Capítulo 49: O Jogo Perigoso
Quando ele deu um passo a frente, fiquei paralisada, meu coração batendo descontroladamente. As palavras que tinha dito ecoavam em minha cabeça, eu dei liberdade a Andrews para fazer o que quiser, e eu me odiava por tê-las dito.
Deus... por que eu sou assim? Por que continuo fazendo isso, sabendo que ele me odeia e pode ate me matar? Eu murmurava para mim mesma, com um nó no estômago, me sentindo ainda mais perdida. Eu sabia que estava prestes a cometer um erro, mas algo dentro de mim me impelia a continuar.
Foi então que a atmosfera no quarto mudou, a presença de Andrews, que estava a uma distância considerável, de repente parecia se aproximar de mim de forma implacável.
Não tive tempo de reagir antes de sentir o calor do corpo dele contra o meu. As mãos dele, firmes e determinadas, correram pelo meu quadril, apertando minha cintura e me puxando para mais perto.
Eu mal tive tempo de respirar antes que ele me virasse com facilidade, me deitando sobre a cama, com o peso do corpo dele cobrindo o meu.
Meus olhos se arregalaram, tentando compreender o que estava acontecendo, mas o choque tomou conta de minha mente.
Antes que eu pudesse me desvencilhar, as mãos de Andrews subiram por meu busto, passando pela curva do meu pescoço, até alcançarem meu rosto.
Ele me beijou com uma intensidade avassaladora, quase agressiva, fazendo meu corpo tremer de forma involuntária.
Senti o peso dele sobre mim, seus braços me envolvendo como correntes de ferro, me impedindo de me mover.
Tentei me afastar, mas era impossível, ele me segurava com força, como se não houvesse nada que eu pudesse fazer para escapar, estava sufocada, mas, ao mesmo tempo, não conseguia negar o impulso que tomava conta de meu corpo.
Meus dedos, como se estivessem agindo por conta própria, correram pelos cabelos de Andrews, afundando-se nele, enquanto meu corpo se arrepiava e correspondia a seus impulsos intensos, eu estava beijando um sonâmbulo e eu gostei, realmente eu estava completamente cega de amor por Andrews?
Mas uma luta interna começou dentro de mim era feroz. Eu tentei me afastar, mas o desejo e a repulsa colidiam dentro de mim de uma maneira que me deixava desorientada, repulsa por saber que dia seguinte ele não lembraria de nada e voltaria a me odiar, quanto mais penso nisso, mais me sinto errada é como se eu estivesse me aproveitando dele e eu não posso conviver com isso.
Tentei abrir os olhos, a realidade batendo em minha mente como uma onda. Ele estava sonâmbulo. Não é ele... Não é ele! A lembrança foi o suficiente para que eu, com toda minha força, tentasse empurrá-lo para longe, eu não queria, não podia me entregar a isso, percebi que ele poderia ir longe demais e eu já estou magoada o suficiente por saber que ele foi a primeira pessoa que eu beijei e nem existe memória dele para isso.
— Andrews, me solta! — Gritei com mais força do que imaginava ser capaz. E, surpreendentemente, ele obedeceu.
O transe, mesmo que estivesse ali, pareceu se dissipar momentaneamente. Ele se afastou, mas não antes de olhar para mim, como se não entendesse o que estava fazendo, em seguida caiu na cama apagando, será que ele acordou? Isso seria tão ruim, por favor... por favor... supliquei internamente ao o observando.
Eu, ofegante e confusa, rapidamente me levantei da cama, sentindo meu corpo ainda tremendo, segui até a porta, meu coração martelando em meu peito, e, antes de sair, me virei para olhar para ele uma última vez, sentindo um aperto no peito e a sensação de frustração.
Caminhamos pelo corredor silencioso até chegarmos a uma sala imensa. Eu não tive tempo de observar cada detalhe, mas ao entrar, algo no ambiente me fez parar.
A sala tinha uma atmosfera intimista e quase mágica. A iluminação suave e aconchegante parecia criar um mundo à parte.
Em um canto, havia uma adega com prateleiras repletas de garrafas de vinho. Um sofá grande, luxuoso e confortável estava voltado para uma imensa TV na parede. Mas o que realmente chamou a minha atenção foi a grande cama no centro da sala, com lençóis de um tom suave, quase etéreo.
A cama ficava em frente a uma parede de vidro que revelava um jardim florido. Embora a escuridão da noite impedisse de ver os detalhes, eu podia sentir a calma e a beleza do lugar. Era como um pedaço de paraíso, uma fuga da realidade.
Rodrigo se virou para mim, sorrindo.
— Esse lugar... — começou ele, com um tom mais sério, quase como se estivesse compartilhando algo íntimo. — É bom para trazer Andrews quando ele está sonâmbulo. Aqui ele pode descansar, mas mais importante, você pode cuidar dele, esse é um dos poucos lugares que tira ele da realidade, você pode trazer ele para cá.
Eu o olhei, confusa.
— Cuidar dele? Mas eu... — tentei falar, mas ele me interrompeu gentilmente em seguida sorrindo, apesar de ele não ter dito muito, ele parecia estar querendo que eu fizesse algum tipo de sacrifício.
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