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Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango ) romance Capítulo 379

~ MAITÊ ~

O carro preto nos seguia há pelo menos três quarteirões, tentando manter distância mas falhando miseravelmente em ser discreto. Suas manobras bruscas para acompanhar nosso ritmo eram tão óbvias que até uma criança perceberia.

— Eles nem se esforçam mais para disfarçar — comentei, olhando pelo retrovisor lateral enquanto Lívia dirigia em direção ao estúdio de yoga. — É como se quisessem que eu soubesse que estou sendo vigiada.

— Talvez seja exatamente isso — Lívia respondeu, verificando o espelho retrovisor com uma expressão tensa. — Intimidação psicológica. Te manter sempre lembrada de que não tem liberdade.

Suspirei profundamente, me recostando no banco do passageiro. A sensação de estar constantemente sob vigilância havia se tornado parte da minha rotina diária, como escovar os dentes ou tomar café da manhã. Mas isso não tornava a situação menos sufocante.

— Me sinto como uma prisioneira — murmurei, observando as ruas movimentadas de São Paulo passando pela janela. — Talvez essas aulas de yoga sejam realmente boas para relaxar a mente. Eu ando precisando de verdade de alguma coisa que me faça sentir... normal.

Lívia me olhou pelo canto do olho, e havia algo estranho em sua expressão que não consegui decifrar completamente.

— Vai fazer bem sim — disse, mas sua voz soava ligeiramente tensa. — Confie em mim.

O estúdio ficava em uma rua tranquila, cercado por pequenos cafés e lojas de decoração. Era um desses lugares charmosos que respiravam paz e espiritualidade, com plantas na entrada e uma fachada de vidro que permitia ver parte do interior da recepção iluminado por luz natural.

Quando estacionamos, o carro preto parou discretamente algumas vagas adiante. Fingi não notar, mas podia sentir os olhos vigilantes dos ocupantes observando cada movimento nosso.

Entramos juntas no estúdio. O ambiente era exatamente como eu me lembrava - paredes em tons neutros, cheiro suave de incenso, música relaxante tocando baixinho, e aquela atmosfera de tranquilidade que lugares assim cultivam cuidadosamente.

— Vai indo para a sala de aula — Lívia disse, apontando para o final do corredor. — Preciso passar rapidinho no escritório para resolver umas questões de mensalidade e essas burocracias chatas.

— Tem certeza? — perguntei, hesitante em ficar sozinha mesmo que por alguns minutos.

— Absoluta. A sala fica bem ali no final do corredor, é fácil de encontrar. Te encontro lá em cinco minutos.

Seguí pela direção que ela havia indicado. Encontrei a sala no final do corredor, uma ampla área com piso de madeira clara, janelas grandes que davam para um pequeno jardim interno, e espelhos que refletiam a luz natural de forma suave. Empurrei a porta e entrei, esperando encontrar o espaço vazio ou talvez outros alunos se preparando para a aula.

Mas quando olhei para dentro da sala, meu coração parou.

Marco estava lá, em pé próximo à janela fechada, olhando diretamente para mim como se tivesse estado esperando por esse momento há semanas.

Congelei no lugar, minha mão ainda na maçaneta da porta, sem saber o que fazer, como reagir, como respirar. Era ele, realmente ele, não uma alucinação ou produto do meu desejo desesperado. O mesmo homem que havia me feito sentir viva nas Maldivas, que havia me oferecido uma vida diferente, que eu havia deixado para trás no aeroporto.

— Ouvi falar do casamento — disse, sua voz calma mas carregada de uma emoção que não consegui identificar completamente.

— Você não deveria estar aqui — consegui sussurrar, meus olhos automaticamente se movendo em direção à porta atrás de mim, calculando rotas de fuga. — Como você...? Por que você...?

Comecei a olhar nervosamente ao redor, como se esperasse que Viviane ou um dos vigilantes de Dominic aparecessem a qualquer momento.

— Tudo bem — Marco disse, dando um passo na minha direção. — Lívia me ajudou a organizar isso. Ninguém consegue nos ver aqui dentro. As janelas têm película.

— Lívia? — repeti, ainda processando a informação. — Ela... vocês se conhecem?

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