Cap. 147 voto de confiança.
Aurora narrando:
— Deixe que ela pense que ainda está nos manipulando — ele disse com um sorriso malicioso nos lábios. — Eu tenho algumas coisas para resolver.
Franzi o cenho, intrigada.
— Que coisas?
Andrews sorriu de um jeito enigmático, aquele tipo de sorriso que sempre me deixava mais curiosa do que eu gostaria. Ele acariciou minha bochecha com delicadeza.
— Só confie em mim, meu anjo — murmurou, com os olhos brilhando, cheios de uma promessa silenciosa. — Logo você vai ver... essa história vai acabar. E a nossa pode finalmente começar do jeito certo.
Antes de sair, ele segurou meu pulso com suavidade, mas com firmeza suficiente para me fazer parar.
— Está quase na hora de voltar à empresa — disse ele. — Você deve ficar em casa. Esta noite... você vai dormir no meu quarto, assim como tem sido, porque é assim que deve ser.
A voz dele era firme, porém doce. Não era uma ordem fria, mas uma afirmação segura.
— Nada de fugir, Aurora. E nada de esconder coisas de mim. Se a gente quer ter alguma chance, não pode mais haver silêncios entre nós. Eu também prometo não esconder nada de você.
Assenti em silêncio, com o coração apertado e ao mesmo tempo aquecido pela mudança que enxergava nele. Acariciei seu rosto com carinho, sentindo a textura familiar da barba por fazer sob meus dedos, e me despedi com um beijo leve na bochecha.
— Até a noite, Andrews — sussurrei, antes de sair.
Caminhei pelos corredores com passos leves, quase em silêncio, certificando-me de que ele não vinha atrás. Quando entrei no meu quarto, tranquei a porta e encostei nela por alguns segundos, como se precisasse de fôlego.
Meu coração ainda estava acelerado quando peguei o celular. As mãos trêmulas mal conseguiam digitar o número. Quando a chamada completou, a voz estridente e já irritada de Janete explodiu do outro lado da linha.
— Você demorou, sua idiota! — gritou. — Por sua causa eu tive que usar parte do dinheiro com o inútil do Ronald! Como você tem coragem de atrasar isso? Tá achando que é quem agora?
Fechei os olhos e respirei fundo. A voz dela sempre me dava náuseas, mas dessa vez, algo dentro de mim era diferente. Eu não tremi.
— Ninguém mandou você tentar me enganar de novo — respondi, com a voz gelada. — Se está sem dinheiro, a culpa é sua. Não me ameace mais.
Ela riu. Um som seco, debochado, que sempre me fez encolher por dentro... mas não hoje.
— Ah, então agora você se acha, né? Quem te deu essa coragem de barata?
Sorri, não porque achei engraçado, mas porque finalmente eu tinha uma resposta que a faria se calar.
— Andrews — respondi. — Ele me deu o cartão dele. Disse que posso usar quanto quiser. Então, você pode parar com esse teatro. Dinheiro não vai ser o problema. Mas é a última vez.
Do outro lado, houve um silêncio denso. Eu podia quase ouvir a bile subindo na garganta dela.
— Você é apenas uma menina estúpida... — disse, enfim, com veneno. — Você não merece ele. Eu devia estar no seu lugar!
— Pois não está. E nunca vai estar. — respondi, firme como nunca.
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Os comentários dos leitores sobre o romance: Esposa impostora e o Magnata Sombrio.