Cap. 79: Confronto no Estacionamento
Aurora sentiu um nó no estômago, uma sensação de desconforto tão forte que quase não conseguia olhar para ele. Era difícil encará-lo após perceber que ele se lembrava de tudo.
— Você vai me ignorar? — ele perguntou com a voz calma.
Ela tentou encará-lo e dizer algo, mas não conseguia. Seu olhar se desviava para o chão, para as paredes, para qualquer coisa, menos para os olhos de Andrews.
— Não quero falar disso... — Aurora gaguejou, sua voz vacilando, insegura.
Andrews observou a reação dela com atenção, seu olhar endurecendo um pouco. Ele sabia o que acontecera entre eles, sabia que o beijo fora real, mas a recusa de Aurora em falar sobre isso o deixava ainda mais determinado a entender o que realmente estava acontecendo.
— Isso aconteceu. Eu sei que aconteceu. — Havia uma leve frustração em sua voz. — Por que você está ignorando isso?
Aurora tentou se afastar, como se estivesse buscando alguma fuga, mas ele a impediu.
— Não é importante. — respondeu de forma ríspida, tentando ignorar a dor que aquilo lhe causava. — Foi só um beijo.
Ele deu um passo à frente, sua presença se tornando mais imponente.
— Eu não concordo. Não foi só um beijo. Mas... me diga então, se foi só um beijo, por que você acordou na minha cama?
Aurora estremeceu, sentindo o rosto queimar.
— Então você se lembra de tudo... — rangeu os dentes, constrangida.
— Claro que lembro.
— Eu… eu... — murmurou, tentando juntar as palavras, mas tudo parecia confuso demais. — Foi um equívoco, não significou nada. Você não estava em seu juízo perfeito, por isso devemos apenas seguir em frente novamente. Não é como se tivesse feito algo grave.
Andrews a observou, tentando decifrar seu silêncio. Ela sempre se esquivava, mas ele sabia que havia algo ali, algo que ela se recusava a admitir.
— Você deve ter se sentido desconfortável... — Ele desviou o olhar, demonstrando um leve incômodo. Naquele momento, mal conseguia encará-la. — Ainda mais pelo fato de, por um equívoco, eu ter te beijado daquela forma.
— Para de falar! Alguém vai ouvir! — ela esbravejou, assustada, olhando ao redor. — Eu já disse, aquilo não significou nada!
— Então tudo o que você disse também não significou nada? — Sua voz saiu baixa, quase íntima.
Aurora sentiu o coração apertar. Queria negar, mas o beijo, o toque, a presença dele ainda a assombravam. Respirou fundo antes de responder:
Antes que ela respondesse, a voz de Donovan ecoou:
— Senhor Andrews!
Ele a soltou, desviando o olhar. Aurora aproveitou a chance para partir, sem olhar para trás.
Andrews ficou ali, confuso, observando-a se afastar.
— Tem alguns alunos vindo para cá. Foi melhor deixar ela ir, para que ninguém percebesse a situação de vocês.
— Não me importo. É o mesmo que eu disse para ela. Nunca tentei esconder esse casamento. — avisou de mau humor, entrando no carro.
Donovan soltou um suspiro pesado, sem saber o que dizer.
— Falando nisso, ela vai para a entrevista amanhã, certo? Avise-a para voltar à mansão. Avise que a dívida dela ainda não foi paga e que ela tem que continuar trabalhando na mansão.
Donovan apenas concordou, sabendo que discutir não adiantaria.

Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Esposa impostora e o Magnata Sombrio.