Cap. 111 Escândalo de Andrews.
As duas continuavam arrumando todos aqueles documentos, mas Alice não conseguia ficar quieta sempre entrando no celular e procurando novas noticias.
— Você não vai mesmo parar?
— As fotos de vocês, estão em todos os sites, Andrews esta literalmente te devorando com os olhos, ele parece ser um homem bem intenso. — ela disse de forma dramática.
— Intenso?
— Sim, em amar, em beijar, em tudo, ele tem um jeito de homem intenso! — ela disse me mostrando os punhos então me lembrei dessa manha no quarto dele e bati nas bochechas.
— Finalmente, adeus virgindade! — Alice gritou, abraçando uma pilha de relatórios como se fossem troféus.
Aurora arregalou os olhos e olhou em volta, certificando-se de que ninguém tinha ouvido.
— Alice, fala baixo! Pelo amor de Deus!
— Eu tentei ser discreta por quase um ano, Aurora. Você me negando esse momento histórico?! — ela se encostou na parede, dramatizando. — Eu queria tanto ter te preparado para isso… falar como você deveria se vestir, como andar, como seduzir um CEO-gato-milionário…
— E você acha que eu ia te ouvir? — Aurora cruzou os braços, ainda rindo, enquanto separava alguns documentos.
— Lógico que não. Mas ainda assim, como sua melhor amiga, era meu dever moral tentar — ela disse piscando. — Agora que você é oficialmente a mulher do homem mais cobiçado da cidade… meu Deus, você tem noção disso?
Mas o que elas não tinham previsto era o que viria depois.
O dia estava como qualquer outro. Papéis, planilhas, e-mails, reuniões. Andrews seguia sério, embora mais atento à presença de Aurora nos corredores, um olhar aqui, outro ali, um canto de boca quase sorrindo toda vez que ela passava.
Por algumas horas, parecia que tudo estava sob controle.
Até que não estava mais.
Começou com sussurros nos corredores. Depois, cochichos mal disfarçados na copa. Aurora percebeu que, aonde ia, sempre havia alguém olhando. Sempre havia alguém virando o celular discretamente. As conversas paravam assim que ela se aproximava.
No intervalo, ela abriu o celular e, em letras garrafais nos sites de fofoca corporativa e redes sociais, leu:
"Magnata Andrews Westwood é casado com funcionária do próprio império e ninguém sabia!"
"Esposa do CEO lavava banheiros! Assédio foi o ponto de virada."
"Casada com o chefe e mesmo assim tratada como qualquer um, ou pior?"
Aurora congelou. Alice, que estava ao lado, soltou um palavrão alto o suficiente para derrubar o silêncio da sala.
— Que porra é essa?!
— Como isso vazou? — Aurora perguntou, engolindo em seco.
Alice já lia os comentários com a velocidade de uma máquina de guerra.
— “Como ele tem coragem de deixar a esposa lavar banheiro?”
— “Só tomou providência depois do escândalo do assédio?”
— “Isso aí tá com cara de casamento de fachada para abafar coisa pior.”
A cena que encontrou fez o ar prender nos pulmões.
Rodrigo estava de joelhos, as mãos entrelaçadas como se suplicasse misericórdia, Seu rosto estava tenso, marcado por desespero e culpa. Andrews estava em pé diante dele, os braços cruzados, expressão impenetrável, mas os olhos, os olhos carregavam um aborrecimento sombrio.
— Eu juro, Andrews, eu juro que não imaginei que tudo isso ia acontecer! Eu só queria ajudar! Mas acabou saindo tudo errado e eu... — Rodrigo engasgava nas palavras. — Eu vou consertar. Eu prometo. Eu falo com a imprensa, eu apago os rastros...
— Por que não começa agora? Afinal já começou quando você não me ouviu quando eu te disse para não colocar ela em qualquer cargo, estava tudo bem ela saber que essa empresa era minha! — Andrews interrompeu, sua voz cortante fazendo rodrigo comprimir os lábios mantendo a cabeça baixa. — Vá! E dÊ um jeito nessa história.
Rodrigo se levantou de imediato, a respiração curta, e murmurou.
— Sim, senhor. Agora mesmo.
Ao se virar para sair, Rodrigo deu de cara com Aurora parada ali, Os olhos dele arregalaram por um breve segundo, mas não disse nada. Passou por ela em silêncio, como um fantasma que sabia o peso de sua presença.
Aurora ficou ali, sem saber o que dizer, o que fazer. Apenas encarou Andrews, sentindo o calor do olhar dele fixo nela.
Ele se sentou na borda da mesa com um suspiro pesado, os cotovelos nos joelhos e as mãos entrelaçadas, Mesmo ali, casual, ele parecia ainda mais serio.
Aurora deu um passo hesitante.
— Eu… sinto muito — disse, mantendo a cabeça baixa. A voz saiu baixa, abafada, quebrada, sentindo que agora era sua vez de se desculpar com ele.
Andrews ergueu os olhos para ela e, com um gesto gentil, estendeu uma das mãos.
— Vem aqui. — ele gesticulou com a mão mantendo a expressão seria, encostado a ponta da mesa.

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