Capitulo 172
— Nada que exija sua preocupação. — Donovan respondeu com calma. — São só assuntos logísticos. Segurança.
O que Andrews não sabia era que Donovan havia dado ordens específicas aos seus homens: qualquer coisa sobre Aurora deveria passar por ele antes. Eles não deveriam reportar diretamente a Andrews — apenas garantir a proteção dela e manter o silêncio.
Aurora, por sua vez, começava a se sentir sufocada. Não conseguia sair sozinha sem ser seguida discretamente. Suas idas ao médico estavam sendo feitas em horários alternativos, com carros que não pertenciam à casa, e com a ajuda de Jascy e Mariana.
Mesmo que tentasse fingir normalidade, o medo da descoberta estava crescendo dentro dela.
O segredo era como uma corda apertada no meio da casa, esticada demais, prestes a arrebentar.
Aurora já estava perto dos três meses, depois daquele incidente na sua festa de aniversário, Andrews parecia estranhamento quieto também, mesmo que sempre presente e tão cuidadoso com ele, ele parecia estar escondendo segredos tanto quanto ela.
E ela pode perceber quando entrou em seu escritório e percebeu que ele estava ao telefone, ele parou de forma tranquila a observando entrar e analisado sua expressão abatida, ele parecia mais tenso que o normal.
Ele se sentou na cadeira e relaxou a observando e pediu para que ela se aproximasse como se tivesse suspeitando de algo.
Aurora hesitou por um instante à porta, sentindo o olhar de Andrews pesar sobre ela. Ele havia acabado de desligar o telefone, com a expressão tão serena quanto perigosa, uma calma que ela já aprendera a temer mais do que qualquer fúria.
Mas naquela manhã havia algo diferente… o cansaço nos olhos dele, o maxilar tenso, como se estivesse lutando com mais do que apenas compromissos e relatórios.
— Vem aqui. — A voz dele soou baixa, convidativa, mas firme.
Ela se aproximou com passos contidos, como se atravessasse uma ponte suspensa sobre os próprios segredos. Quando estava próxima o suficiente, Andrews a puxou com delicadeza, surpreendendo-a ao sentá-la em seu colo.
Um gesto íntimo, protetor… e inesperadamente doce.
Os braços dele a envolveram pela cintura, firmes e quentes. Ele encostou o rosto em seu pescoço, inalando profundamente, como se o perfume dela fosse a única coisa capaz de lhe trazer paz.
— Seu cheiro… me acalma de um jeito que eu não sei explicar — ele murmurou, a voz rouca, baixa, como se falasse só para si mesmo.
Aurora fechou os olhos por um instante, sentindo o coração acelerar com a proximidade. Ela quis perguntar se estava tudo bem, mas as palavras ficaram presas na garganta quando sentiu a mão dele deslizar devagar por sua barriga.
O toque era gentil, quase reverente. Andrews não disse nada, mas ela sentiu… o modo como ele acariciava o ventre ainda discreto, como se quisesse guardar alguma certeza sem precisar ouvir em voz alta.
Seu corpo se enrijeceu por reflexo, mas ele percebeu. Apertou-a mais contra si, com a outra mão acariciando suas costas, e então sussurrou.
— Você está tão cansada e tensa… posso sentir em cada gesto seu, você está bem? Preciso saber se não estiver bem, se precisar de algo é so me falar, você anda tão distante, se estiver doente posso chamar o médico da família.
Ela não respondeu. Em vez disso, deixou a cabeça descansar sobre o ombro dele. Era estranho como, mesmo em meio à angústia e ao medo de ser descoberta, ela se sentia acolhida naquele abraço.
Como se, por um momento, pudesse simplesmente existir ali… sem fingir.
Andrews passou os dedos por seus cabelos com lentidão, os lábios roçando de leve sua têmpora.
— Eu sei que tem coisas que você não me conta. — A voz dele foi tão baixa que quase se perdeu entre os batimentos do coração dela. — Mas quando você estiver pronta… só quero que saiba que eu vou estar aqui. Sempre.
Aurora apertou os olhos com força. Aquilo doía mais do que se ele gritasse, mais do que qualquer acusação. Porque era gentil. Era verdadeiro. E ela sentia o peso da própria culpa esmagar seu peito.
— Esta tudo bem… para ser sincera, aquele dia ainda fica me assombrando mesmo que tudo já tenha se resolvido e talvez seja isso... — ela sussurrou, sem coragem de encará-lo.
Andrews não a pressionou. Apenas a abraçou mais forte, como se dissesse silenciosamente que estava tudo bem.
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Os comentários dos leitores sobre o romance: Esposa impostora e o Magnata Sombrio.