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Esposa impostora e o Magnata Sombrio. romance Capítulo 110

Cap. 109: Discreto ciúme no elevador.

Antes mesmo de nos aproximarmos da empresa, Andrews desviou o carro para uma rua arborizada, tranquila, com lojas refinadas e vitrines minimalistas. Eu franzi o cenho, olhando pela janela.

— Onde estamos?

Ele estacionou com calma e se virou parcialmente para mim.

— Você não tomou café, E ficou tempo demais se debatendo no quarto. — Seus lábios se curvaram num meio sorriso divertido.

— Eu não estava… debatendo. — protestei fraca, já imaginando o quanto ele ouviu.

Ele apenas arqueou uma sobrancelha e saiu do carro sem responder. Fiquei ali por um segundo, respirando fundo, mas logo vi quando ele deu a volta no carro e abriu a porta para mim.

Andrews, Abrindo a porta.

Meu cérebro quase travou.

— Você está tentando me enganar pra eu me apaixonar por você de novo, é isso? — brinquei, meio sem pensar.

Ele apenas me estendeu a mão com um olhar firme e, de algum jeito, gentil.

Engoli em seco, segurei sua mão e desci. e juntos caminhamos em direção à entrada de um restaurante discreto e elegante, com varandas floridas e um ar europeu. No letreiro, lia-se Maison de Lys.

O lugar era calmo, a decoração suave branco, dourado fosco e plantas pendendo do teto alto. A música era um jazz instrumental baixo, quase como se acariciasse o ambiente. Nos acomodamos numa mesa à janela, com vista para a praça onde o vento fazia os galhos das árvores dançarem.

Eu estava encantada, olhando ao redor sem noção do tempo enquanto ele já tinha feito o pedido e o café já estava á mesa.

Enquanto eu observava tudo, Andrews parecia... só me observar.

— Você vai me encarar até eu engasgar com o croissant? — perguntei, com uma sobrancelha arqueada.

— Talvez. — ele respondeu, simples, ainda me fitando como se eu fosse mais interessante do que o cardápio, o restaurante e o mundo inteiro.

Sorri, mas desviei o olhar, tentando esconder o calor que tomava conta de mim de novo. Eu comecei a comer, e cada sabor era melhor do que o outro, frutas frescas, pão macio e amanteigado, café com um leve toque de baunilha.

— Está me analisando por quê? — perguntei, depois de um gole de suco.

— Você parece confortável. Como se me conhecesse há anos.

— Acho que não tem nada para esconder. — dei de ombros, como se fosse óbvio.

Ele franziu o cenho com dúvida.

— Mesmo que você não lembre, Andrews... depois de tudo que vivemos... não dá mais pra fingir que não aconteceu. — disse, pousando o talher e olhando diretamente pra ele. — Eu poderia estar tímida, mas você já viu mais de mim do que eu tinha permitido, não vou fingir timidez quando já tivemos muitos momentos importantes.

Ele pigarreou. Claramente desconfortável. Coçou a nuca, desviou o olhar pela janela por um segundo e depois voltou para mim.

— Parece que sou eu quem precisa me acostumar com tudo isso agora.

— Vai conseguir.

— Aurora! Você não apareceu no último café da equipe, Vai nessa semana? — ele perguntou, animado, ajeitando os óculos no rosto. — Se quiser, pode ir como minha convidada, todos estão ansiosos pela sua participação.

Eu arregalei os olhos com a ousadia dele — ou talvez inocência — e sorri educadamente.

— Ah… obrigada, mas acho que não vou poder, infelizmente tenho uma rotina um pouco apertada. — sorri discretamente demonstrando desconforto.

— Quem sabe... você possa falar comigo? Esse é meu cartão, vamos ser amigos, casualmente e sair para comer algo algum dia.

— Ah... eu sinto muito, talvez em equipe e coisas do trabalho, mas eu sou casada, ela avisou mostrando a aliança.

O rapaz assentiu, meio desapontado ficando em silêncio, e saiu no andar seguinte com uma carinha quase triste.

Andrews não disse uma palavra. Mas eu podia sentir o peso da atenção dele em mim como um campo gravitacional inteiro puxando minha alma para trás. Com a entrada de mais funcionários, fui automaticamente recuando para dar espaço, uma, duas vezes, até minhas costas esbarrarem em algo firme.

Antes que eu pudesse me virar, senti os dedos de Andrews envolverem minha mão discretamente. Um gesto sutil, mas firme, como se tivesse impondo qual era seu território.

Ele me puxou mais um passo para trás, até meu corpo repousar de leve contra o dele, minha nuca roçando seu peito largo. Seu perfume era inconfundível, amadeirado, sofisticado, perigoso. O calor da sua respiração próxima à minha orelha fez minha pele se arrepiar inteira.

Fiquei ali, tentando disfarçar o rubor nas minhas bochechas, enquanto ele me mantinha junto dele com aquele toque discreto e protetor. Por fora, ele parecia sério, talvez até distraído, como se nem estivesse prestando atenção em mim. Mas eu sabia que ele estava marcando território.

E ninguém ali, ocupado demais com seus próprios celulares, pastas ou pensamentos, percebeu que Andrews Westwood estava praticamente abraçando sua esposa dentro do elevador da própria empresa.

Eu sorri sem jeito, olhando para frente, imóvel, como se nada estivesse acontecendo.

Mas por dentro… Estava pegando fogo.

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