~ MAITÊ ~
Sexta-feira à noite. O mesmo ritual de sempre: jantar na casa dos meus pais. Uma tradição que antes me reconfortava, mas que agora parecia mais uma prisão disfarçada de rotina familiar. Desde o trajeto até a casa deles, com o famoso carro preto me seguindo de perto, já sentia o peso familiar se instalando no meu peito, aquela sensação sufocante de estar representando um papel em uma peça teatral da qual não conseguia escapar.
Quando a empregada me conduziu até a sala de estar, encontrei meus pais acomodados nos sofás de couro italiano, conversando animadamente com alguém que a voz já me fazia querer vomitar – e isso não tinha nenhuma relação coma gravidez. Dominic estava lá, sentado confortavelmente na poltrona que meu pai costumava reservar para visitas especiais, como se fosse parte natural da família.
Não era incomum ele aparecer nos jantares de sexta, mas havia algo diferente em sua expressão naquela noite. Como se estivesse saboreando antecipadamente algo que eu não fazia ideia do quê. Seus olhos encontraram os meus no momento em que entrei na sala, e o sorriso que me dirigiu fez meu estômago se revirar.
— Maitê, querida! — Minha mãe se levantou para me cumprimentar com os beijos de sempre no rosto. — Que bom que chegou. Estávamos justamente conversando sobre os últimos preparativos do casamento.
— Claro que estavam — murmurei, aceitando o beijo de Dominic quando ele se aproximou.
— Você está linda — ele sussurrou no meu ouvido, suas mãos se demorando na minha cintura mais tempo do que o necessário.
O jantar foi servido na sala de jantar formal, com a mesa posta com a louça de porcelana que minha mãe reservava para ocasiões especiais. Pratos elaborados preparados pela cozinheira, vinho caro, conversas que circulavam em torno de negócios, compromissos sociais e perguntas banais sobre minha saúde.
— Como você está se sentindo, filha? — meu pai perguntou enquanto cortava o salmão. — Parece um pouco pálida ultimamente.
— Estou bem — respondi automaticamente, empurrando a comida pelo prato. Cada garfada tinha gosto metálico, cada sorriso que forçava doía nos músculos faciais.
— O estresse dos preparativos do casamento — minha mãe comentou, servindo mais vinho para Dominic. — É normal. Eu também fiquei assim antes do meu casamento.
— Felizmente está quase acabando — Dominic disse, e havia algo em seu tom que me fez olhar para ele. — Em breve todos os preparativos estarão finalizados e poderemos nos concentrar no que realmente importa.
A conversa continuou girando em torno de temas seguros - o clima, os negócios do meu pai, as reformas que minha mãe pretendia fazer na casa de campo. Eu participava mecanicamente, dando respostas monossilábicas.
Foi no meio da sobremesa que Dominic entrelaçou seus dedos nos meus por cima da mesa. O gesto me pegou desprevenida, e quando olhei para ele, vi aquela expressão predatória novamente.
— Na verdade — disse, sua voz assumindo um tom teatral que fez todos os olhares se voltarem para ele — tenho um grande anúncio para fazer.
Dominic me olhou diretamente, e havia algo gelado em seus olhos.
— É claro que ela se importa. Assim como eu. Não queremos nada saindo do controle com essa gravidez, queremos?
A pergunta ficou suspensa no ar, carregada de subtexto. Meus pais, alheios à tensão, continuaram fazendo perguntas sobre datas e sintomas, mas eu mal conseguia ouvir. Estava focada no olhar de Dominic, na forma como ele havia enfatizado as palavras "controle" e "queremos".
— Claro — ele continuou, suavizando o tom como se estivesse apenas fazendo conversa casual — qualquer anormalidade ou complicação precisa ser identificada cedo. É importante descobrir rapidamente caso o bebê tenha alguma condição que... sei lá, comprometa a cor dos olhos ou... a vida.
Ele sabia. Ou pelo menos desconfiava. A referência à cor dos olhos não era casual - era uma mensagem direta para mim. Ele estava deixando claro que se a criança nascesse com características que não combinassem com as dele, haveria consequências.
— Ainda bem que hoje o acompanhamento médico desde o início identifica várias possibilidades — minha mãe comentou, completamente alheia ao que acabara de ouvir. — E os tratamentos são muito eficazes. Além disso, Maitê sempre foi saudável, vai cuidar muito bem dessa criança.
— Vamos cuidar — Dominic corrigiu, seu olhar cravado em mim. — Vamos cuidar.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango )
Bom dia. Poderiam liberar 10 capítulos diários. É complicado ler assim, tipo conta gotas. Por isso muitos desistem dos livros e partem pra outros. Pensa nisso com carinho autora....
Poxa q triste, ficou chata demais a história, nas partes da Maitê eu nem gasto mais moedas, reviro os olhos sem perceber…. Li os dois primeiros livros duas vezes, mas essa Maitê dá ânsia...
Que descaso! Comprei as moedas está dizendo que o capítulo 508 está disponível, da erro qdo eu tento liberar e ainda computa as moedas....
Maitê foi um erro na vida de Marco...
Não faz sentido o que aconteceu com o Marco! Essa é a história dele, como assim?...
Cansativo demais. Só 2 capítulos por dia. Revoltante. Coloca logo um valor e entrega o livro completo. Só vou ler até minhas moedas acabarem. Qdo terminar não vou mais comprar. Desanimadora essa situação....
Está ficando cansativo demais, só está sendo liberado 1 ou 2 capítulos por dia (hoje só o capítulo 483)...afff... Ninguém merece.......
2 capítulos por dia, as vezes 1, é ridículo!!! Isso é claramente uma forma de arrecadar as moedas!! Quem sabe, calculem um valor para a história, e seus capítulos … cobrem e liberem!!! Quem quer ler vai pagar, essa forma de liberação só desestimula quem está lendo!!! Está pessimo, além , de opiniões pessoais sobre a obra!...
Estou gostando muito das estórias ….a única coisa é que cobra as moedas e não libera o capítulo …. Já perdi umas 30 moedas com essa situação !...
Que história mais vida louca... AMEI!!!...