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Comprei um Gigolô e ele era um Bilionário (Kayla Sango ) romance Capítulo 440

~ MAITÊ ~

— O que você está fazendo aqui? — perguntei, tentando manter minha voz firme.

Vivianne se levantou graciosamente, sacudindo um pouco de poeira invisível de sua roupa impecável.

— Procurando uma mala — respondeu com naturalidade desconcertante. — Você não viu, viu?

Acontece que eu havia visto. No exato momento em que pisei na sala, meus olhos captaram um flash de couro marrom escondido entre duas estantes no canto oposto da sala. A mala estava ali, parcialmente oculta, mas visível para quem soubesse onde procurar. Eu deveria simplesmente pegá-la, sair correndo e vencer o jogo para a Bellucci. Era a coisa lógica e estratégica a fazer.

Mas eu não fiz isso.

Ao invés disso, cruzei os braços e insisti:

— Você sabe exatamente do que estou falando. O que você está fazendo aqui na Itália?

Vivianne se aproximou alguns passos, e o que me surpreendeu foi sua postura. Ela não estava agressiva ou defensiva como eu esperava. Havia uma calma quase pacífica em seus movimentos, como se esta conversa fosse perfeitamente normal.

— Me separei de Dominic — disse simplesmente, como se estivesse comentando sobre o tempo.

Ri alto, não conseguindo conter a incredulidade.

— Não acredito — declarei. — Vocês são perfeitos juntos. Dois mentirosos, criminosos e sem escrúpulos. A dupla ideal.

Vivianne deu de ombros com indiferença elegante e voltou a procurar metodicamente pelos móveis da sala, suas mãos explorando cada gaveta e compartimento com precisão profissional.

— Não me importa muito no que você acredita ou deixa de acreditar — disse, sua voz mantendo aquele tom irritantemente calmo. — Me separei. Ele tem outros planos que não me envolvem.

Ri novamente, desta vez com mais crueldade.

— Então foi isso — provoquei. — Ele finalmente te chutou.

Vivianne parou sua busca por um momento e se virou para me olhar, uma expressão ligeiramente divertida em seu rosto.

— Acontece que ele conheceu Francesca Monteiro — disse casualmente, como se estivesse revelando um segredo menor.

— A antiga dona da Monteiro? — perguntei, genuinamente surpresa com essa informação.

— A mesma — confirmou Vivianne, voltando à sua busca metódica.

Processei essa informação por um momento, tentando conectar os pontos.

— E você quer que eu acredite que vocês terminaram quando você é a nova CEO da Monteiro? — questionei, percebendo a inconsistência óbvia. — Que coincidência conveniente.

— Roubei a Monteiro deles quando descobri que estavam dormindo juntos — Vivianne disse com uma satisfação quieta que fez minha pele arrepiar.

Senti uma mistura de repulsa e curiosidade mórbida.

— Esse é seu limite? — perguntei, incrédula. — Aceitava ser amante, mas não aceita que ele tenha outras amantes?

— Não — respondeu firmemente, finalmente parando de procurar e se virando para me encarar completamente. — Não aceito. Não quando eu não sei dos planos.

— ACHAMOS! — Mia berrou para todo o complexo. — A BELLUCCI ENCONTROU A MALA!

Chegamos juntos ao salão principal, onde outras equipes ainda estavam procurando ou retornando de buscas infrutíferas. O organizador pegou o microfone rapidamente.

— Damas e cavalheiros, temos nossa primeira equipe vencedora! — sua voz ecoou pelo salão. — A equipe Bellucci encontrou a mala do tesouro!

Aplausos preencheram o ambiente, misturados com algumas expressões de decepção das outras equipes. Coloquei a mala sobre a mesa central, ainda ofegante da corrida e da tensão.

— Vamos ver nosso prêmio — disse alto o suficiente para todos ouvirem.

Abri a mala com um click satisfatório. Lá dentro, perfeitamente acondicionadas em compartimentos acolchoados, estavam três garrafas magníficas - uma Bellucci, uma Rossini e uma Monteiro.

Peguei primeiro a garrafa da Bellucci, admirando o rótulo elegante. Depois a Rossini, que parecia ser de uma safra especial. E finalmente, meus dedos se fecharam ao redor da garrafa da Monteiro.

Por um momento, todos no salão ficaram em silêncio, esperando que eu simplesmente colocasse as garrafas de volta ou as entregasse ao organizador como parte da cerimônia de vitória.

Ao invés disso, ergui a garrafa da Monteiro bem alto, de forma que todos pudessem ver claramente o rótulo.

— Esta — disse, minha voz carregando uma determinação fria que eu não sabia que possuía — não pertence mais aqui. Não é um tesouro

E com toda a força que consegui reunir, atirei a garrafa contra o chão. O vidro se estilhaçou com um barulho alto e definitivo, o vinho tinto espalhando-se pelo piso como sangue. O silêncio que se seguiu foi absoluto - nem mesmo respirações podiam ser ouvidas.

Meus olhos encontraram os olhos de Vivianne através do salão. Se ela queria guerra, então eu havia acabado de declarar guerra.

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