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Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango ) romance Capítulo 393

~ MAITÊ ~

Parada na entrada do corredor improvisado entre as fileiras de cadeiras dispostas nos jardins da mansão, sentia meu coração batendo tão forte que tinha certeza de que todos poderiam ouvi-lo. Minhas mãos tremiam ligeiramente enquanto segurava o pequeno buquê de flores silvestres que Bianca havia escolhido - simples, mas perfeitamente adequado para aquela cerimônia íntima.

Nervosa não começava a descrever o que sentia. Era como se estivesse prestes a saltar de um penhasco sem saber se havia uma rede de segurança esperando por mim lá embaixo.

O lugar estava lotado com rostos que talvez fizessem sentido para a família Bellucci - sendo eles quem eram, com suas conexões e influência -, mas que não significavam absolutamente nada para mim. Empresários elegantemente vestidos, mulheres com joias discretas mas claramente caras, pessoas que provavelmente haviam viajado milhares de quilômetros para estar ali. Uma pequena multidão de desconhecidos observando o momento mais vulnerável da minha vida.

Mas apenas um rosto fazia sentido no meio daquela confusão. Apenas um par de olhos importava.

Marco estava parado no final do corredor, ao lado de um altar improvisado decorado com arranjos florais. Ele usava um terno escuro que realçava perfeitamente sua figura atlética, mas o que realmente me chamou atenção foi a forma como me olhava. Como se eu fosse a coisa mais preciosa do mundo, como se nada mais naquele jardim existisse além de mim.

Ainda não havíamos nos visto desde sua chegada da Itália com a família naquela manhã. Como eu já estava em meu "dia de noiva", as garotas acharam melhor manter a tradição e nos separar até o momento da cerimônia. Parte de mim havia se perguntado se ele se arrependeria quando me visse vestida de noiva, se a realidade do que estávamos fazendo finalmente o atingiria.

Mas quando nossos olhos se encontraram através da distância que nos separava, vi apenas certeza.

Comecei a caminhar lentamente pelo corredor, tentando não tropeçar na bainha do vestido ou desmaiar de nervosismo. Cada passo me levava mais perto dele, mais perto de uma decisão que mudaria minha vida para sempre. Os convidados se levantaram em um sussurro coletivo de tecidos e sapatos, mas eu mal os registrava. Toda minha atenção estava focada no homem que me esperava com um sorriso que conseguia ser ao mesmo tempo suave e intenso.

Quando finalmente cheguei perto o suficiente para vê-lo claramente, seus olhos brilharam com uma mistura de diversão e ternura.

— Então — disse em voz baixa, apenas para mim —, a gente insiste em se encontrar assim, hein?

Não consegui evitar uma risada genuína, sabendo exatamente do que ele estava falando. Eu, vestida de noiva, exatamente como no dia em que nos conhecemos. A ironia da situação não estava perdida para nenhum de nós.

— Espero que não pretenda sair correndo dessa vez — ele acrescentou, a voz carregada de humor mas com uma nota subjacente de algo mais sério.

— Acho que você vai ter que esperar até a hora da pergunta para ter certeza — respondi, surpreendida com minha própria capacidade de brincar naquele momento.

Ele riu baixinho, estendendo a mão para mim. Quando nossos dedos se tocaram, senti uma corrente elétrica percorrer meu braço. Caminhamos juntos os últimos passos até o altar improvisado, onde um celebrante discreto nos esperava com um sorriso no rosto.

Era estranho estar ali ao lado dele. Por um lado, Marco ainda era essencialmente um desconhecido - alguém que havia entrado na minha vida há apenas uma semana, alguém cujos hábitos cotidianos eu não conhecia, cujas manias e peculiaridades ainda eram mistérios para mim. Não sabíamos como o outro tomava café pela manhã, que lado da cama preferia, ou como reagíamos quando estávamos verdadeiramente irritados.

Mas, paradoxalmente, me sentia mais segura e relaxada ao lado dele do que jamais havia me sentido com Dominic, mesmo depois de anos de relacionamento. Era como se meu corpo reconhecesse instintivamente que Marco não representava uma ameaça, que sua presença era um refúgio ao invés de uma prisão.

Mas quando abri a boca para responder, o "sim" saiu tão natural, tão inevitável, que não consegui conter as lágrimas que finalmente começaram a escorrer pelo meu rosto.

— Sim — repeti, mais alto dessa vez, querendo que não houvesse dúvida.

Quando o celebrante fez a mesma pergunta para Marco, sua resposta foi igualmente firme e imediata.

Ele continuou com as formalidades, perguntando se havia algum impedimento para o casamento. O silêncio que se seguiu foi completo, exceto pelo som distante de pássaros cantando nas árvores ao redor dos jardins.

— Pode beijar a noiva — o celebrante anunciou com um sorriso.

Marco se virou para mim, suas mãos vindo descansar suavemente em meu rosto, os polegares gentilmente limpando as lágrimas que ainda desciam pelas minhas bochechas. Por um momento, ficamos apenas nos olhando, como se estivéssemos tentando memorizar aquele instante.

Então ele se inclinou e me beijou.

Não foi um beijo performático para os convidados ou uma formalidade para selar o contrato. Foi suave e cuidadoso, mas carregado de uma intensidade que me fez sentir um arrepio percorrer todo o meu corpo. Era como se aquele beijo selasse muito mais do que um contrato assinado em papéis, como se selasse algo mais profundo e fundamental entre nós. Era como selasse um contrato de almas.

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