Cap. 112: oficialmente anunciados.
Eu obedeci, lentamente. Quando me aproximei o suficiente, ele me puxou para seus braços, envolvendo-me num abraço firme, protetor. Um tipo de abrigo silencioso.
— Você não tem culpa de nada. — ele murmurou contra o meu cabelo. — Se alguém tem culpa aqui, às vezes problemas podem acontecer, mas tudo pode ser resolvido se não se tratar de morte.
Apertei os olhos por um segundo, sentindo o coração aperta, mas com uma pitada de alivio.
— Mas agora… estão dizendo coisas horríveis. Sobre você. Sobre mim. Sobre nós dois. E eu… eu não quero que pensem que você me forçou a nada, ou que eu tô aqui por interesse, ou que—
— Chega. — Ele me interrompeu com firmeza, os dedos afagando suavemente minhas costas. — Eu soube lidar com coisas piores do que isso, Aurora. Mas a única coisa que eu não vou aceitar é você carregando culpa que não é sua.
Eu finalmente o encarei, a respiração presa, o peito apertado.
— E o que a gente vai fazer?
Andrews me fitou em silêncio por alguns segundos. Então, a seriedade que sempre carregava cedeu espaço para um sorriso quase imperceptível no canto dos lábios.
— Vamos mostrar pra eles que nós não somos uma história mal contada de internet, já que essa bola de neve se formou por causa de ações mal administradas.
— E como fazemos isso?
— Fique ao meu lado. — Ele respondeu, como se fosse a coisa mais simples do mundo. — E sem mais esconderijos.
Eu senti a garganta apertar com aquelas palavras. Porque, mesmo com toda a confusão, o caos, a pressão… ele estava ali, e naquele momento, eu me lembrei de que desde o começo, Andrews nunca escondeu o casamento dele de ninguém, nem mesmo da grande mídia. Mesmo quando as fotos postadas não mostravam o meu rosto, o intuito sempre foi a proteção.
E, pela primeira vez, desde que tudo começou, eu me senti forte o suficiente para enfrentar o mundo ao lado dele.
— Então vamos apenas deixar as coisas rolarem? — Perguntei, ainda com os olhos presos nos dele, a voz baixa, quase temerosa.
Andrews me observou por um instante, como se escolhesse as palavras com cuidado. Então, em silêncio, estendeu a mão para mim, os olhos fixos no meu rosto como uma promessa silenciosa.
— Quero fazer uma coisa — disse, firme, seguro. — Já que tudo está de cabeça para baixo… e sem mais segredos.
Hesitei, olhando da mão dele para os olhos, e então entrelacei meus dedos aos dele.
Ele se levantou da mesa, ainda com a mão minha presa à sua, e caminhou para fora da sala, sem dizer uma palavra à secretária, sem se importar com quem veria. Eu mal conseguia acompanhar os passos dele, até sentir o braço firme de Andrews envolver minha cintura, puxando-me para mais perto.
— Entendi… — Apertei os olhos de novo quando a porta se abriu, e mais fotos foram tiradas de nós, seguidas de gritos, como se fosse um show. Mas ninguém entrou ou segurou a porta, percebendo que Andrews os encarava de forma minuciosa e séria. Ninguém queria ser demitido.
— O que vai fazer? Demitir todo mundo? — Perguntei, mas de repente, Andrews se virou para mim e me puxou para perto.
— Eu deveria? Eles vão fazer o elevador parar em cada andar. Todos os departamentos vão nos infernizar até que possamos sair. Eu deveria demitir todo mundo?
— Não… — balbuciei, sem saber o que responder.
— Então eu deveria aproveitar, já que não posso demitir ninguém. — Ele sussurrou em meu ouvido, e na mesma hora, a porta se abriu. Eu tentei me afastar, mas ele me apertou contra o corpo e virou meu rosto. Quando a porta se fechou, ele levantou meu rosto e aproximou seus lábios do meu. Fechei os olhos, e o mundo parecia desaparecer ao nosso redor, abafando os gritos e as explosões de comemorações.
— Andrews... o que está fazendo? Sabe que estão tirando fotos?
— Sei, mas já é tarde para qualquer preocupação se não estamos fazendo nada de errado. — Ele avisou. E depois de alguns minutos, finalmente chegamos ao último andar, podendo seguir para fora daquele lugar.
Lá fora, o vento estava suave, e o céu, tingido por tons dourados e azulados, marcava o início da tarde e o começo de algo novo. Andrews me levou até o carro dele, mas, em vez de abrir a porta, puxou-me gentilmente pela mão novamente.
— Vem comigo — ele disse. — Não é um grande gesto… mas é o meu jeito de deixar claro que você é minha prioridade agora. Eu já tinha solicitado desde cedo para prepararem tudo.

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