Cap:32
— Não, mas com certeza você deveria ser o único tipo que eu não deveria ter cruzado o caminho.
— Se estar arrependida, apenas se divorcie.
— Com certeza eu tenho mais a perder que ganhar com esse divórcio, não acha?
— Exatamente, por isso deveria apenas ficar quieta, suas palavras não são lá grande coisa para mim, e você sabe bem o motivo...
— Sei! Sei que, para você, eu não passo de uma impostora e um peso morto, fique tranquilo, Andrews, Eu não vou incomodá-lo. — concluiu ela, sua voz carregada de ironia.
Andrews ficou sem palavras por um instante, Engoliu em seco, pigarreando antes de responder.
— Ótimo, falando nisso, já devolvi sua liberdade, não voou tão mal agradecido assim, já pode sair da mansão, vá para onde quiser, mas não tente fugir, se tentar, eu vou encontrá-la. — Sua voz carregava uma ameaça velada, mas Aurora apenas sorriu, como se aquilo não a afetasse nem um pouco.
— Mal posso esperar. — Ela disse, dando um passo para trás.
Andrews a observou por mais alguns segundos antes de sair do quarto e fechar a porta atrás de si.
Pouco depois, quando ele estava no corredor, ouviu gritos de alegria vindos do quarto de Aurora, Ela estava comemorando sua liberdade como se tivesse acabado de ganhar o maior presente da sua vida.
Ele sentiu os lábios se curvarem num sorriso involuntário, mas logo um sentimento estranho de desânimo o invadiu, por que as palavras dela a incomodando?
Andrews caminhou até seu quarto sentindo um cansaço estranho se espalhar por seu corpo, Ele fechou a porta atrás de si, passou a mão pelos cabelos e soltou um suspiro pesado, Sem pensar muito, jogou-se na cama, afundando o rosto no travesseiro, mas, assim que fez isso, algo diferente o atingiu.
Um perfume adocicado e delicado, suave, mas marcante, invadiu suas narinas, Ele franziu a testa, afastou o rosto e inalou outra vez, Não havia dúvidas, aquele era o cheiro de Aurora, o aroma sutil que ela carregava agora impregnava o tecido de seu travesseiro, como se sua presença ainda estivesse ali, mesmo após ter saído.
Ele resmungou, irritado consigo mesmo, "Como essa mulher conseguiu deixar esse cheiro no meu quarto?" murmurou entredentes, Pegou o travesseiro com a intenção de lançá-lo para longe, mas, no instante em que ergueu o braço, hesitou.
Seus dedos apertaram o tecido e, em um gesto involuntário, trouxe o travesseiro de volta ao peito, um suspiro escapou de seus lábios mesmo com a expressão ainda seria, ele fechou os olhos por um momento, sentindo o perfume dela mais uma vez, O aroma trazia consigo lembranças involuntárias, Aurora dormindo encolhida em sua cama, suas mãos trêmulas trocando a compressa fria em sua testa, o olhar preocupado enquanto cuidava dele na noite anterior, ele conseguia recriar tudo em sua mente.
— Então poderia ser assim? Ter alguém que fosse de verdade?
Ele balançou a cabeça, tentando afastar esses pensamentos.
"Isso é ridículo", resmungou para si mesmo, mas, ainda assim, não soltou o travesseiro, seu próprio corpo parecia agir por conta própria, ignorando o orgulho e a frieza que sempre fizera questão de manter.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Esposa impostora e o Magnata Sombrio.