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Esposa impostora e o Magnata Sombrio. romance Capítulo 161

Cap. 159: pedidos sinceros

Andrews permaneceu em silêncio por alguns segundos depois de contar sobre o internato. Parecia ponderar se devia continuar, mas a expressão de Aurora, cheia de perguntas sem resposta, o impulsionou.

— Foi naquela mesma época...

— Eu tentei tirá-la legalmente... mas não consegui autorização. Então pressionei a diretora responsável. Muito dinheiro, muitas ameaças veladas... e, no fim, consegui forçar que todas as meninas acima de dezesseis anos fossem devolvidas às suas famílias. — Ele suspirou. — Assim, minha irmã, que já era mais velha, foi liberada. Levei-a comigo para outro país. Ela precisava de tratamento. Precisava ser salva, mas eu não esperava... — Ele sorriu, confuso, ao encarar Aurora ainda petrificada.

Aurora o encarou, a mente repassando os detalhes daquele ano, daquela saída abrupta que até hoje deixava marcas.

— Eu fui uma das meninas que foi jogada para fora por causa disso — disse, a voz baixa, entrecortada pela lembrança. — Um dia, só me disseram para arrumar minhas coisas. Me deixaram na porta da minha casa... como se eu fosse um fardo devolvido.

Andrews se encolheu, o olhar aflito.

— Aurora... eu... eu não sabia. Juro. — Ele abaixou a cabeça. — Me desculpa. De verdade.

Ela respirou fundo, mas não respondeu de imediato. Seus olhos estavam distantes, como se vissem algo que ele não podia alcançar. Então, murmurou:

— Eu levei Alice comigo. Ela era só uma criança, Andrews. Tinha 14 anos. E eu era tudo que ela tinha. Ela estava sendo maltratada pelas outras meninas... e eu a convenci a vir comigo. — A voz de Aurora começou a falhar. — Ela tinha medo de ficar lá sozinha, e eu prometi que ia protegê-la. Mas quando fomos jogadas de volta na casa da minha mãe... ela viveu o mesmo inferno que eu. E pior, porque não tínhamos nenhum lugar para ir e ela nunca nem mesmo teve família. Parece que você não pensava nas consequências naquela época, não é?

Andrews fechou os olhos por um instante, como se sentisse o peso daquelas palavras cravarem-se em sua pele.

— Me desculpa — sussurrou, levantando-se e indo até ela. — Eu não imaginei... jamais quis causar mais dor a alguém. Eu só queria salvar a minha irmã. Achei que estava fazendo a coisa certa... naquela época, eu era um pouco inconsequente, estava usando tudo que tinha conseguido para recuperar as coisas que tinham sido tiradas de mim, sem pensar nas consequências.

Aurora não se afastou quando ele a abraçou, mas seus braços demoraram um pouco para corresponder. Quando enfim o envolveram, era como se ela também buscasse consolo, não apenas oferecesse.

— Eu também me sinto culpada — admitiu, a voz abafada contra o peito dele. — Porque, no fundo, eu sabia que ela era jovem demais. Mas eu só queria que ela não se sentisse sozinha... e a levei sem saber como me receberiam. Eu estava enganada e acabei causando uma ferida que não pode ser apagada.

Andrews a apertou com mais força, o coração apertado pelo remorso.

Ela se afastou devagar, limpando discretamente uma lágrima antes de encará-lo.

— Está tudo bem. É passado — disse, mesmo que sua voz ainda tremesse. — Você fez por sua irmã o que eu faria pelos meus irmãos. A família ainda é o que importa, ainda mais quando são aqueles que não podem se defender.

— Está tudo sendo preparado. Alice e Rodrigo vão cuidar da supervisão da segurança e dos funcionários, averiguando com cuidado cada um deles para que não haja intrusos — Donovan avisou.

— Ok... cuide de tudo para que seja perfeito e seguro. Será o dia em que também vou apresentá-la de forma oficial a todos os meus associados.

— Sim, senhor — ele respondeu, se retirando. — Mas, ainda assim, por ser em um hotel, mesmo com a segurança reforçada, será um pouco arriscado. Não sabemos se esse homem saiu do país ou está em algum buraco. A mãe de Aurora não está com ele ainda.

— Mas está planejando ir até ele. Onde ela está agora?

— Ela se mudou recentemente para uma casa em um bairro remoto, mas está vivendo sozinha. Ainda não recebeu nenhum tipo de visita e não vimos nada suspeito.

— Continuem vigiando cada passo dela. A polícia também está de olho agora, então ela não pode nem mesmo sair do país.

— Sim, senhor! E Janete? Acha que ela pode aprontar alguma coisa?

— Não acredito. Mas devemos ter ainda mais atenção com ela. Já que o pai de Aurora vai estar na festa, pode ser que ela tente aproveitar essa brecha e entrar também — avisou Andrews, pensativo.

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