Cap. 108: Andrew entrega a aliança Aurora.
— Pensei que ia me esperar lá embaixo… no carro — murmurei, sem saber bem o que fazer com as mãos, com o olhar, com nada.
Andrews encostava na parede, com os braços cruzados e um sorriso discreto no canto da boca.
— Eu estava esperando aqui… enquanto ouvia você gritar e correr de um lado pro outro no quarto.
— Você ouviu?!
Ele deu um passo à frente, e meu corpo automaticamente deu um passo pra trás, tropeçando nos próprios pés.
— Só um pouco. Tipo… tudo.
Ele riu.
Revirei os olhos, morrendo por dentro.
— Então… vamos? — murmurei, desviando o olhar e tentando controlar o rubor que provavelmente me deixaria rosa por uma semana.
Andrews me surpreendeu estendendo a mão.
Pisquei algumas vezes, sem entender de imediato.
— Mão dada? — perguntei, hesitante.
Ele sorriu, aproximando-se.
— Acho que já fizemos coisas bem mais íntimas do que isso — disse, com aquela voz grave e deliciosa, deixando o ar ainda mais denso entre nós. — Só estou pedindo sua mão agora.
Corei até a alma, mas estendi a minha, E ele a segurou com delicadeza, como se fosse um gesto sagrado.
Mas antes de entrelaçar nossos dedos, Andrews virou minha palma e a encarou com atenção, A marca ainda avermelhada da cicatriz ali, exposta que por acaso ainda doía, não era um corte fácil de simplesmente sara em uma semana, ainda doía apesar de ter cicatrizado.
— Falando nisso… — ele suspirou, os olhos pesando com culpa. — Me desculpa por ter te machucado. E… por não ter investigado direito o que realmente aconteceu com sua mão.
Por um segundo, ele me pareceu tão humano, tão vulnerável, tão longe daquele homem frio que conheci.
Sorri, com o coração amolecido.
— Já está tudo bem.
Ele levou minha mão até os lábios e beijou suavemente os nós dos meus dedos.
— Eu nunca mais vou te machucar, de nenhuma forma, Você pode confiar em mim.
— E você pode confiar em mim? — Minhas palavras saíram quase num sussurro.
Andrews ergueu os olhos e assentiu com firmeza.
— Eu já tive provas de que posso. — ele disse em seguida levando uma das mãos ao bolso tirando a aliança que me fez gelar. — a partir de hoje, você não deve mais tirar de jeito nenhum, as pessoas devem saber que você é casada, esta bem? — perguntou e eu tonta e sem reação confirmei com a cabeça.
Foi como se o mundo parasse por um segundo, Porque eu sabia do que ele estava falando.
As gravações de todas às vezes que ele esteve vulnerável e sem defesa na minha frente, eu podia ter feito qualquer coisa, e me vingado de verdade dele.
Fiquei em silêncio por alguns segundos, processando tudo. E, pela primeira vez em muito tempo, o silêncio entre nós não foi desconfortável.
E com a mão dele na minha, cruzamos o corredor como se o mundo inteiro estivesse esperando a gente começar… algo novo.
Entramos no carro, e o silêncio que se instalou não era o mesmo de dias atrás, não era frio, nem cortante, Era confortável. Quase como se nossos corpos estivessem se entendendo em outro idioma, em outra frequência, enquanto o resto do mundo passava pela janela.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Esposa impostora e o Magnata Sombrio.