Esposa impostora e o Magnata Sombrio. romance Capítulo 29

Cap.: 29

— Calada! Ninguém nessa casa tem o direito de falar sobre isso...

— Mas você precisa entender! Eu sei que tudo que você conseguiu hoje foi por causa do que Janete carregava com ela, sei o quanto você se esforçou, mas você pode construir tudo de novo. Pode construir com Aurora, formar uma família com ela, ao invés de focar na família destruída do passado. A Janete nunca te mereceu, mas está aí uma menina boa, com quem você pode contar.

Os punhos de Andrews se cerraram. Seu rosto ficou sombrio, sua mandíbula travada.

— Eu não consigo perdoar o passado e seguir em frente. Não consigo levar tudo isso... Não consigo confiar em mulher nenhuma. Não dá, por tudo que aconteceu...

— Para de se corroer... Para! — Jacy gritou com força, algumas lágrimas escorrendo. — Você vai acabar se matando com esse passado. Sua mãe... Janete... O que mais? Elas não resumem todas as mulheres! Você deve começar de novo e aprender a confiar em Aurora.

— Eu sinto muito, mas Aurora... A forma como ela entrou na minha vida só me faz odiá-la e ter certeza de que ela é apenas igual a Janete Westwood e Janete Bronson.

— Então tente conhecê-la melhor, porque eu já estou cansada de ver você se destruindo por causa do passado! — Jacy deu um passo à frente, encarando-o nos olhos. — Você já saiu vivo dele.

— Mas uma pessoa não! E era quem mais importava para mim! As coisas não vão ficar dessa forma! — ele asseverou com convicção.

— Mas você pode consertar isso. Não com vingança e machucando as pessoas ao seu redor, mas se reconstruindo... Deixando o passado ir e vivendo o agora. Você tem alguém que pode te amar de verdade.

— Está dizendo para me agarrar a alguém que eu nem conheço e que nunca fala nada? — perguntou ele, erguendo as sobrancelhas.

— Em vez de se agarrar a essa vingança cega, descubra o que aconteceu! Por que Aurora está no lugar da irmã? E se ela estiver sendo ameaçada? Você pode ao menos tentar ser justo ou... Inútil da maneira correta?

O silêncio se prolongou entre eles. Andrews desviou o olhar, o peso das palavras de Jacy começando a se infiltrar em sua mente. Seu peito subia e descia devagar, como se tentasse conter a tempestade dentro de si.

Jacy suspirou, agora num tom mais brando.

— Você pode escolher continuar nesse ciclo de ódio, Andrews, ou pode ser um homem de verdade e enfrentar essa situação como deve. Mas se continuar assim.. — ela fez uma pausa, olhando para a porta. — Você vai acabar perdendo muito mais do que já perdeu.

Ela se virou e saiu, deixando Andrews sozinho com seus próprios pensamentos.

Ele se sentou na cadeira, sentindo seu tórax queimar. Ainda assim, não se importou com os sintomas que estava sentindo por causa do veneno. Abriu a gaveta e tomou alguns comprimidos do seu remédio habitual. Sua cabeça latejava e aquela discussão com Jacy parecia ter piorado sua dor. Com um suspiro irritado, seguiu pelo corredor, com passos pesados, em direção ao seu quarto. No entanto, ao passar pela porta do quarto de Aurora, ouviu um som abafado.

— Mãe... Me ajude, por favor. — Ele ouviu Aurora gemer do outro lado da porta.

Ela estava gemendo de dor, chorando baixinho, chamando pela mãe. Ele parou, fechando os olhos por um momento. Tentou ignorar e seguir para seu quarto, mas então empurrou a porta devagar. O vento frio da noite invadia o quarto pela janela aberta, fazendo-a estremecer. Ela estava descoberta e congelando, sem conseguir acordar.

Ele caminhou até a janela e a fechou silenciosamente. Depois, pegou uma manta e cobriu seu corpo. Aurora se encolheu um pouco, mas não acordou.

Andrews a observou por um instante antes de sair do quarto, seus pés arrastando-se pelo corredor devido ao efeito do medicamento, que começava a lhe causar vertigens.

Caminhou até seu próprio quarto e se jogou na cama, sentindo o cansaço pesar sobre ele. O corpo queimava, fazendo-o arrancar a camisa com força, como se estivesse o matando. A última coisa que sentiu antes de apagar foi o calor insuportável em seu peito.

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