Capítulo 7: Motivação de Andrews
A governanta deslizava a escova pelos fios sedosos de Aurora, as duas conversavam em tom baixo, como velhas amigas dividindo segredos, enquanto a mulher mais velha penteava os fios da jovem com cuidado.
— você deve se cuidar, eu vou estar aqui agora, assim que soube que Andrews tinha se casado... – ela hesitou por um momento. — fiquei feliz por ele não ter se casado com uma cobra que eu conheço bem.
— Por que? Acho que entre ela e Andrews, ele seria o maior perigo aqui afinal ele queria se casar com ela por despeito, não é?
— Apesar dele ter desejos mais sombrios quanto a ex esposa dele, a verdade é que ela tem controle sobre ele, então de toda a forma, se ele tivesse se casado com aquela cobra e não com você, ela seria a rainha dessa casa, e Andrews apenas um rei que seria um bobo da corte.
— mas e agora? Então ele se casou comigo e a boba da corte sou eu. — aurora lamentou abaixando a cabeça enquanto a governanta continuava a pentear seu cabelo.
— Não como boba, você pode tentar ser uma esposa, mesmo que não pareça, Andrews é assim exatamente pelas indiferenças do passado, eu acredito que um pouco de afeto pode o mudar e fazer entender que nem todas as mulheres são iguais a ex dele.
— Como pode saber que eu sou ou não diferente? Eu me casei com ele por interesses financeiros. — aurora disse com um ar de superioridade como se aquilo fosse algo justo.
— Não diga isso na frente dele, além disso eu sei que é mentira, não tente enganar a velha aqui, eu sei ler jovens como você e sinto que esta fazendo isso por um bom motivo. — Jascy disse apertando sua bochecha fazendo aurora sorrir.
— A senhora me traz uma boa sensação e me tira um pouco do peso desse lugar, obrigada... — ela nem bem conseguiu terminar quando ouviu um estrondo.
Foi então que a porta do quarto se escancarou com um estrondo. Andrews invadiu o aposento sem aviso, sua presença dominando o espaço num instante. Aurora e a governanta se sobressaltaram, mas ele sequer lançou um olhar para a mulher mais velha, seus olhos estavam fixos apenas em Aurora.
Antes que qualquer uma pudesse reagir, ele atravessou o quarto a passos firmes, ignorando a mão da governanta que instintivamente tentou proteger a jovem, com um movimento brusco, agarrou Aurora pelo braço, afastando-a da cama onde estava sentada. A escova caiu no chão com um ruído abafado.
— Andrews! — A governanta exclamou, alarmada.
Mas ele não lhe deu ouvidos. O olhar de Aurora faiscou de indignação quando foi arrancada do lugar sem qualquer explicação, o aperto firme ao redor de seu braço lhe causando dor.
— O que pensa que está fazendo? — ela protestou, tentando se desvencilhar.
Andrews não respondeu de imediato, apenas a puxou com ainda mais força, afastando-a da governanta como se quisesse romper qualquer proximidade entre as duas.
— Onde estão seus pais? — Ele exigiu.
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