
Poxa q triste, ficou chata demais a história, nas partes da Maitê eu nem gasto mais moedas, reviro os olhos sem perceber…. Li os dois primeiros livros duas vezes, mas essa Maitê dá ânsia...
Que descaso! Comprei as moedas está dizendo que o capítulo 508 está disponível, da erro qdo eu tento liberar e ainda computa as moedas....
Maitê foi um erro na vida de Marco...
Não faz sentido o que aconteceu com o Marco! Essa é a história dele, como assim?...
Cansativo demais. Só 2 capítulos por dia. Revoltante. Coloca logo um valor e entrega o livro completo. Só vou ler até minhas moedas acabarem. Qdo terminar não vou mais comprar. Desanimadora essa situação....
Está ficando cansativo demais, só está sendo liberado 1 ou 2 capítulos por dia (hoje só o capítulo 483)...afff... Ninguém merece.......
2 capítulos por dia, as vezes 1, é ridículo!!! Isso é claramente uma forma de arrecadar as moedas!! Quem sabe, calculem um valor para a história, e seus capítulos … cobrem e liberem!!! Quem quer ler vai pagar, essa forma de liberação só desestimula quem está lendo!!! Está pessimo, além , de opiniões pessoais sobre a obra!...
Estou gostando muito das estórias ….a única coisa é que cobra as moedas e não libera o capítulo …. Já perdi umas 30 moedas com essa situação !...
Que história mais vida louca... AMEI!!!...