41: Feche os olhos e me abrace.
Com passos firmes e um ar de irritação, Andrews caminhou pelo corredor e abriu a porta do quarto de Aurora sem sequer bater.
Ela estava sentada na cama, contando algumas notas empilhadas, mas sua tranquilidade foi destruída pelo estrondo da porta se chocando contra a parede.
Aurora deu um salto, assustada.
— O que diabos está fazendo? — questionou, fechando os punhos ao ver a fúria estampada no rosto dele.
— Eu que pergunto! — A voz de Andrews saiu fria, cortante. — Então é verdade? Você estava trabalhando em uma boate? O que exatamente fazia lá, Aurora? Estava se vendendo?
Aurora arregalou os olhos, sentindo uma onda de indignação subir por seu peito.
— E se estivesse? Isso te diz respeito? O que eu fazia antes desse casamento forçado não é da sua conta!
— Forçado? Ninguém te forçou! Você se casou por livre e espontânea vontade, do que está falando? — Ele perguntou com deboche.
— Forçado porque estar com um homem como você é um inferno! — Ela gritou, enfurecida.
Andrews avançou até a cama, pegando as notas espalhadas e erguendo-as no ar.
— Se é assim, então isso aqui vai ser abatido da dívida que você tem comigo por esse casamento! — falou com desdém, enfiando o dinheiro no bolso.
Aurora pulou da cama, enfurecida, e tentou arrancar o dinheiro das mãos dele.
— Devolva! Esse dinheiro é meu! Você não tem o direito!
— Ah, mas eu tenho. Você quer jogar esse jogo, Aurora? Pois bem, eu posso jogá-lo melhor. — Andrews segurou os pulsos dela, impedindo-a de pegar o dinheiro. Seu olhar estava frio, impiedoso.
Aurora lutou contra o aperto dele, mas sua força não era páreo para a dele. Seus olhos queimavam de raiva e humilhação.
— Eu ia te contar tudo! Mas você já tomou sua decisão antes de me ouvir! Sempre me julga sem nem ao menos saber a verdade!
— Verdade? — Ele riu, cínico. — Você não ia me contar nada! Só quer bancar a vítima, como sempre faz!
— Eu não sou vítima de nada! Eu trabalhei porque precisava, e isso não é da sua conta! Agora me devolve esse dinheiro!
Andrews a soltou abruptamente e deu dois passos para trás.
— Se queria tanto dinheiro, por que não veio me pedir? — questionou com sarcasmo. — Ou será que gostava mais da forma como ganhava?
Aurora sentiu a respiração falhar por um momento. As palavras dele a feriram mais do que qualquer coisa. Seu rosto ficou vermelho de raiva, e lágrimas ameaçaram brotar em seus olhos.
— Você é um monstro! — ela cuspiu as palavras, avançando novamente para tentar pegar seu dinheiro.
Mas Andrews já havia perdido a paciência. Saiu do quarto e, antes que ela pudesse segui-lo, trancou a porta por fora.
— Andrews! — aurora gritou, socando a porta. — Abre essa porta agora! você não tem esse direito!
Do outro lado, ele permaneceu em silêncio por alguns instantes, ouvindo os gritos e as batidas dela contra a madeira. Sua mandíbula estava tensa, seus pensamentos um turbilhão em meio à raiva após cada palavra de Aurora.
— Quando você estiver pronta para contar a verdade, talvez eu escute. — Sua voz soou firme antes de se afastar, ignorando os gritos desesperados de Aurora do outro lado da porta.
Aurora esmurrava a porta com força, a raiva e o desespero nublando seus pensamentos. Gritava o nome de Andrews, exigindo que ele voltasse, que a ouvisse. Mas ele já havia ido.
No corredor, passos firmes ecoavam enquanto Andrews descia as escadas, suas mãos apertando o maço de dinheiro que havia tirado dela. O olhar frio e determinado escondia a tempestade que se formava em seu peito.
"Se ela quer vender a si mesma, então não verá mais um centavo disso."
Ele jogou o dinheiro dentro de uma gaveta de sua escrivaninha e fechou-a com um estalo seco.
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