Capítulo 48: O Teste dos Sentimentos
Aurora bloonson
À beira da piscina, o silêncio era quase incômodo, quebrado apenas pelas folhagens balançando com o vento.
Eu ainda sentia o peso das minhas palavras, daquela confissão que, de alguma forma, pareceu ser a única forma de mantê-lo são. Saber que ele tinha tentado... aquilo... foi um choque. Nunca imaginei que o Sr. Westwood pudesse chegar a esse ponto.
Eu não sabia o que pensar. Será que, pelo fato de eu ter me recusado a abrir a porta para ele, ele se sentiu magoado ao ponto de tentar se matar? Isso não era drástico demais?
Eu estava achando tão divertido o fato de ele me obedecer quando estava sonâmbulo que não cheguei a imaginar o quanto ele parecia um pobre coitado nessa situação. Não sei como um homem com todas as qualidades que tem chegou a esse estado.
Ele continua com os braços em volta de mim, e agora seu queixo está apoiado sobre minha cabeça. Suspiro aliviada e, de forma deliberada, o abraço ainda mais forte. Tudo bem... eu disse que o odiava, mas, de alguma forma, quando ele está vulnerável, não consigo manter os sentimentos de desprezo e ódio. Na verdade, tudo em mim fica quente e bom, como se estivesse pisando em nuvens. Isso deve ser se apaixonar.
— Está frio demais, tenho que te levar para dentro. — Suspirei, me afastando, enquanto sinto o vento frio maltratar minha pele.
Antes de ir, fiquei ali, petrificada, observando-o de perto, tentando entender o que acabara de acontecer. Um turbilhão de emoções me atravessava: alívio, confusão, medo. Ele havia me obedecido.
E então, uma dúvida começou a crescer dentro de mim. Antes, ele não estava me ouvindo, e mais cedo eu o tratei de forma terrível. Mas ele mudou e passou a me ouvir quando pedi desculpas e disse que precisava dele.
Será que meus sentimentos por ele o influenciam dessa forma?
É como se ele se importasse com o que sinto por ele... mas esse não é o Andrews que conheço.
Levei uma das mãos à boca, sentindo um arrepio percorrer minha espinha. Era como uma revelação assustadora.
Mas, ao mesmo tempo, um pensamento ainda mais desconcertante me atingiu.
Ele me obedece porque sabe que eu gosto dele?
Era difícil de aceitar, mas eu não conseguia afastar essa possibilidade. Seria minha confissão, a dor em minhas palavras, o que controlava suas ações quando ele estava nesse estado? Ele tinha consciência disso ou tudo era apenas um reflexo do subconsciente dele?
Meus sentimentos... seriam eles a chave para controlá-lo? Céus... tantas perguntas. Devo estar ficando louca agora.
— Se você sabe que eu gosto de você... isso faz com que me obedeça quando está sonâmbulo? Meus sentimentos te controlam? — murmurei para mim mesma, quase sem perceber.
Mas o som da minha própria voz me assustou.
Dei um passo para trás, tentando processar o que acabara de acontecer. Mas não tinha tempo para mais dúvidas agora.
Olhei para ele, ainda parado à minha frente, e senti um impulso quase incontrolável de testar os limites daquela situação.
Talvez fosse arriscado. Talvez fosse perigoso. Mas eu precisava entender. Precisava saber o que estava acontecendo com ele... o que Andrews estava sentindo. Ou pior: o que ele estava sendo levado a fazer enquanto sonâmbulo.
Eu sabia que ele estava em transe, mas não pude evitar. Ele ficou ali, imóvel, em silêncio, como se estivesse esperando por algo.
— Andrews, se eu te odiasse, o que você faria agora? Me mostre. — Pedi, observando-o.
Então... não pode ser. Ele voltou a agir por conta própria e começou a caminhar em direção à piscina.
— É mentira! Eu te amo, Andrews Westwood. — Eu disse de forma casual e segura, como se fosse apenas um comando.
E ele parou instintivamente.
— Andrews. — Minha voz saiu suave, mas firme. Dei um passo à frente e estendi minha mão, hesitante. — Segure minha mão. Vamos entrar juntos agora.
Ele obedeceu. Sem hesitar, sua mão encontrou a minha, e senti um arrepio percorrer minha pele. O toque era frio, quase distante, mas... havia algo ali.
Minha garganta secou. Meu corpo ficou tenso.
E então, esperei.
O medo me consumia. O que eu estava fazendo?
Isso poderia sair totalmente do meu controle. Andrews era o dobro do meu tamanho. Ainda assim... ele não sabia tudo sobre mim. E isso me dava uma vantagem.
Mas eu precisava saber a verdade.
Já que ele me obedecia.
Eu me encolhi instintivamente, me preparando para a reação dele, para qualquer resposta.
O medo da rejeição me fazia tremer, mas, ao mesmo tempo, uma parte de mim temia algo ainda pior: que ele não me rejeitasse.
Que ele realmente me desejasse.
Que demonstrasse algo diferente do que mostrava durante o dia, quando estava sóbrio.
Andrews me odiava quando estava acordado. Isso era um fato. A forma como me tratava, o desprezo em suas palavras, o olhar frio... tudo isso deixava claro que ele não queria nada comigo.
Mas e agora?
Porque a instrução foi revelar seus desejos internos...
O que ele vai fazer?
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